Se você já está nesta jornada dos enteógenos, tenho certeza que este programa de aulas irá lhe agradar. Aprenda a cultivar Cogumelos Mágicos com itens simples que você já tem em casa. O programa todo está em português, e aborda a mais simples das técnicas de cultivo, do inicio ao fim.
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A missão deste canal é espalhar conhecimento, conscientização sobre a medicina dos cogumelos sagrados e seus potenciais terapêuticos. Fica claro que o maior perigo em relação a estes cogumelos é a desinformação!
A intenção é iluminar o caminho de quem já está nessa jornada até a psilocibina.
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Se há alguma verdade na teoria do símio chapado de Terence McKenna então a evolução do ser humano pode dever muito à microdosagem de psicodélicos – a prática de tomar uma dose sub-percentual (uma quantidade muito pequena para produzir efeitos psicodélicos) de uma substância como o LSD ou a psilocibina. Assim como aqueles que leram O Alimento dos Deuses de Terence Mckenna sabem, o autor propôs que a jornada coletiva de nossa espécie do Homo erectus ao Homo sapiens pode ter começado com primatas caçadores e coletores que tomavam doses baixas de cogumelos mágicos para melhorar suas habilidades de caça.
De acordo com o autor James Oroc, a prática de tomar microdoses para melhorar a acuidade visual, energia e tempo de resposta está viva e bem durante os dias atuais, especialmente entre alguns entusiastas de esportes extremos. “Virtualmente, todos os atletas que aprendem a utilizar o LSD em doses psicolíticas (baixas a médias) acreditam que o uso desse composto melhora sua energia e suas habilidades”, escreveu Oroc na edição de primavera de 2011 da MAPS Bulletin.
Deixando os poderes atléticos de lado, inúmeros experimentos e participantes de pesquisas relataram que doses sub-limiares de psicodélicos melhoraram seu bem-estar geral e/ou aliviaram condições específicas como a depressão e cefaleias em salvas. Outros, como em uma discussão em um tópico sobre microdosagem no Reddit, utilizaram microdoses como ferramentas na resolução de problemas.
Doutor James Fadiman.
O Doutor James Fadiman, Ph.D, que foi parte de um grupo de pesquisadores da Califórnia que estudaram o uso dos psicodélicos na resolução de problemas em 1966, tem analisado os efeitos da microdosagem desde 2010. “Essa prática aparenta melhorar tudo o que você faz um pouco”, disse Fadiman à Reset. “Muitas pessoas disseram que ficam mais confortáveis com o que estão fazendo, e o fazem um pouco melhor”.
Os participantes do estudo de Fadiman inicialmente o contataram através do email jfadiman@gmail.com. Ele responde enviando um protocolo que consiste essencialmente de uma sugestão em que os participantes façam microdosagem todo quarto dia do mês, e façam notas de como eles estão se sentindo de um dia para o outro. Fadiman não providencia os psicodélicos, ao invés disso, ele oferece informações e orientações para ajudar a maximizar a experiência de usuários que já tenham seu próprio material. Desse modo, Fadiman coletou aproximadamente 30 relatos, variando em seu tamanho de 3 parágrafos a textos com 30.000 a 40.000 palavras.
Em um capítulo do livro de Fadiman chamado “O Guia do Explorador Psicodélico” chamado “Podem microdoses de psicodélicos melhorarem o funcionamento normal?”, um participante do estudo descreve uma dose de 10 a 20 microgramas de LSD como um estimulante e um agente calmante. De acordo com suas notas, microdoses parecem aumentar sua inteligência, tempo de resposta e acuidade visual e mental. “Sub-doses de 10 a 20 microgramas me permitiram aumentar meu foco, abrir meu coração, e alcançar resultados integrados em minha rotina”, segundo seu relato.
Esse foco e claridade melhorados podem ser especialmente úteis para artistas, escritores e outras pessoas trabalhando em campos criativos. “O que as pessoas relatam sobre a realização de seus trabalhos criativos é que eles não estão criando em um nível mais elevado, mas eles estão criando mais, eles ficam na inspiração por mais tempo”, afirmou Fadiman, que também coletou dados sobre microdosagem de um tópico sobre doses baixas de LSD no bluelight.org. Ele disse que conhece dois escritores notáveis que utilizaram doses sub-limiares de psicodélicos enquanto escreviam os primeiros rascunhos de todos os capítulos de seus livros mais recentes.
Cogumelos mágicos
Juntamente com o que um participante do estudo definiu como um “melhorador do chakra completo”, microdoses mostram promessas no tratamento de cefaleias em salvas, dor que é dita ser maior que a do parto e de pedras nos rins. Através do seu trabalho com um grupo chamado Clusterbusters®, Fadiman entrou em contato com um número de pacientes que sofrem de cefaleias que encontraram alívio de sua condição através do uso de LSD e cogumelos depois que todos os outros tratamentos falharam. Embora as doses que os pacientes utilizam para curarem suas dores de cabeça são geralmente muito altas para serem consideradas sub-limiares, Fadiman mencionou um paciente que utilizou uma microdose de LSD para se livrar de uma dor de cabeça em cinco a dez segundos. O usuário atingiu o mesmo resultado diversas vezes nos meses seguintes. Desde então, suas cefaleias cessaram.
Diversos participantes da pesquisa também disseram a Fadiman que microdosagens aliviaram seus quadros clínicos de depressão. Um paciente, que sofre da doença de Parkinson, relatou que depois de um mês microdosando com LSD seus sintomas de Parkinson não melhoraram, mas sua depressão subjacente sim. Fadiman ressaltou, entretanto, que devido aos dados dessa pesquisa serem coletados em uma base mensal de microdoses, ele não sabe ainda até que ponto essa prática pode auxiliar na melhora da depressão a longo prazo.
Se estudos futuros mostrarem que a microdosagem é tão efetiva quanto um anti-depressivo em longo prazo quando ela aparenta ser em curto prazo, então ela pode ser uma alternativa viável para estabilizadores de humor prescritos, muitos dos quais são altamente viciantes. Em vista de seus efeitos energizantes e de foco, doses sub-limiares de psicodélicos podem também fornecer um substituto confiável para medicações anti-TDAH e outros farmacêuticos melhoradores da cognição. Dando credibilidade para essa informação, um participante do estudo de Fadiman contou que microdoses o auxiliaram a se livrar do vício em Adderall, uma droga viciante anti-TDAH também utilizada por muitos estudantes durante sessões de estudos noturnas.
Parafraseando Carl Hart, Ph.D, um professor de bioquímica em Columbia, Fadiman disse, “O Adderral não é diferente das anfetaminas de rua fabricadas no porta malas do carro de alguém. Então as drogas que apodrecem seu cérebro e pelas quais pessoas estão sendo presas são as mesmas drogas que estamos dando para milhares de crianças todas as manhãs”.
Adderall
Expondo as propriedades aditivas de certas drogas prescritas, Fadiman observou, “Como uma pista geral, se a bula diz ‘não perca uma dose, e não tente parar essa medicação sem auxílio médico’, você já sabe que você tem uma droga que é difícil de se livrar. É uma área muito complicada, por que a indústria farmacêutica parece não se preocupar com esse problema. Em fato, há um termo na literatura médica para quando você está tentando parar de utilizar essas substâncias. Não é chamado de “abstinência”, assim como para as drogas ilegais, mas sim “afunilamento”.
Ele adicionou que esse afunilamento pode ser um processo longo: alguns pacientes que tomavam cápsulas de liberação longa preenchidas com algumas centenas de micropontos cada uma passaram a tratar a dependência dessas drogas diminuindo a quantidade ingerida para um microponto simples com intervalos de alguns dias a semanas.
Albert Hofmann, o químico suíço que descobriu o LSD, é conhecido por ter sido um proponente da microdosagem como uma alternativa para a droga estimulante anti-TDAH chamada Ritalina (também conhecida como “a droga mais abusada nos EUA” pelo site AddictionHope.com). É muito provável que Hofmann, que microdosava com LSD com frequência nas últimas décadas de sua vida e considerava essa prática a área de pesquisa psicodélica a menos pesquisada, consideraria que doses sub-limiares de psicodélicos seriam um substituto viável para anfetaminas anti-TDAH recentes como o Adderall ou Vyvanse. Ambas não vêm sem efeitos colaterais muito perigosos. O website Web MD lista uma série de efeitos colaterais negativos para ambas as drogas. Entre elas, estão problemas de sono crônicos, arritmia cardíaca, problemas sexuais, agressividade, ataque cardíaco, pressão sanguínea elevada, problemas na respiração, risco de aneurisma – somente para citar algumas.
Diversos participantes do estudo afirmaram que microdosar os auxiliou a largar medicamentos antidepressivos, contra ansiedade, estabilizadores de humor e melhoradores cognitivos, e seguindo essas informações, Fadiman disse que está esperançoso que doses sub-limiares de psicodélicos irão atingir os benefícios desses medicamentos sem seus efeitos colaterais negativos e perigosos. Ele adicionou, entretanto, que todos os estudos oficiais nessa área terão que ter lugar nas universidades, por que “as indústrias farmacêuticas não vão comparar seus produtos com algo que é 1) ilegal e 2) que pode ser melhor”
Em adição à auxiliar as pessoas a tratar sua dependência em drogas legalizadas pela FDA (Food and Drug Administration), a microdosagem mostra um futuro promissor no auxílio no tratamento da dependência de substâncias ilegais. Representantes de um centro de tratamento no México contaram a Fadiman que depois de usar ibogaína para auxiliar os pacientes a se livrarem de problemas de abuso, eles sugeriram que esses pacientes ingerissem microdoses da substância por alguns meses para “segurar suas conquistas”.
Dados os efeitos positivos que muitas pessoas experimentam quando fazem microdosagem, algumas questões foram levantadas em relação à essa prática: se ela não se tornaria por si mesma um vício. Na visão de Fadiman, é improvável que alguém se torne dependente em substâncias que são naturalmente contra o vício: se você toma o mesmo psicodélico todos os dias, ele para de funcionar.
“Vamos supor que você tome uma dosagem elevada na segunda”, ele propôs. “Se você tomar a mesma dosagem na terça, você tem muito pouco efeito, e se você toma a mesma dose na quarta-feira, nada acontece. É como se seu organismo dissesse: “Não, eu não posso manifestar nenhum desses efeitos até que eu tenha limpado o sistema”.
Embora a pesquisa até o momento tenha indicado que microdosar não é perigoso ou prejudicial, alguns pacientes de Fadiman reportaram efeitos desagradáveis: um parou com a prática pois sentiu que estava ficando muito emotivo, enquanto outros dois observaram que suaram mais em dias que microdosaram. Ambos os pacientes que reclamaram do suor excessivo – um utilizou LSD e o outro cogumelos mágicos – não tinham certeza se o suor era parte da cura ou um efeito colateral negativo. Um desses dois participantes afirmou que estava maravilhado com a produtividade elevada e sensação de calma que ele obteve com a microdosagem, enquanto o outro achou a prática útil, porém ficou incomodado com o suor excessivo.
Diversos usuários relataram que quando começaram a microdosar, adquiriram dietas mais saudáveis e não retornaram/tomaram medicamentos. O último desses relatos se alinha com a experiência do autor e pesquisador Myron Stolaroff, que recomendou dosagens baixas de psicodélicos como um auxílio na meditação.
Embora a microdosagem não gere as mesmas catarses espirituais da maneira que dosagens mais elevadas de psicodélicos conseguem fazer, Fadiman observa que através do tempo, a prática produz efeitos muito mais semelhantes aos efeitos pós-experiência de tais catarses. “As pessoas estão dizendo: ‘depois de um mês ou mais de microdosagem, eu estou comendo melhor; estou sendo mais legal com minhas crianças; não fico chateado quando as pessoas fazem coisas más”, ele aponta. “Um homem estava dizendo, ‘eu estou muito mais no presente. Eu costumava, mesmo quando gostava de alguma coisa, estar realmente pensando no que eu iria fazer quando aquilo acabasse e assim por diante. Agora quando estou fazendo algo, eu estou realmente fazendo aquilo'”.
Ele adicionou que microdosar parece dar às pessoas uma orientação melhor sobre elas mesmas. “Eu acho que é um pouco parecido com a maneira com que as pessoas lhe indicam que se você meditar de manhã, fazer yoga e comer melhor, sua vida vai melhorar. Parece que microdosar segue nessa direção”.
Início dos efeitos: 30 – 180 mins Duração dos Efeitos: 4 – 10 hrs Duração dos efeitos perceptíveis após o pico : 2 – 24 hrs
Dosagem: Difere entre as sementes de Morning Glory e Hawaiian Baby Woodrose.
O LSA (também conhecido como Ergina, Amida do Ácido d-Lisérgico, e d-Lisergamida) é um alcalóide da família das ergolinas que ocorre em diversas espécies de trepadeiras, as flores da glória-da-manhã e algumas espécies de fungo. Esse é o alcalóide dominante encontrado nas sementes de diversaas variedades de glória-da-manhã em concentrações de aproximadamente 10 microgramas por semente, e nas sementes de Hawaiian Babay Woodrose, possui uma concentração de 0.13% do peso seco. O LSA possui semelhanças estruturais ao LSD, colocando-o na família das lisergamidas psicodélicas.
O uso tradicional das sementes de glória-da-manhã por mexicanos nativos foi descrito pela primeira vez por Richard Schultes em 1941 em um breve artigo documentando seu uso remetendo até os tempos astecas. Pesquisas mais aprofundadas foram publicadas em 1960, quando Don Thomes MacDougall relatou que as sementes da glória-da-manhã foram utilizadas como sacramento por alguns Zapotecas (algumas vezes em conjunto com as sementes da Ryvea corimbosa, outra espécie de trepadeira que tem uma composição química semelhante, o lisergol, ao invés do LSA).
O LSA foi analisado em humanos por Albert Hofmann em auto-experimentos em 1947 (muito antes de ele ser conhecido como um componente natural). A administração intramuscular de uma dose de 500 microgramas leveva a um estado fatigado e hipnagógico acompanhado de uma dificuldade de manter pensamentos claros. Após um curto período de sono, os efeitos passavam e a consciência normal era recuperada dentro de 5 horas. isso sugere que o LSA ser o principal composto psicodélico no interior das sementes da glória-da-manhã e da Hawaiian baby woodrose é discutível, uma vez que relatos anedóticos sugerem que os efeitos do LSA sintético e do iso-LSA são levemente psicodélicos em seus efeitos, e a ação total das sementes pode ser causada por uma mistura de lisergamidas ao invés de um componente específico.
A experiência com o LSA contém uma gama de efeitos complexos e variados que são baseados nos potenciais efeitos subjetivos pré-definidos, que podem ser encontrados aqui. A molécula agora será descrita e analisada.
Efeitos Físicos do LSA
Os efeitos físicos do LSA podem ser divididos em cinco componentes, que são todos proporcionalmente intensificados proporcionalmente à dosagem. Eles estão descritos abaixo e geralmente incluem:
Sensações táteis espontâneas – os efeitos físicos do LSA podem ser descritos como um formigamento suave e agradável. Esse efeito é facilmente notado em dosagens elevadas e é acompanhado por fortes ondas de euforia física que são usualmente manifestadas espontaneamente em diferentes pontos não-previsíveis durante a trip, mas que também podem manter uma presença constante. Em todo caso, eles aumentam de forma constante com o início dos efeitos e atingem seu limite assim que os efeitos estão sendo completamente manifestados durante a viagem.
Anestesiamento: Em termos de seus efeitos nos níveis de energia física do usuário, o LSA tende a ser sedativo, entretanto, esse efeito depende do ambiente. Por exemplo, quando ingerido em ambientes com grande quantidade de estímulos ou durante atividades físicas extenuantes como durante uma caminhada, corrida, escalada ou dança, o LSA se torna capaz de ser um estimulante e energético. Em contraste, quando ingerido em ambientes calmos como quartos escurecidos e confortáveis, é uma molécula relaxante, pacífica e consideravelmente sedativa.
Vasoconstrição
Efeitos Cognitivos do LSA
Os efeitos mentais do LSA são descritos por muitos como extremamente relaxantes, mas ainda assim lúcidos e limpos em seu estilo se comparados a outros psicodélicos comumente utilizados como o LSD e a Psilocibina. Embora seja principalmente sedativo, o LSA acompanha fluxos de pensamento de ritmo rápido.
O LSA contém um grande número de efeitos psicodélicos cognitivos. Os mais proeminentes desses efeitos incluem:
Conectividade de pensamentos
Introspecção
Aceleração do pensamento
Melhoramento do estado mental
Sentimentos de fascínio, importância e despertar
Pensamentos conceituais
Supressão, morte e perda do ego
Distorção do tempo
Comunicação direta com o subconsciente
Deja-vu
Efeitos Visuais do LSA
Os efeitos visuais do LSA são mais comumente presentes quando grandes doses forem consumidas.
Melhoramentos
O LSA apresenta uma gama completa de efeitos visuais possíveis que geralmente incluem:
Aumento na acuidade visual
Melhoramento das cores
Melhoramento do reconhecimento de padrões
Distorções
Em relação às distorções e alterações visuais, essas são mais simples do que as distorções de olhos abertos encontradas em outros psicodélicos. Os efeitos experimentados são detalhados abaixo:
Efeitos de distorção (Derretimento, Respirar, Fundir e Fluir) – Em comparação com outros psicodélicos, esse efeito pode ser descrito como de média intensidade, mas altamente detalhado, embora cartunístico em sua aparência. Eles são muito rápidos, embora fluidos no movimento, e são fugazes na permanência. Esse é um efeito manifestado muito raramente, e alguns usuários relatam que nunca tiveram essas distorções.
Mudança de cores
Geometria
A geometria visual que é experimentada durante a experiência com LSA pode ser descrita como mais similar em aparência à geometria do 4-AcO-MDT, ayahuasca e 2C-E do que a do LSD ou 2C-B. Ela pode ser compreensivelmente descrita como estruturada em sua organização, orgânica em seu estilo geométrico, intrincada em sua complexidade, afastada e pequena em tamanho, rápida e suave em movimento, colorida no seu esquema, com cores brilhantes, arestas borradas e vértices arredondados. Ela tem uma sensação muito mais “natural” do que a geometria do LSD, e em doses elevadas, possuem a tendência a resultar em estados de geometria de nível 7B do que de nível 7A.
Estados alucinatórios
O LSA produz uma série de estados alucinatórios de uma maneira que é muito consistente quando ingerido em altas dosagens. Os efeitos desses estados incluem:
Alucinações externas – essas são extremamente comuns com o LSA e seguem parcialmente o conteúdo do fluxo de pensamento do usuário.
Alucinações internas – Diferentemente do LSD, o LSA produz estados alucinatórios moderados a fortes em dosagens elevadas. Esse efeito em particular pode ser comparado ao estado de sonho lúcido e geralmente contém alucinações com enredos, ambientes, contato com entidades autônomas e cenários. Elas são mais comuns em ambientes escuros podem ser descritas como internas em sua manifestação, lúcidas em sua credibilidade, interativas no seu estilo e quase exclusivamente religiosas, espirituais, místicas ou transcendentais em seu tema geral. Essas alucinações são complementadas por uma melhoria na habilidade de visualizar conceitos. Essa habilidade eventualmente se torna tão eficaz em altas dosagens que leva a estados alucinatórios que são inteiramente lúcidos e na sua maior parte, controláveis.
Efeitos auditivos do LSA
Os efeitos auditivos do LSA são comuns e exibem uma gama completa de efeitos que normalmente incluem:
Melhorias
Distorções
Alucinações
Fontes naturais de LSA
Sementes de Glória-da-Manhã
As sementes de muitas espécies de glória-da-manhã, ou morning glory, contém lisergamidas (incluindo o psicodélico conhecido como LSA). As sementes são encontradas em muitas lojas de jardinagem, entretanto, não devem ser consumidas, pois as sementes provenientes de fontes comerciais são com frequência cobertas por algum pesticida ou metilmercúrio, o que pode resultar em náusea extrema se ingeridas. Sementes sem esses pesticidas podem ser compradas online e estão disponíveis em lojas de jardinagens encontradas facilmente pelo Google.
Quando utilizada, a dosagem oral para consumo é geralmente considerada de:
Leve: 50 – 100 sementes / 1.5 – 3 gramas
Comum: 100 – 250 sementes / 3 – 6 gramas
Forte: 250 – 400 sementes / 6 – 10 gramas
Pesada: 400+ sementes / 10+ gramas
Sementes de Hawaiian Baby Woodrose
A Hawaiian Baby Woodrose é uma trepadeira perene que é nativa do continente indiano e foi introduzida em diversas áreas ao redor do mundo incluindo o Havaí, a África e o Caribe. As sementes de Hawaiian Baby Woodrose podem ser consumidas por seus diversos alcalóides lisergamínicos como o LSA. Essas sementes são encontradas em muitas lojas de jardinagem, entretanto, assim como as sementes de glória-da-manhã, estão cobertas de pesticidas e metilmercúrio. Estas sementes podem também ser compradas pela internet através do Google.
Quando utilizada, a dosagem oral para consumo é usualmente de:
Dose limiar: 1 – 4 sementes
Leve: 3 – 6 sementes
Comum: 5 – 8 sementes
Forte: 7 – 12 sementes
Pesada: 12+ sementes
Efeitos na saúde, potencial para dependência e tolerância
A dosagem tóxica do LSA não é conhecida, uma vez que não há nenhum relato de overdose. Isso sugere que o LSA é perfeitamente seguro para consumo.
Entretanto, o LSA não deve ser usado com frequência. Quando utilizado com frequência em um curto período de tempo, os efeitos de vasoconstrição aumentam, enquanto os efeitos psicoativos diminuem. Se você está sentindo suas pernas doloridas, esse é um sinal dos efeitos cumulativos da vasoconstrição em seu corpo. As pernas ficam doloridas por que não há sangue suficiente chegando aos músculos. Os músculos superiores da sua perna são os maiores e os que demandam mais energia, e eles ficarão doloridos se o fluxo sanguíneo para eles é diminuído, nem que levemente. Se você ingeriu sementes de Hawaiian Woodrose, glória-da-manhã ou LSA puro, e está sentindo suas pernas doloridas, você deve parar por um tempo. Deixe seu corpo se restabelecer antes de utilizar as sementes novamente. Isso é mais importante para o LSA (Hawaiian Woodrose, glória-da-manhã, etc). Com o LSA, pode levar até 3 dias de abstinência para seu corpo se reestabelecer.
É importante notar que o LSA não possui potencial para dependência, e o desejo de utilizá-lo pode na verdade diminuir com o uso. Geralmente, é auto-regulável. Você também adquire uma tolerância quase instantânea após a ingestão de LSA, prevenindo-o de experimentar seus efeitos completos com uma frequência maior que a cada 4-7 dias (a não ser que você aumente a dosagem significativamente).
Conclusão
Como substância em si, apesar de ser conhecido muito bem através da comunidade psicodélica, essa substância tem uma reputação muito ruim por causar estados de náusea dolorosos, vômitos e vasoconstrição apesar do fato de essa ser reduzida dependendo do método de preparação. Além disso, o LSA é conhecido por ser uma substância que causa efeitos visuais e cognitivos leves em comparação com outros psicodélicos clássicos.
Porém, essa reputação está incorreta. O LSA pode ser tão profundo quanto o LSD, cogumelos, ayahuasca ou qualquer outro psicodélico, basta você encontrar a dosagem correta e extraí-la da maneira adequada. Isso torna o LSA uma excelente escolha para um psiconauta, especialmente quando considerando o quão barata e disponível a planta está.
Falar sobre ácido sempre envolveu apenas a viagem. Deveríamos focar nos efeitos de longo prazo.
Temos olhado para o LSD da forma errada.Ao longo doúltimo meio século, temos focadosobre osefeitos a curto prazodetomarácido–os variantes efeitos visuais, as cores vibrantes,a desconexãoda realidade ordinária –quandodeveriamos estar incidindo sobreos benefíciosde longo prazo, incluindoosefeitos terapêuticos quesó agora os cientistas estãodescobrindo.Orenascimento da pesquisa psicodélicaem curso,essencialmente,uma onda deestudos em pequena escala, mostra que os usuáriosde LSDse tratampreventivamente de doenças mentais e–até certo ponto– contra o alcoolismo, depressão e Síndrome de Estresse pós-traumático. A legislação ainda faza prescrição médica do LSDse isolar em um futuro próximo, mas a conversasobre como ficar doidão pode ser apenas um efeito colateraldo uso da substância,pode começar agora.
Osmitos que cercamLSD, perpetuados porhedonistasmodernos comoLanadelReye JohnMisty,tornam difícil paraos legisladores aceitarem-na comouma drogapsiquiátrica tal qual o Prozac, o Zoloft, ou o Celexa. Maseste era de fatoo uso pretendidodesde o início.AlbertHofmann, ao descobrira drogaem 1943,imediatamente começou a lhe procuraraplicaçõespsiquiátricas.Eesse impulsocontinua fortena comunidade científica: Mais de 1.000trabalhos de pesquisa acadêmicasobre os efeitos doLSDforam publicadosantes doVerão do Amorresignificar o ácidocomo uma formade se rebelarcontra o status quo.
Atualmente, o FDA lista o LSD como substância de categoria 1, alegando que não há nenhum uso médico aceitável. Sob uma perspectiva científica, isso é uma mentira. Da perspectiva cultural do senso comum, é a verdade estabelecida (porém a visão está mudando)
Mais cedo, agora em fevereiro/2016, os pesquisadores britânicos Dr. Robin Carhart-Harris e David Nutt PhD (famoso pela frase “ecstasy é mais seguro que andar a cavalo”) publicaram um artigo na Psychological Medicine descrevendo a habilidade paradoxal do LSD para disparar psicoses em curto prazo enquanto deixa um resíduo de alteração cognitiva no meio e longo prazo que é decisivo para uma melhora do bem estar psicológico.
Dr. Robin Carhart-harrisDavid Nutt PhD
No ano passado,Carhart-Harris eNutttambémobservaram os efeitos do LSDsobre o cérebro de 20 voluntáriosusandoressonância magnética, relatando que os primeiros resultadosforam promissorespara o tratamento dedepressão ealcoolismo.O trabalho deles tem sido limitado poruma escassez definanciamento.Ainda assim, existemestudossuficientes paraque hajameta-estudos, inclusive um recente,sobreLSDe alcoolismo, publicado noJournal ofPsychopharmacology em 2012, que revelou que o uso deLSDem combinação comprogramas dedependência de álcoolajudou os voluntários a diminuirem o abuso da substância.
Outro estudoaltamente divulgado, publicado noJournal ofNervouseMentalDiseaseem 2014, observou que o LSD, quando administradoao longo de doismeses, sobcondições cuidadosamente controladas, promove a redução da ansiedade em doenças terminais, a longo prazo. Este estudo, realizadona Suíça, país que acolheua pesquisa psicodélica, enquanto o resto das Nações Unidas se apavorouna década de 1970, foi o primeiroestudo controladodo LSDpublicado emmais de 40 anos.
Éimportante perceber queestes estudosreceberamuma enorme cobertura da imprensa, porque foram publicados emrevistas científicascom revisão por pares. O fato de isso não acontecermais frequentementenão é necessariamenteum reflexoda inadequação ou daescassez deoutros estudospsicodélicosem curso; na verdade, aponta, pelo menos em certamedida,parao preconceito com as drogas alucinógenas,que persistemesmo na comunidadecientífica. Credibilidade científica, infelizmente, é a única coisa quepuxa o financiamento.Sem dinheiro, os estudos são enfraquecidos–aslicenças necessáriaspara estudar substâncias de categoria 1são incrivelmentecaras–e assim torna necessário o impulso parareclassificara substânciacomo algo quevalha a pena considerarmedicamente. Sendo assim, o financiamento se torna ainda maisescasso.
Porém os benefíciosa longo prazo doLSDapresentamum tratamentopara a ignorânciacultural, bem como para o abuso de outras substâncias. Eles forçama conversasobre a drogalonge dosefeitos imediatos dadroga, queéuma coisa difícil defazer, dada a qualidade extrema que esses efeitospodem tomar.O que as pessoasestão começando a perceber lentamente é a idéia de quesubstâncias psicoativasfazem uma coisano curto prazoe outraa longo prazo. É bastanteclaro quenão estamosculturalmentepreparados parafalar sobre os benefíciosou problemas a curto prazo.Mas podemosfalar sobreos efeitos na saúdea longo prazo.Isso é essencialmenteo que aconteceu coma questão sobre oscigarros, ainda que em sentido inverso.Uma conversasobre o quão legal o cigarro fazas pessoas parecerem, se torna uma conversa sobre como eles causam câncer.Neste caso,uma conversa sobre o quão estranhas as pessoas podem se sentir com LSD,pode tornar-seuma conversa sobreseus benefíciospsicológicosde longo prazo.
Uma vez que nós mudamossubstancialmente a forma comofalávamos sobreoutras substânciasno passado,há muitaesperança para o futuro. Há também o fato de que, e isso é realmente importante,boa ciênciaestá sendo feita. Ospesquisadores davanguarda do camponãosão um bando deJoshTillman doidões nodeserto da Califórnia; eles sãoacadêmicos quepodem,ao contrário dosrapazes a executaro divórcio do LSD de seu passado colorido com o FDA. Elesnão estão nem aí para os anos 60.
O LSD revolucionou o ocidente, e a proibição acabou impulsionando uma nova forma de arte. Nos encontramos com Mark McCloud, o colecionador de ácidos que encheu sua casa de lisergia na cidade de São Francisco.
Era uma vez uma substância que protagonizou a maior revolução cultural do século XX. Vinha de fábrica na forma de um líquido transparente, envasado em ampolas de vidro opaco ou conta-gotas. As imagens dos primeiros viajantes mostram jovens de camisa e cabelo curto ingerindo torrões de açúcar ou copos de água com LSD, em recintos controlados, com um psiquiatra vigiando a sessão e com o auxílio de uma enfermeira.
Com a ilegalidade, acabaram as sessões psicodélicas patrocinadas por universidades. Também acabaram os doutores anotando os resultados e as enfermeiras participando de esquizofrenias experimentais. A lei tentou travar o avanço do consumo de LSD, porém foi como apertar uma granada armada: não importa quanta força você faça, a única coisa que você irá conseguir é ficar sem uma mão.
O primeiro ácido na forma de blotter disponibilizado comercialmente foi em 1968 (depois da ilegalização: eram utilizadas tiras de papel tornassol, que reage com o LSD formando um ponto azul (blue dot acid). O formato atendeu às exigências de quase toda mercadoria ilegal: era fácil de transportar, esconder e disfarçar. Outra das razões que levaram os usuários a trocar a forma de transportar o LSD foi devido à implementação de sentenças mínimas. O princípio é básico: quantidades fixas de uma substância ilegal (em dose ou peso) eram penalizadas com tempo obrigatório de prisão correspondente. O ponto é que, antes do milagre do papel, o meio mais comum para dosar o LSD eram torrões de açúcar ou cápsulas. Assim, uma pessoa com um grama de açúcar embebido em ácido (que continha apenas uma dosagem) poderia receber a mesma pena que uma pessoa que tinha um grama puro, que poderia gerar mais de 10.000 doses. A busca de um suporte para o LSD com o menor peso possível foi vital para que os usuários não acabassem atrás das grades acusados de traficar a granel.
Mas além dos formatos, há algo totalmente indiscutível e que expressa a radicalidade do que foi uma revolução: a maneira na qual os Beatles passaram do Rubber Soul (quando eles começaram a tomar LSD por causa da influência de Bob Dylan) ao Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band é algo que só podemos atribuir à magia da Dietilamida do Ácido Lisérgico.
Cartela de LSD contendo fotografia dos integrantes da banda Beatles, presente no catálogo de Mark.
Instituto das Imagens Ilegais
Todo psiconauta gostaria de ir ao aniversário de Mark McCloud. Foi amigo de Albert Hofmann e de Owsley Stanley. Conhece Alex Grey, Howard marks, Alexander Shulgin e o DJ Goa Gil. Era professor de arte, até que uma viagem, uma viagem muito boa, o deixou com vontade de ele mesmo desenhar as cartelas. Foi em dezembro de 1971, quando existia o legendário Orange Sunshine de Owsley. Essa viagem, que ele levou 10 anos para assimilar, deixou de lembrança uma cartela emoldurada e pendurada na parede. Mais tarde, McCloud afirmaria que mostrar ao mundo a arte comestível do LSD era uma forma de pagar a dívida por aquela experiência.
Se os franceses foram os primeiros a integrar uma arte clandestina (o graffiti) ao sistema (fazendo logos para a Nike, Coca-Cola ou Sony), e foi o inglês Banksy quem o reconverteu em uma declaração política esculpida com pintura, Mark McCloud foi o pioneiro em reconhecer o lugar cultural que o blotter art tinha ganhado na cultura psicodélica. O desenho não faz nenhum tipo de efeito sobre a substância, é totalmente inócuo. É uma necessidade humana, tal qual pintar búfalos nas paredes de uma caverna, colorir o rosto para assustar o inimigo ou pixar as paredes de um McDonald’s.
Na iconografia psicodélica do instituto encontramos desde o Mickey e o Gato Félix até mesmo Gorbachov, Obama e personagens do filme Avatar. Encontramos também personagens de Lewis Carroll, Robert Crumb, Charles Schultz e Matt Groening. Existem dragões chineses milenários, deuses indianos, homenagens a estrelas do rock, químicos e escritores. Um artista de blotter art se apropria de uma imagem e atribui a ela um novo significado.
Nas mentes dominadas por níveis básicos de análise, como no caso dos oficiais e empregados da lei, argumentos como que os desenhos servem para identificar diferentes laboratórios, potências ou até mesmo que os desenhos são para chamar atenção das crianças pequenas. E assim, esquecem do básico: a arte não influencia, pelo menos não em um sentido estritamente químico.
A realidade é que a blotter art poderia ser a resposta do rock à pop art. “A boa arte tem sempre a capacidade de transformar sua mente”, refletiu uma vez Mark, “porém a boa arte embebida em LSD com certeza tem essa capacidade”. De certa forma, se pintar uma lata de sopa com cores vibrantes era transgressor, fazer quadros em miniatura que iriam acabar embaixo da língua de alguém ou auto-digeridos pelo ácido lisérgico em que eram embebidos é com certeza um ato desafiador.
Interior do Palácio do LSD, também conhecido como Instituto das Imagens Ilegais.
Em uma entrevista, McCloud reforça a importância da blotter art comparando-a com uma missa católica. “Em uma missa, a hóstia funciona de maneira muito semelhante a um blotter. Se imprime de um lado uma lâmina de pão liso a figura do espírito santo, e no outro lado, a marca da paróquia que a produziu. Eu poderia ir de paróquia em paróquia colecionando hóstias, mas como não são populares, me inclinei a colecionar a hóstia ativa, aquela que aproxima novamente o misticismo das pessoas”.
É somente arte, amigo
Em 1987, com uma coleção respeitável e com uma exposição que começava a se mostrar em galerias de arte, começaram os problemas com os agentes do FBI. Ao iniciar sua coleção, McCloud só tinha acesso a cartelas embebidas em ácido, que logo tinha que inativar expondo-as sob luz ultravioleta para que o LSD fosse degradado em formas não psicoativas. Mas, ainda assim, o governo sustentava que a coleção de Mark, e a produção de cartelas desenhadas e perfuradas, era um disfarce para a distribuição de insumos para a fabricação de narcóticos. McCloud se permite fazer algumas ironias a esse respeito: “emoldurar é a melhor maneira de conservá-los, por que você não pode engolir as molduras”.
Os anos 90 foram agitados, e no começo dos anos 2000, sua casa foi invadida e uma coleção de mais de 400 cartelas foi confiscada. A defesa afirmou que o artista ou o produtor das cartelas não era responsável pelo uso que elas tiveram depois de serem vendidas e, por outro lado, se toda a coleção não continha nenhum LSD, não havia nenhum tipo de delito.
“Você não tem ideia do que é levantar-se todas as manhãs e ter quatro agentes lhe seguindo onde quer que você vá, apenas por fazer algo legal, algo melhor”, declarou Mark há um tempo em uma entrevista. “Não têm ideia do que é ser perseguido todos os dias de sua vida pelo trabalho artístico que você realiza”.
Durante o julgamento, em 2001, foi provado que 33 milhões de doses de LSD também podem ser 33 mil cartelas de papel secante que compõem um projeto artístico de mais de 30 anos de trabalho. Como afirmou Carlo McCormick: “A arte de McCloud é uma peça de suma importância para o folk norte-americano”.
Você pode conferir alguns blotters catalogados, além de outras informações sobre o museu, na página Blotter Barn.
Na verdade estes cogumelos são realmente mágicos, e em muitas culturas ritualísticos, por serem portadores de Psilocibina. Estes cogumelos tem um histórico de uso xamânico e ritual de cerca de 9 mil anos, pelos povos da América Central. Com o passar do tempo e devido a nossa atual política de drogas, este conhecimento foi ficando difuso e rodeado de preconceitos quase ao ponto de o perdermos, e hoje este assunto virou uma espécie de lenda urbana, ficando de lado na sociedade. Esse fator acabou se tornando perigoso, pois os cogumelos são muito poderosos e devem ser lidados com cuidado e muito conhecimento. Se você é um curioso ou já estava procurando eles, você está no lugar certo. Este guia tem como exclusiva intenção a educação. Ensinar o público qual cogumelo coletar, quando, e o quanto ingerir para evitar enganos ou acidentes.
Durante todo o guia iremos introduzí-lo a termos e nomes usados no meio dos estudos dos fungos, para melhor entendimento e aprendizado. Não saia à caça antes de ler completamente este guia! Isto é muito importante, tenha paciência, a sua saúde depende dos seus estudos aqui iniciados.
Iremos nos aprofundar no cogumelo do gênero Psilocybe e a da espécie cubensis, ou mais
conhecido como Psilocybe cubensis. Antigamente também conhecido: Stropharia cubensis.
Fique a vontade para imprimir e compartilhar este guia.
De caráter apenas informativo, este material vem para sanar dúvidas e educar os interessados no assunto. Não estamos incentivando o abuso de drogas, pelo contrário, nossa intenção é conscientizar e informar.
O idealizador deste guia ou os membros dos fóruns de forma alguma incentivam o consumo de cogumelos sem prévio estudo e plena consciência do que se está fazendo. Todas as suas decisões após a leitura desse conteúdo, são sua responsabilidade. Novamente, este material é apenas educacional, para aprendizado e redução de danos. Todo o conhecimento aqui apresentado é resultado da combinação da experiência dos usuários do fórum:
No Brasil, a Psilocibina e a Psilocina são substâncias controladas. No entanto, o cogumelo Psilocybecubensis não é proibido no Brasil. Logo, a posse de Psilocibina ou Psilocina na forma extraída ou pura é crime, mas o porte e o cultivo de Psilocybecubensis ou In Natura, não. Mas todo cuidado é pouco, o aprofundamento neste tema e requer comprometimento, maturidade, respeito e zelo.
Podemos muito bem sofrer algum acidente, que chame atenção da mídia, e logo esta lei pode ser alterada. E este guia trabalha para isso, educar quem está a procura desta experiência e clarear o caminho da melhor forma possível. Cuide bem deste conhecimento, o uso responsável, consciente e sagrado é a chave para conservarmos este bem cultural. Hoje, após dezenas de estudos clínicos, a psilocibina está sendo introduzida oficialmente como ferramenta no processo de psicoterapia. Devemos cuidar dos avanços já alcançados, para não darmos nenhum passo para trás.
Início dos Efeitos: 15 – 60 mins Intensificação dos Efeitos: 60 – 120 mins Pico: 3 – 4 hrs Diminuição dos Efeitos: 1 – 2 hrs Duração dos efeitos perceptíveis após o pico : 5 – 24 hrs
25B-NBOMe ou 2C-B-NBOMe é uma N-benzila serotoninérgica derivada da fenetilamina psicodélica conhecida como 2C-B.
Não tem histórico de uso humano até 2010, quando se tornou popular pela primeira vez por sua facilidade de compra de vendedores de research chemicals online.
O 25B-NBOMe tem sua eficácia no receptor 5-HT2A, onde age como um agonista parcial potente. Ele foi descoberto em 2003 por Ralf Heim na Free University of Berlin, e difere estruturalmente do 2C-B através de uma substituição do grupo amina (NH2) com o grupo 2-metoxibenzil (BOMe) como mostrado na imagem abaixo. Essa mudança na estrutura resulta em um aumento de cerca de 16 vezes na potência quando comparado ao 2C-B, permitindo que até mesmo a dosagem mais extrema caiba em blotters (é por isso que as pessoas confundem com frequência essa molécula com o LSD).
Diferença entre o 25B-NBOMe e o 2C-B.
Existem, entretanto, maneiras de se diferenciar adulteradores como o 25B-NBOMe e o LSD sem qualquer tipo de kit de teste.
Por exemplo, uma das diferenças chave entre o 25B-NBOMe e o LSD é que essa substância é somente ativa quando administrada embaixo da língua ou insuflada. Isso significa que, para obter os efeitos completos, os blotters de 25B-NBOMe devem ser levemente mastigados na boca por 10-20 minutos e nunca imediatamente engolidos.
A insuflação, entretanto, não é recomendada devido ao número de pessoas que sofreram com overdoses perigosas e até mesmo fatais devido à essa rota de administração.
A experiência com o 25B-NBOMe contém uma gama complexa e variada de efeitos que estão baseados no índice de efeitos subjetivos potenciais pré-definidos que podem ser encontrados aqui. A molécula será agora descrita e analisada.
Efeitos Físicos do 25B-NBOMe
Os efeitos físicos do 25B-NBOMe podem ser divididos em seis componentes, que são todos progressivamente intensificados proporcionalmente à dosagem. Eles estão descritos abaixo e geralmente incluem:
Anestesia sublingual – Assumindo que a substância tenha sido ingerida de forma sublingual, o primeiro efeito físico que a pessoa irá notar imediatamente após a aborção é um gosto metálico e amargo muito forte e desagradável. Esse gosto é acompanhado por uma sensação de dormência da língua e boca que pode permanecer por até uma hora após a substância ter sido ingerida. Essa é a diferença chave para determinar se o blotter contém LSD ou algum químico do grupo dos NBOMe.
Sensações táteis espontâneas – Os efeitos corporais podem ser descritos como uma sensação de formigamento geralmente leve e abrangente, suave mas eufórica. Essa sensação de formigamento é também acompanhada por picos espontâneos de euforia que se tornam mais prolongados proporcionalmente à dosagem consumida.
Diminuição da sensação de peso – Em termos do peso corporal percebido pelo indivíduo, essa substância deixa os usuários se sentindo extremamente leves, com frequência ao ponto de total perda da sensação de peso corporal.
Estímulo – Em termos dos efeitos nos níveis de energia física do usuário, o 25B-NBOMe é usualmente considerado um energético e estimulante, mas pode ser considerado menos estimulante quando comparado com o 25I-NBOMe. Para a maioria dos usuários, essa substância induz um tipo de estímulo físico único que pode ser descrito como uma sensação de extrema energia, contudo, sem forçar o usuário a se mover a não ser no caso que ele decida fazê-lo. Para outros entretanto, o estímulo pode ser consideravelmente incontrolável, ocasionalmente resultando em tremores físicos e bruxismo comparáveis aos efeitos semelhantes do MDMA e anfetaminas, porém manifestos de maneira menos intensa quando comparados ao 25I-NBOMe.
Vasoconstrição – Um número indeterminado de usuários que utilizaram essa substância experimentaram efeitos físicos negativos, como dificuldade em urinar e vasoconstrição. Esses efeitos são devidos ao estreitamento dos vasos sanguíneos, resultado da contração da parede muscular dos vasos. Esse efeito é causado pela maneira na qual o receptor alvo do 25B-NBOMe (5-HT2A) modula ambas vasoconstrição e vasodilatação além de outras funções diversas.
Náusea – Quando os efeitos começam a se intensificar, a náusea não é incomum e pode algumas vezes resultar em vômitos, mas passa quando estes ocorrem ou quando a viagem começa realmente. Em comparação com outros psicodélicos como a psilocibina, LSD, 2C-E e 2C-I, esse efeito pode ser considerado médio em sua intensidade.
Efeitos Cognitivos do 25B-NBOMe
O estado mental do 25B-NBOMe é descrito por muitos como remarcavelmente leve e menos intenso se comparado aos psicodélicos clássicos. Não é incomum os usuários reportarem que seu fluxo de pensamento se manteve normal em seu estilo específico em dosagens baixas ou moderadas. Em altas dosagens entretanto, efeitos cognitivos médios a intensos se tornam presentes.
Os efeitos cognitivos mais proeminentes geralmente incluem:
Introspecção – Esse componente é manifestado somente em um contexto não-social, em que o usuário esteja sozinho.
Empatia, amor e sociabilidade aumentada – Os efeitos empatógenos variam de médios a potentes, mas são manifestados de maneira inconsistente. Efeitos empatógenos se tornam proeminentes para os usuários que experimentam essa substância e se encontram na presença de outros. Esses sentimentos de sociabilidade aumentada, amor e empatia não parecem ser tão fortes ou profundos quanto àqueles encontrados em outros empatógenos (como MDMA, 2C-B e AMT).
Aceleração do pensamento
Distorção do tempo
Sentimentos de fascinação, importância e reverência
Pensamentos conceituais
Conetividade de pensamentos
Melhoria do estado mental atual
Remoção do filtro cultural
Supressão, perda e morte do ego.
Efeitos visuais do 25B-NBOMe
Melhoramentos
O 25B-NBOMe apresenta uma gama completa de possíveis melhoramentos visuais que incluem:
Acuidade visual melhorada
Melhoramento na percepção de cor
Melhoramento no reconhecimento de padrões
Distorções
As distorções visuais e alterações que são experimentadas são detalhadas abaixo:
Efeitos de distorção (Derretimento, Respirar, Fundir e Fluir) – Em comparação com outros psicodélicos, esse efeito pode ser descrito como altamente detalhado, devagar e fluido em movimento, estático em sua aparência e irreal/cartunista no seu estilo.
Rastros
Imagens persistentes
Repetição de texturas
Mudança de cores
Divisão do cenário
Geometria
A geometria visual que á apresentada durante a viagem é com frequência descrita como sendo similar em aparência ao LSD. Ela pode se descrita como algorítmica no estilo geométrico, intrincada na complexidade, com detalhes precisos e afastados, rápida e fluida em movimento, estruturada em sua forma, com cores brilhantes, com arestas afiadas e arredondadas em seus vértices. Em comparação com outros psicodélicos mais comumente utilizados, elas podem ser descritas como mais intrincadas que a geometria visual encontrada no 2C-I e a família 2C-X em geral, assim como quase completamente idênticas ao LSD, psilocibina e DMT em dosagens aproximadamente altas.
Em termos de seu comportamento, a geometria do 25B-NBOMe leva o usuário ao nível 7A da geometria visual com o nível 7B ainda não confirmado para essa substância. Ela também parece aumentar de intensidade quando o usuário fixa a visão em um ponto. A geometria geralmente engloba toda a visão do usuário e cria a sensação que o mesmo entrou em uma paisagem geométrica contínua, ou em uma paisagem psicodélica com uma sensação profunda de imersão corporal.
Estados alucinatórios
O 25B-NBOMe é capaz de produzir uma gama vasta de estados alucinatórios que variam do nível 1 -3. As catarses alucinatórias são reportadas mas são muito incomuns e inconsistentes se comparadas a outros psicodélicos mais comumente utilizados como a psilocibina, o 2C-B e o DMT.
Esses efeitos incluem:
Alucinações externas
Alucinações internas – Esse efeito em particular comumente contém alucinações com cenários, ambientes, conceitos e contato com entidades autônomas. Elas são mais comuns em ambientes escuros e podem ser descritas como internas em sua manifestação, lúcidas em sua veracidade, interativas em seu estilo e quase exclusivamente de natureza religiosa, espiritual, mística ou transcendental.
Efeitos auditivos do 25B-NBOMe
Os efeitos auditivos do 25B-NBOMe são comuns em sua ocorrência e exibem uma gama completa de efeitos que comumente incluem:
Melhoramentos
Distorções
Alucinações
Efeitos do 25B-NBOMe na saúde, potencial para dependência e tolerância
O 25B-NBOMe é uma substância muito nova e pouco é conhecido sobre seus riscos farmacológicos ou comportamentais. A dose letal não é conhecida. Algumas mortes foram atribuídas à overdose de 25B-NBOMe causada por manuseio incorreto e uso não-consciente dessa substância. A popularização do seu uso sugere que as mortes são causadas principalmente por overdose quando a substância é insuflada, e não por doses comuns ingeridas de forma sublingual.
O fato de que o 25B-NBOMe é ativo na faixa dos microgramas é um fator que contribui para overdoses, uma vez que a dosagem se torna significativamente mais difícil.
Em termos de seus potenciais para dependência, o 25B-NBOMe não foi estudado formalmente, mas devido à tolerância que se instala rapidamente e que permanece por até 2 – 3 semanas após a experiência, se torna essencialmente impossível usar essa substância compulsivamente.
Conclusão
Como substância, o 25B-NBOMe e a família dos NBOMe são psicodélicos extremamente interessantes mas não se comparam em termos alucinatórios e cognitivos à outros psicodélicos clássicos como o LSD, DMT e a psilocibina.
Os perigos dos psicodélicos são com frequência exagerados, mas essas substâncias expansoras da mente podem apresentar problemas se utilizadas sem cautela. Imagem: Dima Yastronaut – Balance
Psicodélicos possuem muito a oferecer à humanidade, e tem sido utilizados por milênios por culturas ao redor do mundo exatamente por esse motivo. Como toda medicina poderosa, entretanto, essas plantas e químicos expansores da mente nunca devem ser utilizados levianamente, e a aproximação não deve ser feita sem muita pesquisa e cuidado. Ambos os efeitos de cura e perigos potenciais dos psicodélicos não devem nunca ser subestimados, mas como iremos ver, (e ao contrário da concepção de muitas pessoas) os perigos com frequência não estão associados com os psicodélicos por si próprios.
Drogas Impostoras
Provavelmente o maior perigo para alguém que está tomando psicodélicos é, em um ambiente não-médico, ouvir de alguém que uma certa substância é “ácido”, “ecstasy”, quando de fato é algo totalmente diferente. Infelizmente, a ocorrência desse tipo de situação está aumentando, pois traficantes de rua tendem a tentar popularizar seu produto sob um nome popular, quando de fato o que é vendido são research chemicals que oferecem efeitos mais fortes em relação ao seu preço se comparados com os psicodélicos em sua forma pura. Substâncias não psicodélicas que são vendidas como tais incluem heroína, metanfetaminas, e até mesmo sais de banho (metilona e derivados). Essa tendência perturbadora ilustra as consequências mortais que o paradigma da proibição impõe e destaca a importância vital das práticas de redução de danos.
Considerações para desordens mentais não-diagnosticadas
Uma das parábolas mais antigas em relação aos psicodélicos é que consumi-los com frequência irá enlouquecê-lo – não por apenas algumas horas, mas para sempre. Como parte da campanha de pânico levantada contra os psicodélicos na década de 70 e 80, essa história era acreditada por muitas pessoas devido ao clima antagonista sócio-político que a guerra às drogas criou, mas na verdade essa é apenas uma falácia. Inúmeros estudos científicos têm sido feitos com psicodélicos, desde a psilocibina ao DMT e ao Peiote, e foi descoberto que psicodélicos não prejudicam o cérebro sob uso normal e controlado. A única ponta de verdade nessa história é que em uma fração muito pequena de casos, algumas pessoas que foram diagnosticadas como portadoras de distúrbios mentais ou com uma forte predisposição genética à esses distúrbios podem ter tido suas desordens desencadeadas mais cedo pelo psicodélico. E, claramente, não é necessário mencionar que altas dosagens de qualquer substância, legal ou ilegal, podem apresentar perigos reais, que o uso racional não apresenta.
Interações prejudiciais
Enquanto a maior parte dos psicodélicos são relativamente seguros por si mesmos, alguns prejudicam mais o corpo do que outros, e alguns interagem de maneira prejudicial com outras drogas. É por isso que centros de tratamento psicodélico ao redor do mundo requerem uma análise médica prévia. Os indivíduos devem sempre realizar pesquisas por si mesmos, mas alguns exemplos de fatores de risco que devem ser considerados incluem problemas cardíacos com o tratamento com ibogaína, antidepressivos com a ayahuasca, e dextromethorphan (DXM) com MDMA. Pessoas em qualquer tipo de tratamento devem realizar pesquisa extensiva antes de considerar qualquer tipo de experiência psicodélica.
Assegurando que os psicodélicos gerem mais benefícios do que prejuízos
“Bad trips”, ou viagens ruins com psicodélicos podem deixar as pessoas estressadas, mas elas podem ser reduzidas ou até mesmo transformadas em catarses de auto-transformação com set e setting apropriados. Isso significa que as intenções de uma pessoa que está buscando uma experiência psicodélica, combinadas com suas estruturas físicas e sociais, além da rede de apoio e suporte, tem um papel essencial em ajudar os indivíduos a transformar sua experiência em uma jornada psicodélica de aprendizado e enriquecimento pessoal.
Dito isso, se essas condições de suporte vitais são desfavoráveis, ou se uma pessoa não está preparada para enfrentar face a face seus sentimentos, traumas e padrões de comportamento mais profundos, ela pode se sentir oprimida e resistir à experiência, criando uma viagem desconfortável e muitas vezes assustadora, que nega os insights reveladores que os psicodélicos oferecem. A importância do set e setting e do suporte à experiência é a razão pela qual grupos como o Projeto Zendo existem e fornecem esse tipo de serviços a pessoas que estão passando por uma experiência desafiadora em festivais. Seja em um festival ou durante uma sessão de terapia psicodélica, o suporte humano é um componente essencial para assegurar a segurança física e emocional do indivíduo. Leia mais sobre redução de danos na experiência psicodélica aqui.
Uma renderização artística da experiência psicodélica. Cientistas dizem que o LSD tem efeitos psicológicos paradoxais.
O LSD pode causar um estado de psicose temporário, mas também pode levar a um bem-estar mental melhorado.
Drogas psicodélicas como o LSD tem o poder de mudar radicalmente a consciência, dando surgimento a uma série de efeitos psicológicos que são positivos, negativos, místicos e simplesmente esquisitos.
As pesquisas da última década mostraram que a psicoterapia assistida com LSD pode potencialmente tratar uma série de doenças mentais, incluindo a depressão, o vício, e ansiedade no período final da vida. Por outro lado, os cientistas também usaram o LSD para replicar os efeitos da psicose.
Mas se o LSD reproduz as características de um estado mental não saudável – psicose de estágio inicial – como ele pode melhorar a saúde mental a longo prazo?
Novas pesquisas apontam para uma resposta. Um estudo do Imperial College London publicado no último dia 5 na revista Psychological Medicine confirma que o LSD produz efeitos paradoxos, incluindo sintomas semelhantes a psicoses e bem-estar psicológico. Esses efeitos podem ser o resultado da tendência que esse fármaco tem de causar “maleabilidade cognitiva”, a qual os pesquisadores descrevem como uma espécie de flexibilidade mental melhorada.
“Existe provavelmente um ponto chave no equilíbrio de pensar entre a flexibilidade de um lado – a habilidade de ser adaptativo e criativo – e no outro lado, ser capaz de focar e ser organizado”, disse ao Huffington Post o Dr. Robin Carhart-Harris, um pesquisador psicodélico e autor líder da publicação.
“De alguma maneira, é assim que a consciência comum age quando você está saudável – você atinge esse ponto chave. Talvez os psicodélicos tendam a empurrá-lo um pouco mais para o lado criativo e adaptativo”, ele falou.
Embora sua mente seja flexível, Carhart-Harris explicou, você pode correr o risco de psicose: “Ideias que estão sendo geradas sem ter uma ancoragem sólida na realidade ou na lógica.”
[su_pullquote]Talvez os psicodélicos tendam a empurrá-lo um pouco mais para o lado criativo e adaptativo”
Dr. Robin Carhart-Harris, do Imperial College London
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Os 20 indivíduos adultos saudáveis que participaram na pesquisa passaram por duas seção de laboratório separadas por um período de duas semanas. Todos receberam 75 microgramas durante uma seção e um placebo durante a outra seção.
Os pesquisadores utilizaram um questionário de estados alterados de consciência para medir as “experiências espirituais, ansiedades, imaginário complexo e outros efeitos comuns das drogas psicodélicas” de cada paciente. Eles também utilizaram um questionário separado para acompanhar os sintomas semelhantes à psicose.
Como previsto, o LSD aparentou produzir resultados psicológicos contraditórios e significativos nos participantes da pesquisa, aumentando sua flexibilidade mental e melhorando o seu humor ao mesmo tempo em que levou a alguns sintomas que lembraram psicoses.
Duas semanas após cada seção, os participantes preencheram dois questionários sobre suas personalidades e tendências em relação ao otimismo e à desilusão. Suas respostas sugerem que eles se tornaram mais otimistas e de mente aberta, expressando grande curiosidade intelectual e sede de conhecimento e experiência. O seu pensamento não pareceu se tornar mais ou menos delirante, os pesquisadores observaram.
O que está acontecendo com o cérebro para que esses resultados sejam observados? Em outro estudo recente, a mesma equipe de pesquisa no Imperial College examinou como o LSD leva à “perda do ego” e produz um estado semelhante à psicose. Suas descobertas mostraram que o LSD faz isso reduzindo a conectividade dentro das redes cerebrais, e aumenta a conectividade entre as redes cerebrais que normalmente não interagem.
Essas mudanças na conectividade podem ser a resposta para a “perda cognitiva” que os pesquisadores mencionam. Essas mudanças também podem ilustrar como os psicodélicos como o LSD e a psilocibina (encontrada nos cogumelos mágicos) podem ter efeitos terapêuticos a longo prazo, embora inicialmente pareçam produzir um estado mental de psicose.
Um estudo da John Hopkins mostrou que adicionalmente aos efeitos terapêuticos conhecidos de drogas psicodélicas para várias doenças mentais, uma sessão simples de psilocibina pode gerar experiências místicas que resultam em efeitos positivos permanentes na personalidade – notavelmente, uma maior abertura a novas experiências. Outros estudos sugerem que os psicodélicos podem ajudar a reduzir a ansiedade e as chances de suicídio.
“Seria errado exagerar na relação existente entre os psicodélicos e a psicose, por que durante o estado psicodélico agudo, pode haver uma clareza surpreendente”, Carhart-Harris notou. “As pessoas podem ter insights genuínos”.
Mais um estudo falhou em demonstrar uma ligação entre a dietilamida do ácido lisérgico (LSD) ou outras drogas psicodélicas e a depressão, ansiedade e pensamentos ou comportamentos suicidas. Na verdade, os pesquisadores descobriram uma ligação entre psicodélicos e uma diminuição no tratamento psiquiátrico em regime de internamento.
Estes resultados são semelhantes aos de outros estudos recentes e soma-se a um crescente corpo de literatura indicando que as drogas psicodélicas podem não ser apenas seguras, mas na verdade serem terapêuticas quando se trata de saúde mental.
“A pesquisa sugere que os psiquiatras não devem ser preconceituosos contra as drogas psicodélicas e que, se eles têm pacientes que utilizam essas substâncias, não é necessariamente ruim para eles”, disse ao Medscape Medical News a investigadora do estudo Teri Suzanne Krebs, estudante de PhD e colega pesquisadora no Departamento de Neurociências da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, em Trondheim.
“Os médicos devem saber que é possível prescrever drogas psicodélicas agora, hoje, embora possa haver alguma papelada envolvida”, acrescentou.
Isso, acrescentou, está escrito na Convenção das Nações Unidas de 1971 sobre Substâncias Psicotrópicas.
O novo estudo foi publicado online 05 de março no Journal of Psychopharmacology.
SEM LIGAÇÃO COM DOENÇAS MENTAIS
Para o estudo, Krebs trabalhou com Pål-Ørjan Johansen, de EmmaSofia, uma empresa sem fins lucrativos com o objetivo de aumentar o acesso ao 3,4-metilenodioxi-metanfetamina (MDMA) e psicodélicos.
Os pesquisadores utilizaram o anual National Survey on Drug Use and Health (NSDUH — Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde), que recolhe dados sobre o uso de substâncias e saúde mental de uma amostra aleatória representativa da população civil não institucionalizada dos Estados Unidos. Eles reuniram dados de entrevistados com idade superior a 18 anos das pesquisas dos anos 2008 até 2011.
A amostra foi composta por 135.095 entrevistados, dos quais 19.299 (13,6% ponderada) relataram uso durante vida de uma substância psicodélica — incluindo LSD, psilocibina, mescalina ou peyote. Estes são todos psicodélicos serotoninérgicos clássicos cujo mecanismo de ação principal é a do receptor 5-HT2A.
Os pesquisadores examinaram autorrelatos de 11 indicadores de problemas de saúde mental dos últimos 12 meses, incluindo depressão, transtornos de ansiedade e pensamentos, planos e tentativas suicidas.
O estudo descobriu que os usuários de psicodélicos eram mais propensos que os não usuários a serem mais jovens, do sexo masculino, brancos, solteiros, a realizarem atividades de risco, e de terem usado outras drogas. Eles também foram mais propensos a relatarem um episódio depressivo antes dos 18 anos. É possível, disse Krebs, que a depressão infantil motive algumas pessoas a experimentar substâncias psicodélicas.
O uso vitalício de psicodélicos não foi associado com qualquer um dos indicadores de problemas de saúde mental (adjusted odds ratio [aOR] gama, 0,7–1,1), Em vez disso, o uso vitalício de psicodélicos foi associado a uma menor probabilidade de internação para tratamento da saúde mental nos últimos 12 meses (aOR , 0,8; 95% intervalo de confiança, 0,6–0,9; P = 0,01).
Os investigadores também encontraram níveis mais baixos de comportamento suicida entre os usuários de drogas psicodélicas, mas isso não foi estatisticamente significativo, disse Krebs.
Olhando para drogas psicodélicas individualmente, o estudo mostrou uma associação estatisticamente significativa entre o uso de psilocibina e uma menor probabilidade de grave distúrbio psicológico, internação hospitalar para saúde mental e prescrição de medicamentos psiquiátricos (AOR, 0,9; P = 0,007).
Uso de LSD nos últimos 12 meses foi associado a uma menor probabilidade de grave distúrbio psicológico (AOR, 0,8; P = 0,04).
No entanto, o uso de mescalina ou peyote foi associado a uma maior probabilidade de um grande episódio depressivo nos últimos 12 meses.
“Quando você está usando um monte de diferentes comparações estatísticas como esta, você espera encontrar algumas coisas apenas por acaso”, explicou Krebs. Ela observou que a significância estatística foi muito fraca e que o tamanho do efeito foi pequeno.
Assim, ela acrescentou, o uso da mescalina ou peyote não foi associado a um diagnóstico médico de depressão.
Estratificando por idade, sexo, uso de drogas ilícitas nos últimos 12 meses, ou episódio depressivo na infância não se alterou substancialmente os resultados das análises.
“FLASHBACKS” DESMASCARADOS
Os autores também discutiram o conceito de “flashbacks”. Na década de 1960, usuários de LSD relataram ter experiências psicodélicas recorrentes. Mas verificou-se que os pacientes que alegam sofrer dos chamados flashbacks foram diagnosticados com esquizofrenia e já estavam obcecados com sua experiência das drogas.
“A investigação não suporta os flashbacks; não é um fenômeno real”, disse Krebs.
Ela também disse que o conceito de Transtorno Perceptual Persistente por Alucinógenos (HPPD, em inglês), em que os sintomas visuais são vinculados ingestão de psicodélicos, estava errado.
“Se você olhar para isso de perto, é, na verdade, um fenômeno ótico comum que qualquer um poderia ter”, disse ela. “Por exemplo, se você olhar para o céu ou ir de um quarto escuro para um quarto iluminado, pode haver todos os tipos de efeitos visuais. Nunca foi demonstrado que estes sintomas são maiores em pessoas que usam drogas psicodélicas em relação àqueles que não o fazem. “
É importante, disse Krebs, não confiar em anedotas, relatos de caso e perspectivas tendenciosas e para visualizar dados sobre o uso de psicodélicos do ponto de vista estatístico.
O que é bem documentada, porém, é que os psicodélicos provocam experiências espirituais e que os usuários relatam conseguir mais compreensão e aceitação de si mesmos.
Os autores citaram um recente estudo controlado e randomizado de psilocibina em que 67% dos participantes consideraram a experiência como um dos momentos pessoais mais significativos de suas vidas, e 64% relataram melhoria no bem-estar ou satisfação com a vida.
Psicodélicos provavelmente, não apenas não causam mal, mas parecem ser menos arriscados do que outras drogas e comportamentos. Na Holanda, onde os cogumelos psicodélicos são vendidos em lojas a qualquer pessoa maior de 18 anos, ambas as autoridades de saúde e policial relatam pouquíssimos problemas associados ao seu uso, disse Krebs.
“Os especialistas estimam que lá existe uma hospitalização ou ferimento grave a cada 100.000 porções de cogumelos consumidos a cada ano na Holanda”, disse Krebs.
MITO DO VÍCIO
Krebs salientou que os psicodélicos não são viciantes e não levam ao uso compulsivo ou dependência. “Esta é a incompreensão pública mais comum sobre psicodélicos”, disse ela. “As pessoas pensam que por serem substâncias controladas, devem ser viciantes, o que não é verdade.”
Nos Estados Unidos, drogas psicodélicas são classificadas com Nïvel I (Schedule I — ver nota do tradutor no final da matéria) pela Administração do Combate às Drogas (DEA, Drug Enforcement Administration em inglês). Essas substâncias são consideradas sem nenhum valor médico e com um alto potencial de abuso.
Mas este potencial de abuso é apenas um dos mitos que continuam a cercar drogas psicodélicas, disse Krebs. Ela destacou que “abuso” não é definido, e que de acordo com o Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos Estados Unidos, o LSD não é considerado uma droga que vicia, pois não produz o comportamento compulsivo em busca de drogas.
“E se você olhar para o texto norte-americano de 1970 da Lei de Substâncias Controladas [CSA, Controlled Substances Act em inglês], não diz nada sobre o vício / dependência.”
Uma cláusula do CSA permite que drogas sejam classificadas de qualquer maneira sem qualquer critério. “Isto foi o que aconteceu com MDMA/Ecstasy. Ele foi colocado como Nïvel I apesar de um juiz do DEA julgar que o MDMA deve ser Nível III (Schedule III) ou sem classificação”, explicou.
De acordo com Krebs, os médicos podem não estar cientes de que, segundo a Convenção de 1971 das Nações Unidas sobre Substâncias Psicotrópicas, é permitido o uso de drogas nível 1 não só para fins científicos, mas também para “fins médicos muito limitados. “Por exemplo, uma clínica licenciada na Suíça na década de 1990 forneceu LSD para mais de 100 pacientes, sem a execução de um estudo clínico formal. ”
Outro equívoco é que o uso de psicodélicos é raro. Estima-se que nos Estados Unidos, cerca de 1 em 6 adultos com menos de 65 anos usaram alguma droga psicodélica, de acordo com Krebs. As pesquisas sugerem que, assim como na década de 60, um número semelhante de pessoas tomam essas drogas nos dias de hoje, disse ela.
No entanto, outro mito que tem atormentado o campo de substâncias psicodélicas é a ideia de que há um risco maior de tentativas de suicídio e morte ou lesão sob o efeito de uma droga psicodélica, disse Krebs. “Com base em outros dados, sabemos que isso é extremamente raro.”
Parece haver um interesse renovado na utilização terapêutica de drogas psicodélicas. Krebs citou um estudo aberto no Novo México que descobriu que entre os nove pacientes dependentes de álcool que tomaram duas doses de psilocibina, o consumo de álcool foi reduzido à metade após 6 meses. Estas substâncias também estão sendo estudadas para determinar seu papel na cessação do tabagismo e dependência de cocaína.
Mas alguns no campo estão preocupados com a falta de apoio da indústria farmacêutica. As empresas farmacêuticas não estão muito interessadas em agentes com patentes que expiraram a muito tempo e que não são administrados diariamente.
Talvez por isso alguns pesquisadores se voltaram para o financiamento público para pagar a pesquisa psicodélica. No Reino Unido, esta tática está sendo usada para arrecadar dinheiro para um estudo de imagem cerebral com LSD. Kregs e seu co-pesquisador Johansen também estão realizando uma campanha de crowd-funding para ajudar a financiar sua pesquisa.
Embora o estudo atual não tenha encontrado uma associação estatisticamente significativa entre o uso de psicodélico e aumento da probabilidade de pensamentos, planos ou tentativas suicidas nos últimos 12 meses, um outro estudo recente fez.
Ambos os estudos usaram dados do NSDUH e abordaram questões muito semelhantes, mas o estudo anterior (Hendricks PS et al. J Psychopharmacol. Publicado on-line 13 de janeiro de 2015) incluiu cerca de 60.000 participantes e um ano adicional de análise.
“Nós encontramos um efeito estatisticamente significativo para redução de danos, e eles não o fizeram simplesmente porque tínhamos mais poder estatístico, pelo contrário, nossos odds ratios foram semelhantes e os nossos resultados são consistentes”, comentou o principal autor desse estudo anterior, Peter Hendricks, PhD, professor assistente do Departamento de Saúde Comportamental da Universidade de Alabama em Birmingham.
O Estudo do Dr. Hendricks focou principalmente no suicídio, ao passo que o estudo Krebs olhou para 11 resultados diferentes.
NOVA PESQUISA
Comentando o estudo para o Medscape Medical News, o Dr. Hendricks disse que era “muito bem feito” e “sólido”.
“Foi um estudo bem conduzido. Esta é a equipe de pesquisa que produziu algumas das pesquisas mais novas e rigorosas no passado”
Embora ele veja a onda de novas pesquisas com psicodélicos como um “renascimento”, ele acredita que poderia muito bem ser uma explosão de novas pesquisas se os fundos fossem mais prontamente disponíveis. No entanto, observou ele, isso significaria a remoção de drogas psicodélicas da classificação Nível 1 do DEA.
O aparente aumento recente dos financiamentos públicos para pesquisas sobre psicodélicos reforça o fato de que a obtenção de financiamento de pesquisa de “agências endinheiradas como o NIH” ainda é um desafio, disse o Dr. Hendricks.
Grande parte da pesquisa que foi financiada parece apontar para a utilidade das drogas psicodélicas no campo de dependência, disse o Dr. Hendricks. Ele acredita que, enquanto terapias medicamentosas como a reposição de nicotina tem como alvo mecanismos específicos, os psicodélicos focam nos processos de ordem superior. “Estamos oferecendo o que pensamos ser uma experiência espiritual significativa que pode fornecer um compromisso com a abstinência, a motivação para deixar que poderia funcionar independentemente da substância específica de abuso.”
Teri Suzanne Kregs é líder de conselho e Pal-Ørjan Johansen é um membro do conselho de EmmaSofia. Dr. Hendricks relata nenhuma relação financeira relevante.
J Psychopharmacol. Publicado on-line 05 de março de 2015. Texto completo.
Nota do Tradutor — Sistema de classificação de substâncias controladas em vigência nos EUA.
Nível/Schedule 1: substâncias com alto potencial de abuso; sem valor medicinal; sem níveis seguros para utilização com supervisão médica. São elas -> Maconha, DMT, LSD, MDMA, Psilocibina, Peyote, Mescalina, Heroína e outras.
Nível/Schedule 2: substâncias com alto potencial de abuso; possuem valor medicinal; seu abuso pode levar a dependência física e psíquica severas. São elas -> Cocaína, Anfetaminas, Oxicodona, Metadona, Ópio, Morfina e outras.
Nível/Schedule 3: substâncias com menor potencial viciante em comparação com as substâncias da Classificação 1 e 2; possui valor medicinal; seu abuso pode levar a dependência física leve à moderada e a dependência psíquica elevada. São elas -> Esteroides Anabolizantes, Ketamina, Marinol, Di-hidrocodeína e outras.
Nível/Schedule 4: substâncias com baixo potencial viciante em comparação com as substâncias da Classificação 3; possuí valor medicinal; seu abuso pode levar a dependência física e psíquica leve em comparação com as substâncias da Classificação 3. São elas as benzodiazepinas como Alprazolam, Clonazepam e Diazepam, análogos Benzodiazepínicos (Droga Z) como Zolpidem e Zopiclone e outras.
Texto postado originalmente em medscape.com em 12 de março de 2.015.