Mescalina e seus Efeitos – Análise Completa da Substância

3,4,5-Trimethoxyphenethylaminegigasport-online cainsmooredonna fracominaoutlet fracominaabiti coralbluescarpe harmontblainescarpe akuscarpe gabsoutlet akutrekkingshop ovyescarpe relaxdaysstore donkeywinkekatze maisenzashop von-dutch lecopavillon  (commonly known as Mescaline) is a naturally-occurring psychedelic alkaloid of the phenethylamineclass that produces “classical psychedelic” effects (i.e. those of psilocybin mushroomsmescalineLSD, and DMT when administered.[1]

Mescaline occurs naturally in the peyote cactus (Lophophora williamsii),[2] and it is produced in a number of other cacti species such as the Echinopsis pachanoi (San Pedro cactus),[3] Echinopsis peruviana (Peruvian Torch) as well as the Cactaceae plant and the Fabaceaebean family.[4] It was first isolated and identified in 1897 by the German chemist Arthur Heffter[5] and first synthesized in 1919 by Ernst Späth.[6]

This particular substance is both an important part of and inspiration to Alexander Shulgin‘s life’s work as a psychedelic chemist and researcher. It is a member of the so-called “magical half-dozen” which refers to Shulgin’s self-rated most important phenethylamine compounds with psychedelic activity, all of which except mescaline he developed and synthesized himself. They are found within the first book of PiHKAL, and are as follows: Mescaline, DOM2C-B2C-E2C-T-2 and 2C-T-7.[7]

Unlike most highly prohibited substances, mescaline is not considered to be dependence-forming or addictive by the research and medical community.[8] Nevertheless, unpredictable adverse reactions such as anxietyparanoiadelusions and psychosis can still always occur, particularly among those predisposed to psychiatric disorders.[9] It is highly advised to approach this powerful, long-lasting hallucinogenicsubstance with the proper amount of precaution and harm reduction practices if using this substance.

History

The ritual use of the Peyote cactus has occurred for at least 5700 years by Native Americans in Mexico. Upon early contact, Europeans noted the use of Peyote in Native American religious ceremonies. Additionally, alternative mescaline-containing cacti such as the San Pedro have a long history of use in the South American continent, spanning from Peru to Ecuador.[10]

The principal psychoactive component in both Peyote and San Pedro, mescaline, was first isolated and identified in 1897 by the German chemist Arthur Heffter[11] and first synthesized in 1919 by Ernst Späth.[12]

In traditional peyote preparations, the top of the cactus is cut at ground level, leaving the large tap roots to grow new ‘heads’. These ‘heads’ are then dried to make disc-shaped buttons and the buttons are chewed to produce the effects or soaked in water to drink. In modern times, users will often grind it into a powder and pour it into gel capsules to avoid having to come into contact with the bitter taste of the cactus. The usual human dose is 200–400 milligrams of mescaline sulfate or 178–356 milligrams of mescaline hydrochloride.[13]The average 76 mm (3.0 in.) button contains about 25 mg mescaline.[14]

Enfrentando a prisão após caçar cogumelos mágicos

Paul Lee Corbett, morador de Washington, EUA, é um caçador de cogumelos mágicos de 63 anos com grande amor pela natureza. Entre 1968 e 1976, ele viveu, estudou e viajou entre o Noroeste do Pacífico, nas Rocky Mountains, e regiões do Alasca. Ele passou grande parte de sua vida no Alasca, onde sustentou sua família utilizando o ambiente que os rodeava. Ele utilizava redes e linhas para pesca, caçava seu alimento e cultivava seus vegetais. Além disso, é um amante de longas mochiladas entre o Alasca e a Colúmbia Britânica. “Eu amo a natureza e a paz de estar nela”, ele diz.

Enquanto explorava essas terras, Corbett ao mesmo tempo criou uma forte relação com o uso da paisagem através das substâncias enteógenas, como a cannabis, LSD, e cogumelos mágicos. Corbett conhece bastante, de fato, sobre cogumelos mágicos – e não somente por comer eles. Ele é um forrageador experiente com vasto conhecimentos sobre as diferentes espécies de cogumelos psicodélicos, que possuem uma diversidade de aproximadamente centenas de espécies, pertencendo a algumas dezenas de gêneros.

Ele dá crédito ao LSD em particular por ter “mudado sua mente em todas as direções” e libertado ele de seu vício em heroína. Mas os efeitos permanentes foram muito mais profundos. “Eu não  me sentia mais confortável nessa sociedade, os Estados Unidos, ou até mesmo qualquer sociedade”, ele diz. Após suas experiências com drogas, ele deixou os EUA, viajando para o norte antes de chegar no Alaska, recomeçando sua vida em localidades remotas.

Atualmente, Corbett está enfrentando uma possível sentença de prisão de cinco anos por posse de cogumelos que contém psilocibina. Em novembro de 2016, ele foi preso por coletar cogumelos mágicos no Cape Disappointment Park no estado de Washington. Ele viu o que parecia ser uma nova espécie não identificada de cogumelo mágico, coletando o espécime para análise posterior. Corbett alega inocência, argumentando que ele não cometeu nenhum crime e não feriu ninguém. Ele estava apenas exercendo sua curiosidade natural, ele disse.

Ele coletou os primeiros cogumelos mágicos nos arredores de Seattle em 1972. “Aquilo abriu meus olhos para as informações recentes sobre estação e localização, então eu me tornei curioso sobre aquilo”, ele contou. “Eventualmente eu encontrei outras espécies de Psilocybe. Uma vez que você encontra o cogumelo, você aprende sobre os outros cogumelos que crescem com ele, quais são os tipos de árvore, qual tipo de substrato eles se desenvolvem, seja ele grama ou casca de árvore. Os cogumelos o educam sobre o resto da floresta e do ambiente também”.

Corbett estava fazendo uma trilha no Cape Disappointment Park quando ele notou grandes cogumelos avermelhados em uma pilha de lascas de madeira, que para seu conhecimento, não eram identificadas. Um sinal próximo dizia: “Proibido coletar cogumelos: violadores sujeitos a processo criminal”. Corbett ignorou o aviso, surpreendido por sua descoberta. “Todo mundo que vai para lá pens que esses cogumelos são Psilocybe azurescens, mas eles não são. Eles são mais potentes como os “liberty caps”  (Psilocybe semilanceata), e são muito, muito bonitos. Mais perto, na grama, ele encontrou azurescens verdadeiros. Mais espécimes do cogumelo misterioso haviam surgido perto do local onde Corbett tinha estacionado seu caminhão.

cogumelos magicos psilocybe semilanceata
Cogumelos mágicos Psilocybe semilanceata

Os cogumelos estranhos, Corbett acredita, são uma sub-espécie – senão uma espécie totalmente diferente – de azurescens. “Eu os coloco junto pois eles são claramente diferentes, sem nenhum engano. Eles não se parecem nenhum pouco”. Após armazenar a sacola em seu caminhão, Corbett coloca mais 10 cogumelos em seu bolso, quando um guarda sai dos arbustos com uma arma apontada para a cara de Corbett.

O guarda olhou nos bolsos de Corbett em procura dos cogumelos, e então o algemou. Outro guarda logo chegou também. Corbett revelou calmamente onde os outros cogumelos estavam armazenados, e os oficiais revistaram seu veículo. Ele foi preso e então levado para a prisão local. Depois que a polícia chamou um juiz, eles foram aconselhados a libertar Corbett. Ele voltou para a costa de Washington para sua esposa, Joyce, que ele nunca pode deixar sozinha por muito tempo pela sua debilidade física.

Joyce, companheira de Corbett

Corbett foi acusado de posse de uma substância controlada, punida em Washington com até 5 anos de prisão e fiança de 10.000 dólares. Foi oferecida a ele um acordo de um ano de condicional com 15 dias na prisão, mas ele imediatamente recusou. “Joyce utiliza a cannabis medicinal para reduzir um quarto de sua medicação para a dor”, ele explica, “mas na condicional ela não poderia nem estar no mesmo local que eu”.

“Além disso”, ele adiciona (com um tom de enfado), “eu não cometi um crime. Não existe nenhum lado prejudicado envolvido no que ocorreu, somente Joyce e eu. De fato, durante minhas coletas, eu provavelmente salvei centenas de pessoas que eram realmente estúpidas”. Nem todas as espécies de cogumelos são seguras para o consumo, ele afirma. Através do conhecimento que ele obteve e compartilhou em uma longa jornada de forrageio, ele preveniu iniciantes de sofrerem possíveis efeitos colaterais fatais.

Corbett esteve na corte diversas vezes desde o incidente, mas o caso ainda não foi resolvido. Vinte e quatro horas antes de um de seus compromissos na corte, foi ordenado que ele deixasse sua esposa no hospital sob risco de desrespeito ao tribunal – apesar dos pedidos do doutor para que fosse feito o contrário – e dirigisse por 6 horas de Fort Townshend, sua residência, para comparecer à audiência.

Corbett foi fustrado pelo que ele considerou conselho insuficiente ou até mesmo contraprodutivo de seus advogados, que sugeriram a ele se declarar culpado. Eles se recusaram a discutir qualquer coisa relacionada a cogumelos ou enteógenos, e esperam que Corbett aceite a acusação e cumpra a pena. Mas ele está determinado a desafiar a lei e provar sua inocência.

Desde então ele despediu seus advogados e espera contratar um que represente melhor ele e sua situação única. Ele abriu uma campanha de arrecadação para custear as despesas legais e as despesas médicas de sua parceira.

Desde a prisão, Corbett e Joyce tem viajado por Washington, devido à uma recente hospitalização e cirurgia que Joyce foi submetida. Ele afirma que a pior consequência provável de sua convicção será deixar para trás sua parceira. “Nós estamos vivendo em um acampamento agora – que é muito bom – mas ela não é capaz de viver sozinha”. Ambos dependem da renda por invalidez, e não possuem dinheiro para aluguéis.

Corbett dá um suspiro profundo quando expõe essa situação. “Isso deve acabar. As pessoas precisam se educar. Minha esperança é educar toda a corte. É um mistério para todos nós o motivo desses cogumelos serem ilegais. E é um mistério para mim por que a palavra ‘liberdade’ não se aplica à minha curiosidade e uso enteogênico”.

Ele está inseguro do seu próprio destino, mas ele não perdeu a fé nas gerações jovens. “Eu tenho a esperança que a educação sobre essas substâncias enteogênicas possam nos auxiliar a mudar o mundo, pois estou preocupado com ele. Eu espero que esse novo movimento possa mudar as coisas. Então nós olhamos para tudo – cada um e a Terra – de um modo que seja mais cuidadoso e mais para o lado do amor.

“Eu acho que as pessoas realmente não conhecem os cogumelos e onde eles habitam. Eles vivem em lindos lugares, lugares incríveis. E novamente eles também nos seguem seja por onde formos. Eles querem estar conosco, e nos ensinar”.

Corbett retornará ao julgamento em novembro de 2017, depois de mais duas audiências programadas no outono.

Fonte

 

MDMA e Seus Efeitos – Análise Completa da Substância

Agrademos ao leitor Pedro Reis pela tradução do texto! Quer ajudar o blog? Solicite um texto para traduzir através do email equipemundocogumelo@gmail.com

molecula_mdma
A molécula de MDMA

MDMA – Tudo sobre a molécula

Duração:

Início dos efeitos: 20 – 70 minutos
Duração: 3 – 5 horas
Duração dos efeitos perceptíveis após o pico: até 24 horas

Dosagem:

Dosagem limiar: 30mg
Leve: 40 – 75 mg
Comum: 75 – 100 mg
Forte: 100 – 200mg
Pesada: 200mg +

MDMA (3,4-metilenodioxi-N-metilanfetamina) é uma droga entactogênica (isto é, uma classificação de drogas psicoativas capazes de aumentar o sentimento de empatia) da família da fenetilamina e anfetamina. Foi sintetizado pela primeira vez em 1912 pelo químico Anton Kollisch como um potencial medicamento para a supressão de hemorragia anormal. Pelos 65 anos seguintes, o MDMA foi em grande parte deixado de lado, com os primeiros relatos de uso para fins recreativos por volta de 1970. Foi finalmente classificada como uma substância controlada em 1985, quando seu uso começou a espalhar-se pela a sociedade mainstream e pelas raves.

O MDMA atua como um agente de liberação dos neurotransmissores conhecidos como serotonina, dopamina e norepinefrina, que são responsáveis pelo prazer, motivação e foco. Isso ocorre através da inibição da recaptação e reabsorção dos neurotransmissores depois realizarem sua função de transmissão de um impulso neural. Essencialmente, ele permite que os neurotransmissores sejam acumulados e reutilizados, causando efeitos estimulantes tanto físicos quanto eufóricos.

Muitas pessoas dentre as comunidades psicodélicas on-line pensam que os relatos de efeitos psicodélicos do MDMA não passam de mito, por nunca terem vivenciado a experiência em si. Ele produz efeitos psicodélicos bastante poderosos e alucinações sob as circunstâncias corretas, particularmente em doses elevadas e especialmente quando combinada com maconha. Estes efeitos são similares a cogumelos e LSD, mas diferentes de qualquer outro psicodélico comumente usado. Os efeitos não aparecem de forma consistente mas são rapidamente percebidos por qualquer pessoa, mesmo que não esteja acostumada com os psicodélicos mais tradicionais. Estes podem acontecer durante qualquer ponto da trip, porém são mais comuns durante a “aterrizagem”.

A experiência com MDMA contempla um conjunto complexo e amplo de efeitos que podem ser encontrados aqui , e vou descrevê-los melhor a partir de agora.

Efeitos físicos:

Os efeitos físicos do MDMA podem ser divididos em cinco componentes que se intensificam progressivamente proporcionalmente à dosagem. Estes estão descritos abaixo e incluem geralmente:

  • Sensações táteis espontâneas – a sensação corporal sob efeito de MDMA pode ser descrita como um formigamento eufórico que vai de moderado a extremo e que abrange todo o corpo. É capaz de se tornar extremamente agradável nas doses mais elevadas. Esta sensação se mantém consistente e aumenta constantemente logo no início e atinge o seu limite uma vez que o pico tenha sido atingido.

  • Toque mais perceptivo

  • Estímulos – em termos de seus efeitos sobre os usuários, os níveis de energia físicas do MDMA é comumente considerado extremamente estimulante e enérgico, o que encoraja atividades como corrida, escalada e dança fazendo do MDMA uma escolha popular para eventos musicais, como festas e raves. O estímulo particular do MDMA pode ser descrito como forçoso, isto é, significa que em doses mais elevadas torna-se difícil ou impossível de se manter relaxado, como um apertamento da mandíbula e tremores e vibrações involuntárias pelo corpo, resultando em uma instabilidade extrema das mãos e uma falta geral de controle motor.

  • Visão vibrando – os globos oculares de uma pessoa podem começar a se mexer espontaneamente num movimento rápido, para frente e para trás, deixando a visão embaçada e temporariamente fora de foco; a isso se dá o nome de nistagmo.

  • Desidratação – boca seca e desidratação são uma experiência universal com MDMA causando um aumento da frequência cardíaca e uma forte motivação a se envolver em atividades físicas extenuantes. Embora seja MUITO importante evitar a desidratação, especialmente quando se dança num ambiente quente, um número de usuários já sofreram de intoxicação por água por beber demais. Por isso é aconselhável que os usuários bebam água, mas sem grandes exageros.

  • Dificuldade de urinar – altas doses de MDMA resultam em uma dificuldade geral em urinar, um efeito completamente temporário e inofensivo, devido à promoção da liberação do hormônio antidiurético (ADH), responsável por regular a micção. Este efeito pode ser reduzido ao se relaxar, mas pode ser aliviado significativamente colocando uma flanela quente sobre os órgãos genitais para aquecê-los e incentivar o fluxo de sangue.

Efeitos cognitivos:

Os efeitos cognitivos do MDMA podem ser divididos em dez componentes que se intensificam progressivamente proporcionalmente à dosagem. O efeito geral do MDMA é descrito por muitos como uma estimulação mental extrema, sentimentos de amor ou empatia e poderosa euforia. Ele traz um grande número de efeitos típicos psicodélicos, entactogênicos e estimulantes cognitivos.

Os mais proeminentes destes efeitos cognitivos incluem geralmente,

  • Euforia – forte euforia emocional e sentimentos de felicidade estão presentes, ocasionadas provavelmente por uma liberação de serotonina e dopamina.

  • Pensamentos acelerados

  • Aumento da empatia, amor e sociabilidade – este efeito terapêutico em particular é o mais evidente e poderoso dentre os provocados pelo MDMA, mais do que qualquer outra substância conhecida. É o efeito mais predominante e perceptível de qualquer experiência de MDMA. No entanto, com o passar do tempo e o uso repetido, este efeito torna-se severamente diminuído por passar a se tratar de um lugar comum, logo as pessoas se sentem apenas estimuladas e eufóricas, porém sem a necessidade de comunicar suas novas sensações com os outros. Alguns usuários relatam que o MDMA “perde a sua magia” com apenas 10 experiências, enquanto outros relataram centenas de utilizações antes das qualidades empáticas desaparecerem. No entanto, isto parece não ser verdade para todos os usuários, com muitos relatando que não sofreram qualquer redução na qualidade da experiência após dezenas ou mesmo centenas de vezes.

  • Atenção Plena

  • Distorção do tempo – fortes sentimentos de encurtamento e aceleração do tempo são comuns com MDMA.

  • Estados de unidade e interconexão – experiências de unidade, unicidade e de interconexão são comuns entre os níveis de 2-3. Este componente se manifesta mais consistentemente com altas dosagens, em meio a grandes multidões como raves e eventos musicais de forma que a pessoa “se torna um com o todo”.

Efeitos visuais:

Os efeitos visuais do MDMA ocorrem de forma mais seletiva e menos consistente do que qualquer outro psicodélico tradicional e é por isso que muitas pessoas consideram relatos de outros com MDMA como sendo um “mito” ou um “rumor”. Os efeitos podem nunca se manifestar, mas são mais prováveis de ocorrer em doses altas de MDMA puro, e se o usuário fumar maconha mais ao fim da experiência. Também são mais prováveis de ocorrer caso o usuário tenha alguma experiência prévia com outros psicodélicos, mas nada impede de que os efeitos apareçam para qualquer um.

Aprimoramentos

O MDMA apresenta uma série de aprimoramentos visuais suaves em comparação aos demais psicodélicos tradicionais, mas ainda são facilmente perceptíveis.

Incluem principalmente:

  • Aperfeiçoamento de cores
  • Maior facilidade em reconhecer padrões

Distorções

O MDMA apresenta apenas uma alteração visual:

  • Rastros – este efeito raramente se manifesta além do nível 1-3.

Geometria

A geometria visual presente durante a trip pode ser descrita como mais próxima da psilocina do que do LSD. Pode ser descrita como uma organização estruturada, orgânica do estilo geométrico, intrincada em complexidade, de tamanho grande, com movimentos rápidos e suaves, predominando tons de azul e cinza, de cor brilhante, com bordas borradas e nítidas e cantos arredondados e angulares. Em doses mais elevadas é comum atingir estados de Nível 7A até o Nível 7B. Muitos usuários relatam um sentimento de leve ameaça, seguido de um estilo sinistro com um esquema de cores que geralmente abrange o cinza e o azul.

Estados Alucinatórios

O MDMA é capaz de produz um leque único de estados alucinatórios sutis a altos e de uma forma significativamente menos consistente e reprodutível do que a de muitos outros psicodélicos comumente usados.

Estes efeitos incluem:

  • Alucinações internas – as alucinações internas induzidas pelo MDMA só acontecem espontaneamente em dosagens extremamente elevadas. A forma mais comum em que se manifestam são através de cenários hipnagógicos, os quais o usuário se encontrar como se estivesse caindo no sono após uma noite de uso e que geralmente podem ser descritos como uma reprodução de uma memória ocorrida várias horas anteriores. São curtos e fugazes, mas frequentes e bastante realistas e convincentes quando acontecem. Geralmente tomam a forma de uma conversa com as pessoas que estiveram com você naquele momento ou podem também se tornar histórias bizarras e completamente sem sentido.

  • Alucinações externas – são semelhantes aos efeitos encontrados em delirantes mas normalmente são replays de memória e eventos esperados semi realistas. Por exemplo, as pessoas poderiam aparecer casualmente segurando objetos ou executar ações que você esperaria na vida real até que de desaparecem e se dissolvem caso haja uma interação mais concreta com elas. Os exemplos comuns disto incluem ver pessoas usando óculos quando na verdade não estão e confundir objetos na visão periférica com seres humanos. Em doses mais elevadas no entanto, elas são capazes de permanecerem presentes e de natureza delirante.

Efeitos auditivos:

Os efeitos auditivos de MDMA são comuns e exibem uma gama parcial de efeitos que inclui normalmente:

  • Aprimoramentos

  • Alucinações – ocorrem geralmente no final da noite, e quase sempre consiste em repetições de memória de horas anteriores. São comumente manifestadas como vídeos da música que foi tocada e vozes distorcidas das pessoas que falaram. Podem tornar-se tão alto em volume como o nível de ruído de qualquer rave ou festa e ocasionalmente podem se tornar complexas o suficiente para se manifestarem como músicas ou sinfonias complicadas, inéditas e completamente coerentes independente do estilo.

Dicas sobre como induzir esses efeitos:

Se você quiser induzir esses efeitos, sugiro que pegue o que considere ser uma dose moderado-forte (150mg). Certifique-se de que você tem MDMA puro e não pílulas variadas de natureza indeterminada. Se for combinado com um bong e uma boa quantidade de maconha, os efeitos psicodélicos quase sempre ocorrem
Isso geralmente parece ser o suficiente para a maioria das pessoas, mas umas vez que o MDMA possui características seletivas, pode não funcionar para outras. Outras pessoas e eu já sentimos de vez em quando os efeitos mesmo sem fumar maconha, porém tivemos fortes brisas consistentemente toda vez que fumamos.

Conclusão:

O MDMA é antes de tudo um entactógeno, e depois, uma substância psicodélica. É melhor usado para a resolução de problemas interpessoais, fortalecer os laços afetivos e para dar aquela turbinada na festa. Suas propriedades psicodélicas são extremamente singulares, interessantes e algo que tento induzir toda vez que tomo esta substância.

É importante ter em mente, no entanto, que sua utilização excessiva pode resultar em grave depleção do neurotransmissor e síndrome da serotonina. É por isso que eu recomendo que você faça sua própria pesquisa antes de considerar o uso desta droga. Vindo de uma experiência pessoal, ele nunca deve ser usado mais de uma vez por mês ou, de preferência não mais do que duas vezes por ano.

Fonte

O Renascimento do LSD e Outros Psicodélicos

Assista o vídeo abaixo, legendado! Aprenda um pouco mais sobre a jornada dos psicodélicos, desde a seu surgimento, proibição e controvérsias no século passado, que perduram até os últimos anos, e as novas fronteiras da pesquisa científica sobre os potenciais benéficos dessas substâncias.

 

Em centros de pesquisa respeitados nos Estados Unidos e em outros países, os cientistas passaram muito tempo de suas vidas profissionais em programas de reabilitação de drogas. Mas não por que eles tenham um problema com o vício. O que eles estão tentando fazer é reabilitar as próprias drogas.

O foco deles está em substâncias alteradoras da mente que entraram na obscuridade devido à proibição, cerca de meio século atrás, e o LSD está entre elas. Juntamente com outros psicodélicos, o LSD foi amaldiçoado como sendo uma substância de alto potencial de abuso e que não oferece nenhum benefício medicinal e psiquiátrico. Mas nos últimos anos, pesquisadores têm procurado resgatar os alucinógenos do exílio examinando sua eficácia no tratamento de certas desordens da mente, e talvez até mesmo no seu papel importante para compreender a natureza da consciência e da espiritualidade.

O trabalho desses cientistas agora foi compilado no vídeo acima, que examina as principais características históricas desse psicodélico tão famoso.

Substâncias psicoativas, geralmente extraídas de cogumelos mágicos, têm sido parte da cultura humana das Américas Central e Sul, e até mesmo do Saara, por milhares de anos. Mas não é preciso olhar tão longe no passado: 1938 já é suficiente. Esse foi o ano em que Albert Hofmann, um químico suíço pesquisando por uma combinação química para combater problemas de circulação, acabou sintetizando a dietilamida do ácido lisérgico: o LSD, ou o ácido, como é popularmente conhecido.

Cinco anos depois, o Dr. Hofmann, que morreu no ano de 2008 na idade de 102 anos, ingeriu acidentalmente uma pequena dose de sua criação e descobriu seus potenciais expansores da mente na primeira viagem de LSD conhecida. Muitas outras jornadas se seguiriam, para ele e diversos outros indivíduos.

Nos anos 50 e 60, os pesquisadores exploraram o LSD como uma ferramenta para o tratamento de doenças mentais e diversos vícios.  Alguns segmentos do governo americano tinham suas próprias ideias. A CIA testou as possibilidades do ácido como uma poção da verdade, ou talvez como um veículo para o controle da mente. O exército quis saber se o LSD poderia ser utilizado para desorientar as tropas inimigas.

Então surge a aurora que todos se lembram quando pensam nos anos 60: a era de aquário, com hippies amorosos, roupas tie-die, óculos gigantescos e sons psicodélicos. O LSD estava disponível amplamente. Muitas pessoas jovens se convenceram que uma sociedade inteira baseada em psicodélicos poderia atingir uma consciência elevada – “a revelação mística do cristal e a libertação real da mente” – relembrando a banda “Hair”.

Muitas pessoas foram influenciadas por Timothy Leary, um psicólogo clínico na Universidade de Harvard, que se tornou o guru das viagens de ácido, pregando de maneira apaixonada sobre os psicodélicos. “Turn on, tune in, drop out”, dizia Leary, que morreu em 1996. A recomendação foi infinitamente citada. Seus discípulos fervorosos o seguiram ao pé da letra, e muitas vezes, o seguiram em seus excessos.

Entre aqueles cujo foco era o estudo da mente humana, uma visão compartilhada pela maioria era a de que Leary tinha ido longe demais, dando à ciência um nome ruim no processo. Preocupações políticas ficaram ainda piores. Oficiais eleitos do presidente temeram que a juventude da américa estavam escorregando em um precipício de drogas.

Histórias abundaram sobre suicídios, assassinatos e outros horrores cometidos por jovens sob efeitos do LSD, ou durante um flashback. Nem todas as lendas eram verdade. Naturalmente, as autoridades federais concluíram que o comportamento perigoso já era suficiente para eles entrarem em ação.

Proibições contra LSD e outros alucinógenos, como a psilocibina e a mescalina, foram codificadas no Ato de Substâncias Controladas de 1970. Nos anos 1980, o MDMA, ou ecstasy – se juntou à lista 1 de substâncias controladas, as que, segundo a lei, são as mais perigosas e que não apresentam uso médico algum.

Logo em seguida, as pesquisas científicas e exploração dessas substâncias se tornaram escassas. Qualquer aproximação do LSD, que Albert Hofmann chamou de sua “criança problema”, era um pedido para ter sua carreira totalmente destruída.

Nos anos recentes, entretanto, drogas psicodélicas estão entrando novamente nas mídias de massa.

Essencialmente, cientistas modernos estão continuando os que os dos anos 50 e 60 já haviam feito. Eles estão estudando o potencial dos alucinógenos para auxiliar os fumantes a largarem o vício, a se livrarem de problemas com álcool e outras drogas, na diminuição de cefaléias em salva e a depressão, e no tratamento de transtornos como o obsessivo compulsivo e os estresses pós-traumáticos. Instituições em que tais pesquisas estão em andamento incluem a New York University, a Johns Hopkins University, a University of California, o Psychiatric University Hospital em Zurique, e o Imperial College of London.

O interesse da pesquisa sobre a psilocibina é muito aguçada na américa. Esse é um ingrediente psicoativo nos fungos conhecidos como cogumelos mágicos. O que auxilia nesse processo é a ausência da carga negativa que continua assombrando o LSD, disse Matthew W. Johnson, um professor de psiquiatria e ciência comportamental na Johns Hopkins.

O que também ajuda é o fato de que os cientistas trabalham em uma nova situação legal para algumas drogas. A maconha, por exemplo, é uma substância controlada 1, mas já está legalizada em alguns estados americanos.

A psilocibina e outros alucinógenos, embora não viciantes, permanecem um tabu em todas as partes. Os pesquisadores precisam de uma autorização legal da FDA (Food and Drug Administration) e a aprovação de comitês profissionais. Seus experimentos não se assemelham em nada ao uso livro do ácido dos anos 60. Os pacientes são introduzidos  e preparados no que eles podem esperar da experiência, e então são monitorados com cuidado.

Considerando que a morte nos aguarda, um objetivo intrigante do uso dos psicodélicos para aliviar a ansiedade profunda – estresse existencial, alguns a chamam – naqueles que estão próximos de enfrentá-la. Elas são pessoas como Sherry Marcy, uma mulher de Ann Arbor, que descobriu que tinha câncer endometrial.

Ela sucumbiu à depressão. Quatro anos atrás, Marcy, que agora tem 73 anos, foi para Johns Hopkins para duas sessões de tratamento com psilocibina. O alívio que ela sentiu continua com ela.

“Não foi algo psicodélico para mim”, ela disse em uma entrevista com a Retro Report. “Era somente eu – de volta. Eu não sei como eu fiz aquilo, exatamente. É como se você levantasse a cabeça e olhasse por um longo período de tempo, e então você começa a ver as coisas novamente”.

Os cientistas estão tentando descobrir como exatamente a droga ajuda esses pacientes a se livrarem do medo. Além disso, eles têm observado efeitos positivos permanentes, e até mesmo despertares espirituais em alguns casos. Se administrados com cuidado, eles dizem, os psicodélicos podem reorientar as percepções dos pacientes do seu lugar no universo e colocá-los longe de pensamentos negativos. Em um artigo do New Yorker de 2015, um pesquisador inglês, Robin Carhart-Harris, chamou o fenômeno de “sacudir o globo de neve”.

Os estudos têm sido em escala pequena, e os resultados, enquanto encorajadores, são preliminares. É necessário cuidado, o Dr. Johnson da Hopkins informou à Retro Report, tanto pelo rigor científico, quanto pelos potenciais perigos dos psicodélicos.

A senhora Marcy, que agora está livre do câncer, diz que Timothy Leary acertou em um terço de sua frase. “O “turn on” não deve ser enfatizado, ela disse. “O “drop out” é um erro absoluto. Mas o crucial é o “tune in”.

“Eu entrei em sintonia”, ela disse. “Em sintonia com o mundo, comigo mesma, com as coisas que eu costumava amar, com os meus relacionamentos, com a minha família. Sintonize-se: tudo se trata disso”.

Fonte

A Segunda Revolução Psicodélica, Parte 3 – Terence Mckenna, o Surgimento do Xamã Vegetal

Esse artigo é a terceira parte de uma série de 6. Para ler a segunda parte, clique aqui.

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Metaforicamente, o DMT é como um buraco-negro intelectual, pois uma vez que alguém saiba sobre ele, é muito difícil para outros entenderem sobre o que se está falando. Ninguém consegue ser ouvido. Quanto mais o indivíduo consegue articular sobre o que essa experiência é, menos os outros são capazes de entender. É por isso que eu creio que as pessoas que obtém a iluminação são silenciosas. Elas são silenciosas pois nós não podemos compreendê-las. O porquê do fenômeno do êxtase psicodélico não ter sido examinado por cientistas, caçadores de emoções, ou qualquer outra pessoa, eu não tenho certeza, porém recomendo a sua atenção para isso.

Terence Mckenna, O Retorno à Cultura Arcaica

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A publicação de PIHKAL TIHKAL por Alexander e Ann Shulgin resultou em uma variedade imensa de novos psicodélicos (veja a segunda parte) que estão agora disponíveis em grande escala graças à escassez do LSD após a batida policial no silo de mísseis Y2K em Kansas (veja a primeira parte). Entretanto, ao contrário da primeira revolução psicodélica, que vou iniciada primeiramente pelo psicodélico artificial LSD, e em menor escala, pela mescalina, psilocibina e DMT sintetizados laboratorialmente [1], (como listado na introdução do “A Experiência Psicodélica: Um manual baseado no Livro Tibetano dos Mortos” por Leary, Metzner e Alpert em 1964), a segunda revolução psicodélica não pode ser puramente definida por drogas “sintéticas”. Embora a falta de LSD tenha popularizado o 2C-B, 2-C-T-7, 5-MeO-DIPT, e outros compostos psicodélicos laboratoriais antes desconhecidos, ela também popularizou um renascer no interesse de enteógenos naturais das plantas [2] e a popularização do previamente pouco conhecido conceito de xamanismo vegetal e a ideia que essas plantas não são tanto “drogas psicodélicas”, mas sim, “medicinas espirituais”.

O primeiro volume de Shulgin, “PIHKAL: Uma história de amor química” focou no trabalho de Sasha com a família de compostos da fenetilamina, e enquanto essa inclui muitos outros psicodélicos verdadeiros como a mescalina e os inúmeros compostos 2C-X, foi seu trabalho com os empatógenos famosos como o MDMA e o MDA [3] que trouxeram o trabalho de Sasha para a atenção da cultura “rave” no início dos anos 90. O segundo volume de Shulgin, “TIHKAL: A continuação” [4], entretanto, explorou o trabalho de Sasha com as triptaminas, a classe de compostos que inclui os neurotransmissores importantes como a serotonina e a melatonina, psicodélicos/enteógenos naturais como a psilocibina, LSD e ibogaína, e os psicodélicos endógenos, como o DMT e o 5-metóxi-DMT. 

Considerado por muito tempo como o santo graal dos psicodélicos, o DMT era comparativamente raro no mercado ilícito de drogas até mesmo nos anos 60. Sua escassez era acompanhada de sua reputação assustadora – Grace Slick, o cantora do Jefferson Airplane, uma vez disse que “ácido é como ser sugado por um canudinho, DMT é como ser atirado de um canhão”. Ele tinha praticamente desaparecido da cultura psicodélica geral muito antes do lançamento do TIHKAL. Entretanto, não foi a publicação do TIHKAL, mas um par de livros em 1992 (um anos após o PIHKAL) por um autor pouco conhecido sem nenhum treinamento em química orgânica ou antropologia cultural que iriam ser os responsáveis por popularizar o DMT na cultura psicodélica contemporânea. Mas ao contrário do uso do DMT nos anos 60, que utilizou o DMT de forma intravenosa ou fumada, o interesse primário do autor no DMT foi como um ingrediente ativo em uma bebida amazônica obscura que naquele tempo era ainda conhecida pelo seu nome hispânico yagé, diferentemente de como é conhecida agora: uma aproximação fonética de um de seus inúmeros nomes indígenas – Ayahuasca.

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Quando o “O Retorno à Cultura Arcaica” (uma coleção de ensaios e palestras de Terence McKenna) e o “Alimento dos Deuses” (sua obra prima em plantas psicodélicas que incluiu a teoria do símio chapado) foram publicados em 1991, haviam se passado pelo menos duas décadas desde que Terence e seu irmão mais novo Dennis McKenna tinham escrito “A Paisagem Invisível” (1975), um estranho volume alquímico descrevendo uma expedição à Amazônia em busca do oo-ko-heé, um rapé xamânico que continha DMT. (Terence estava procurando uma fonte natural para a experiência sintética do DMT, que como um linguista e psiconauta, ele tinha se tornado muito envolvido). Esse primeiro livro não teve grande tiragem e se tornou uma espécie de item de colecionador para psiconautas, devido à extraordinariedade da expedição e as inúmeras ideias radicais contidas em suas páginas. (Essas ideias incluiram uma compilação recente de especulações sobre tempo e casualidade, que Terence McKenna desenvolveu em sua “Teoria da Novidade”, assim como uma previsão da chegada do eschaton: uma singularidade no fim dos tempos, que ele previu que iria acontecer em Dezembro de 2012. [5] Uma vez que a expedição tenha falhado em seu objetivo de encontrar o rapé de DMT que eles estavam procurando, os irmãos Mckenna encontraram no seu lugar exemplares de Psilocybe cubensis muito psicodélicos, e em um parte menos reconhecida do trabalho de Terence Mckenna, trouxeram os esporos desses cogumelos de volta para os Estados Unidos e ficaram os anos seguintes desenvolvendo métodos efetivos de cultivo indoor, cujos resultados foram publicados no livro popular Psilocybin: A magic Mushroom Growers Guide. [6]

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Com esse trabalho – a introdução de plantas enteógenas facilmente disponíveis [7] e que qualquer um poderia cultivar em forma de livro de instruções – os irmãos McKenna mereceriam uma menção, mas esse seria apenas o começo de carreiras extraordinárias na arena psicodélica para ambos. Dennis McKenna voltou para a universidade, e se tornou um etnofarmacologista respeitado. Durante a última década de sua vida – e agora na primeira década do século 21 – o filósofo e engenheiro memético Terence McKenna (1946 – 2000) se tornou o mais popular e reconhecido porta-voz para os psicodélicos desde Timothy Leary [8]. Foi Terence o mais responsável por evoluir a cultura psicodélica contemporânea ao seu estado atual, graças a seus escritos e palestras, muitas das quais estão sendo transmitidas em podcasts na internet desde sua morte – um meio de comunicação que ele abraçou entusiasticamente durante sua vida como uma nova forma de comunicação e expressão artística, e que agora acabou imortalizando-o.

A publicação de O Retorno à Cultura Arcaica e O Alimento dos Deuses coincidiu de fato sincronisticamente com os primeiros anos da Internet e da música eletrônica, e enquanto Timothy Leary foi um pioneiro da rede, foi Terence que a cultura “rave” dos anos 90 abraçou enfaticamente. Nos últimos anos de sua vida Terence McKenna foi com frequência o mais o palestrante mais popular e esteve nas principais conferências, assim como uma atração principal nas raves – auto declarando-se “Voz dos Cogumelos” ele tinha a habilidade de fazer uma sala inteira de dança se sentar durante os intervalos dos DJs para escutar sobre a beleza dos psicodélicos, por horas a fio às vezes. Sua capacidade extraordinária para o discurso e a descoberta de uma audiência com frequência muito cativa coincidiu mais uma vez com a revolução da Internet, e muitas conferências de Terence eram tecnologicamente evoluídas para a época (há um relacionamento de longa duração entre a comunidade psicodélica e a do vale do silício [9]), resultando em um número incrível de gravações e podcasts, muitas vezes mixados em músicas eletrônicas.

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A morte inesperada e fora do tempo aos seus 53 anos também coincidiu com a seca do LSD que se seguiu à batida policial do silo de Kansas em 2000, e o período em que os psiconautas foram forçados a considerar novas opções psicodélicas. Cogumelos mágicos tiveram sua importância aumentada na cultura psicodélica, e o interesse cresceu tanto para a ayahuasca, que começou a aparecer na américa do norte em meados de 1990, e o DMT, que tinha sido escasso por décadas, também começou a se tornar mais disponível a partir de 2000. Esse interesse nas ideias centrais de Terence, juntamente com sua popularidade nas comunidades de música eletrônica e de tecnologia – aumentaram a influência de Terence exponencialmente quando ele morreu. Um processo amplificado por sua previsão da chegada do escathon em 21 de Dezembro de 2012 – a previsão que ironicamente (e infelizmente) ele não viveu para ver.

Agora por mais de uma década desde sua morte, e mais de um ano depois dos eventos da histeria e esperança do ano 2012 que ele ajudou a criar, não há como negar a influência de Terence McKenna na cultura psicodélica contemporânea, ou até mesmo na cultura popular por si mesma. A veneração dos “cogumelos mágicos” e a reintegração da figura da Divindade; o interesse atual no DMT em suas diversas formas; a com frequência debatida suposição que os enteógenos naturais são superiores à compostos artificiais ou sintéticos, mais notavelmente o LSD; nossos conceitos sobre espíritos das plantas, xamanismo, e o aumento do turismo da ayahuasca; a ideia moderna do “renascimento arcaico” dos festivais para revigorar a espiritualidade na sociedade ocidental; a fusão dos psicodélicos e da cultura virtual; abduções e o fenômeno UFO; e claro, o fenômeno do ano de 2012: esses foram todos memes nascidos ou popularizados pelas ideias e interesses de Terence McKenna, mesmo que ironicamente, ele tenha vivido pouco para ver a mudança que ele criou em diversas formas.

Na década que se seguiu à sua morte, os pontos focais do trabalho da vida de Terence Mckenna se tornaram, para o melhor e o pior, algo como uma planta baixa para o surgimento da cultura global neo-tribal e neo-xamânica, evidenciada no Burning Man, no festival Boom!, e em outros eventos intermináveis que as representam. As ideias de Terence influenciaram a moda psicodélica, as músicas que escutamos, os psicodélicos que utilizamos (e o modo como o utilizamos), os países que visitamos, até mesmo a maneira que usamos a internet. Sua previsão de uma singularidade no fim dos tempos de nossas vidas (senão de sua própria) forneceu um códex moderno para a antiga tradução Maia, e ajudou a gerar o interesse mundial no que antes seria uma data arqueológica insignificante. Mas agora que nós estamos no outro lado do Omega Point de 2012 e tudo ainda está de pé, é a popularização da ayahuasca feita por Terence que é digna de nossa atenção.

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Durante a última década o aumento do interesse na ayahuasca tem sido extraordinário, e desde o advento do LSD nos anos 60, nenhum psicodélico capturou a imaginação artística e espiritual da mesma maneira, e o uso da ayahuasca, mesmo que muito menor que o número de usuários do LSD nos anos 60, se tornou comum o suficiente para penetrar a mídia. (Marie Claire, uma revista feminina popular, é a última publicação incomum, com um artigo sobre os círculos da ayahuasca [10]). Conhecida previamente na cultura psicodélica através do livreto de William S. Burroughs e Allen Ginsberg chamado The Yage Letters publicado em 1963, foi a popularização de Terence McKenna dessa bebida xamânica amazônica incomum  nos anos 1980-1990 que daria origem à uma “cultura da ayahuasca”. Quando os primeiros xamãs sul-americanos começaram a visitar a Europa e os EUA nos anos 90, o uso da ayahuasca se espalhou rapidamente no século 21, um processo que foi acelerado pela escassez do LSD, forçando os psiconautas a procurarem por outros caminhos para experiência psicodélica. (Há também ocorrido um interesse renovado no San Pedro e no Peyote, enquanto formas fumáveis do DMT têm reaparecido nos mercados negros pela primeira vez em décadas, juntamente com receitas para extração de plantas que são comumente disponíveis na internet.)

Proibição, pelo que parece, apenas gera diversificação, e uma diferença notável que separa a Segunda Revolução Psicodélica da Primeira é a imensa variedade de psicodélicos e empatógenos, tanto naturais como sintéticos, que estão agora disponíveis.

A cultura da ayahuasca por si só começou, em muitos sentidos, a se desenvolver fora da comunidade psicodélica tradicional, muitos na comunidade do yoga por exemplo, abraçaram a ayahuasca, com centros independentes de yoga ao redor do mundo hospedando xamãs sul-americanos e suas cerimônias que atraem muitos indivíduos com pouca ou nenhuma conexão com a comunidade psicodélica, uma vez que eles não vêm a ayahuasca como uma droga psicodélica, mas uma medicina sacramental.

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Enquanto a ayahuasca contém DMT, uma substância da lista 1 (substâncias sem nenhum uso médico e psicológico), juntamente com o LSD, o uso da ayahuasca não tem sido (até agora) perseguido nos Estados Unidos. Leis federais favoráveis em 2000 em relação às igrejas União do Vegetal (UDV) e o Santo Daime, que utilizam ayahuasca em suas cerimônias, foram interpretadas como um furo na lei para muitos, e foi sem dúvida um fator no aumento da popularidade da ayahuasca. Enquanto mais e mais celebridades ressaltam suas experiências de mudança de vida com a bebida amazônica, e mais e mais psiquiatras e psicólogos especulam sobre os benefícios da experiência, o aumento da retórica em torno da ayahuasca lembra a excitação que o LSD inspirou quando foi tornado ilegal em 1966.

É virtualmente impossível quantificar a experiência psicodélica; a ayahuasca ganhou uma reputação especial devido à visões coloridas que induz, enquanto o pináculo do LSD é geralmente representado como uma dissolução na “luz branca” mística. Quando comparados sob uma perspectiva estritamente fenomenológica, ambos possuem reputação por serem capazes de induzir o paraíso ou o inferno, e ambas experiências são longas e fisicamente desgastantes. Ambos são descritos como enteógenos reais, capazes de induzir catarses espirituais de mudança de vida; ambos tem sido bem-sucedidos no combate ao vício; e ambos se originaram como medicinas. (O LSD foi originalmente um medicamento legal). Muitas das propriedades extraordinárias atribuídas a um deles – telepatia, um aumento na sincronicidade diária, inspiração artística, conexões profundas com a natureza, experiências místicas e transpessoais – também foram atribuídas ao outro. Então onde está a diferença entre essas duas “Revoluções Psicodélicas”, ou simplesmente nós trocamos altas dosagens de um potente enteógeno fabricado em um laboratório na Suíça por um equivalente natural colhido nas florestas amazônicas?

A diferença reside não muito na fenomenologia da experiência psicodélica interna, mas no conteúdo externo; a experiência do xamã e seus ícaros, e o ritual contido nas próprias experiências. Quando o uso do LSD explodiu em 1960 após ter se tornado ilegal, o que faltou essencialmente na Primeira Revolução Psicodélica foi um ambiente seguro para a experiência. Muitas pessoas jovens caíram em situações perigosas, e as consequências culminaram na ilegalidade dos psicodélicos. O que nós aprendemos da primeira revolução psicodélica é que no ocidente, faltam as escolas místicas necessárias para integrar com sucesso e benefícios o uso dos psicodélicos em nossa sociedade. Muito da evolução da cultura psicodélica contemporânea tem sido um processo de investigação e integração da sabedoria e técnicas antigas com a experiência psicodélica anedótica que foi gerada nos últimos 50 anos.

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Primeiramente procurando conhecimento e direção em estados alterados de consciência dos Gurus e Rinpoches da Índia, então os xamãs da bacia Amazônica, e agora de uma variedade ampla do xamanismo tradicional de inúmeras culturas, a cultura psicodélica moderna se adaptou aos enteógenos disponíveis, e moveu-se de bom grado entre o laboratório e o conhecimento ancestral das plantas na procura da experiência enteógena não diluída. O chamado entusiástico de Terence McKenna do xamã como um guia psicodélico espiritual (em oposição ao curador homeopático que pode estar mais próximo à realidade) resultou em milhares de americanos e europeus viajando para o Peru, Ecuador e o Brasil na procura dessa orientação, e uma onda de xamãs sul-americanos migrou para costas estrangeiras – uma inovação psicodélica que inevitavelmente gerou uma série de imitadores locais, e infelizmente tornou a palavra “xamã” uma das mais abusadas no vocabulário atual. Canções guias da ayahuasca, chamadas de ícaros podem agora serem encontradas misturadas em música eletrônica, a palavra icaros impressa em vestimentas de festivais, e o hábito de participar de círculos de ayahuasca começou a se tornar um status “cult” em locais diversos como Asheville, Brooklyn, Los Angeles, Portland, e Santa Fe (somete para citar algumas).

Durante esse mesmo período, universitários estudando a história do ocidente e antropologia tiveram que reconciliar o fato de que muitas das maiores civilizações e religiões mundiais – incluindo os gregos, hindus e budistas – utilizaram plantas psicodélicas. Essa é uma ideia que tem sido extremamente impopular, mas é agora incrivelmente óbvia para as gerações de antropologistas e mitologistas psicodélicos nascidos desde os anos 60, muitos dos quais estão familiarizados com o trabalho de Terence McKenna. É agora amplamente aceito e concluído que a ayahuasca amazônica (e o dmt-rapé) pode ser considerada o último enteógeno sacramental [11] de uma grande era planetária marcada por pelo menos cinco culturas enteogênicas distintas, e que duraram cada uma pelo menos dois mil anos; as outras sendo o Soma nos hindus Vedanta (Índia), os kykeon dos mistérios de Elêusis (Grécia), a cultura do San pedro que teve seu pico em Chavín de Hunatar (Peru), e a variedade impressionante de psicodélicos (cogumelos cubensis, sementes de glória da manhã, cacto peyote, e toxinas de rãs) utilizados pelas culturas Maia, Tolteca e Asteca (México). [12] O xamanismo vegetal é agora reconhecido como sendo o modelo xamânico primário mundialmente, e não um “substituto vulgar do trance puro” para os métodos xamânicos tais quais os tambores e cânticos, como Mircea Eliade [13] supôs em seu texto clássico de 1951 chamado Shamanism: Archaic Techniques of Ecstacy. (Eliade mudou de opinião no final de sua vida, falando para Peter Furst em uma entrevista não muito antes de sua morte que nos anos 60 os antropologistas não tinham uma perspectiva psicodélica suficiente para reconhecer a importância dos variados ritos locais, então a evidência simplesmente não estava lá [14].)

Terence McKenna foi um dos primeiros escritores que realmente juntou a história psicodélica da humanidade e a ligação da ayahuasca com nosso passado remoto. Foram seus escritos que ajudaram a espalhar a beleza, mito e magia do povo e cultura amazônica para uma audiência maior, e apesar de sua associação com o fenômeno 2012 e a triste mescla dos dois, sua defesa das plantas enteógenas e a reintrodução do processo xamânico no mundo ocidental modeno serão sempre lembradas como sua contribuição fundamental para a cultura psicodélica. Até mesmo sua teoria do símio chapado – a ideia que a linguagem falada evoluiu quando nossos ancestrais primatas desenvolveram uma dieta que incluía cogumelos com psilocibina – pode ser algum dia popular e ser levada a sério. Sua morte com a idade de 53 anos roubou da cena psicodélica seu porta-voz mais carismático, e garantiu a imortalidade de Terence McKenna graças à tecnologia emergente da internet que ele adotou entusiasticamente, e será lembrado como um dos primeiros pod-casters famosos. [15]

[1] DOM ou STP, que também pode ser incluído nessa lista, não apareceu até 1966.

 

[2] Enteógeno (Despertando o Deus Interior); uma planta ou composto que pode induzir uma experiência mística, e é com frequência considerado sagrado.

 

[3] que são psicodélicos somente em altas dosagens (geralmente)

 

[4] Triptaminas que eu conheci e amei na sigla em inglês

 

[5] A data original da previsão de Terence McKenna foi 16 de Dezembro de 2012 (coincidindo com o que seria seu 66o aniversário); Terence mais tarde mudou a data para o dia 21, coincidindo com o calendário Maia.

 

[6] Sob os pseudônimos OT Oss e ON Oeric

 

[7] Enteógeno (Despertando o Deus Interior); uma planta ou composto que pode induzir uma experiência mística.

 

[8] e o mais controverso desde Leary!

 

[9] Veja What the Doormouse Said: How the Sixties Counterculture shaped the Personal Computer Industry (2005) por John Markhoff.

 

[10] http://www.marieclaire.com/world-reports/ayahuasca-new-power-trip

 

[11] Enquanto ambos Soma Kykeon desapareceram há muito tempo juntamente com suas identidades reais desconhecidas, a cultura do San Pedro no Peru ainda sobrevive de certa maneira, porém em uma forma sincrética cristã muito diluída, assim como os remanescentes de cultos do cogumelo no México, mas a cultura e uso amazônicos da ayahuasca representa a maior cultura enteogênica ainda em efeito no planeta, e permaneceram inalteradas até mesmo no mundo pós segunda guerra. Ironicamente, as igrejas da ayahuasca no Brasil (Santo Daime e União do Vegetal) alcançaram níveis de legalidade graças à suprema corte definindo-as também como religiões sincreístas. Essas igrejas atribuem a descoberta da ayahuasca para seus fundadores mestiços, e não para as tribos indígenas amazônicas.

 

[12] Um argumento que pode ser desenvolvido é que com a invenção do LSD, e agora com milhares de research chemicals disponíveis, nós estamos no processo de criação da 6a – e pela primeira vez global – cultura enteogênica.

 

[13] O pai da Fenomenologia de Religião, e o homem que cunhou o termo “xamã” (do sibérico) para designar curandeiros amazônicos.

 

[14] “O que nós sabíamos sobre essas coisas em 1950?” confessou Eliade para Furst.

 

[15] Pesquise por “Terence McKenna” no Google e você terá aproximadamente 1.6 milhões de resultados, muitos deles sendo podcasts e gravações.

Fonte

Os Benefícios de Microdoses de LSD e Psilocibina

Se há alguma verdade na teoria do símio chapado de Terence McKenna então a evolução do ser humano pode dever muito à microdosagem de psicodélicos – a prática de tomar uma dose sub-percentual (uma quantidade muito pequena para produzir efeitos psicodélicos) de uma substância como o LSD ou a psilocibina. Assim como aqueles que leram O Alimento dos Deuses de Terence Mckenna sabem, o autor propôs que a jornada coletiva de nossa espécie do Homo erectus ao Homo sapiens pode ter começado com primatas caçadores e coletores que tomavam doses baixas de cogumelos mágicos para melhorar suas habilidades de caça.

De acordo com o autor James Oroc, a prática de tomar microdoses para melhorar a acuidade visual, energia e tempo de resposta está viva e bem durante os dias atuais, especialmente entre alguns entusiastas de esportes extremos. “Virtualmente, todos os atletas que aprendem a utilizar o LSD em doses psicolíticas (baixas a médias) acreditam que o uso desse composto melhora sua energia e suas habilidades”, escreveu Oroc na edição de primavera de 2011 da MAPS Bulletin.

Deixando os poderes atléticos de lado, inúmeros experimentos e participantes de pesquisas relataram que doses sub-limiares de psicodélicos melhoraram seu bem-estar geral e/ou aliviaram condições específicas como a depressão e cefaleias em salvas. Outros, como em uma discussão em um tópico sobre microdosagem no Reddit, utilizaram microdoses como ferramentas na resolução de problemas.

Doutor James Fadiman.
Doutor James Fadiman.

O Doutor James Fadiman, Ph.D, que foi parte de um grupo de pesquisadores da Califórnia que estudaram o uso dos psicodélicos na resolução de problemas em 1966, tem analisado os efeitos da microdosagem desde 2010. “Essa prática aparenta melhorar tudo o que você faz um pouco”, disse Fadiman à Reset. “Muitas pessoas disseram que ficam mais confortáveis com o que estão fazendo, e o fazem um pouco melhor”.

Os participantes do estudo de Fadiman inicialmente o contataram através do email jfadiman@gmail.com. Ele responde enviando um protocolo que consiste essencialmente de uma sugestão em que os participantes façam microdosagem todo quarto dia do mês, e façam notas de como eles estão se sentindo de um dia para o outro. Fadiman não providencia os psicodélicos, ao invés disso, ele oferece informações e orientações para ajudar a maximizar a experiência de usuários que já tenham seu próprio material. Desse modo, Fadiman coletou aproximadamente 30 relatos, variando em seu tamanho de 3 parágrafos a textos com 30.000 a 40.000 palavras.

Em um capítulo do livro de Fadiman chamado “O Guia do Explorador Psicodélico” chamado “Podem microdoses de psicodélicos melhorarem o funcionamento normal?”, um participante do estudo descreve uma dose de 10 a 20 microgramas de LSD como um estimulante e um agente calmante. De acordo com suas notas, microdoses parecem aumentar sua inteligência, tempo de resposta e acuidade visual e mental. “Sub-doses de 10 a 20 microgramas me permitiram aumentar meu foco, abrir meu coração, e alcançar resultados integrados em minha rotina”, segundo seu relato.

Esse foco e claridade melhorados podem ser especialmente úteis para artistas, escritores e outras pessoas trabalhando em campos criativos. “O que as pessoas relatam sobre a realização de seus trabalhos criativos é que eles não estão criando em um nível mais elevado, mas eles estão criando mais, eles ficam na inspiração por mais tempo”, afirmou Fadiman, que também coletou dados sobre microdosagem de um tópico sobre doses baixas de LSD no bluelight.org. Ele disse que conhece dois escritores notáveis  que utilizaram doses sub-limiares de psicodélicos enquanto escreviam os primeiros rascunhos de todos os capítulos de seus livros mais recentes.

Cogumelos mágicos
Cogumelos mágicos

Juntamente com o que um participante do estudo definiu como um “melhorador do chakra completo”, microdoses mostram promessas no tratamento de cefaleias em salvas, dor que é dita ser maior que a do parto e de pedras nos rins. Através do seu trabalho com um grupo chamado Clusterbusters®, Fadiman entrou em contato com um número de pacientes que sofrem de cefaleias que encontraram alívio de sua condição através do uso de LSD e cogumelos depois que todos os outros tratamentos falharam. Embora as doses que os pacientes utilizam para curarem suas dores de cabeça são geralmente muito altas para serem consideradas sub-limiares, Fadiman mencionou um paciente que utilizou uma microdose de LSD para se livrar de uma dor de cabeça em cinco a dez segundos. O usuário atingiu o mesmo resultado diversas vezes nos meses seguintes. Desde então, suas cefaleias cessaram.

Diversos participantes da pesquisa também disseram a Fadiman que microdosagens aliviaram seus quadros clínicos de depressão. Um paciente, que sofre da doença de Parkinson, relatou que depois de um mês microdosando com LSD seus sintomas de Parkinson não melhoraram, mas sua depressão subjacente sim. Fadiman ressaltou, entretanto, que devido aos dados dessa pesquisa serem coletados em uma base mensal de microdoses, ele não sabe ainda até que ponto essa prática pode auxiliar na melhora da depressão a longo prazo.

Se estudos futuros mostrarem que a microdosagem é tão efetiva quanto um anti-depressivo em longo prazo quando ela aparenta ser em curto prazo, então ela pode ser uma alternativa viável para estabilizadores de humor prescritos, muitos dos quais são altamente viciantes. Em vista de seus efeitos energizantes e de foco, doses sub-limiares de psicodélicos podem também fornecer um substituto confiável para medicações anti-TDAH e outros farmacêuticos melhoradores da cognição. Dando credibilidade para essa informação, um participante do estudo de Fadiman contou que microdoses o auxiliaram a se livrar do vício em Adderall, uma droga viciante anti-TDAH também utilizada por muitos estudantes durante sessões de estudos noturnas.

Parafraseando Carl Hart, Ph.D, um professor de bioquímica em Columbia, Fadiman disse, “O Adderral não é diferente das anfetaminas de rua fabricadas no porta malas do carro de alguém. Então as drogas que apodrecem seu cérebro e pelas quais pessoas estão sendo presas são as mesmas drogas que estamos dando para milhares de crianças todas as manhãs”.

Adderall
Adderall

Expondo as propriedades aditivas de certas drogas prescritas, Fadiman observou, “Como uma pista geral, se a bula diz ‘não perca uma dose, e não tente parar essa medicação sem auxílio médico’, você já sabe que você tem uma droga que é difícil de se livrar. É uma área muito complicada, por que a indústria farmacêutica parece não se preocupar com esse problema. Em fato, há um termo na literatura médica para quando você está tentando parar de utilizar essas substâncias. Não é chamado de “abstinência”, assim como para as drogas ilegais, mas sim “afunilamento”.

Ele adicionou que esse afunilamento pode ser um processo longo: alguns pacientes que tomavam cápsulas de liberação longa preenchidas com algumas centenas de micropontos cada uma passaram a tratar a dependência dessas drogas diminuindo a quantidade ingerida para um microponto simples com intervalos de alguns dias a semanas.

Albert Hofmann, o químico suíço que descobriu o LSD, é conhecido por ter sido um  proponente da microdosagem como uma alternativa para a droga estimulante anti-TDAH chamada Ritalina (também conhecida como “a droga mais abusada nos EUA” pelo site AddictionHope.com). É muito provável que Hofmann, que microdosava com LSD com frequência nas últimas décadas de sua vida e considerava essa prática a área de pesquisa psicodélica a menos pesquisada, consideraria que doses sub-limiares de psicodélicos seriam um substituto viável para anfetaminas anti-TDAH recentes como o Adderall ou Vyvanse. Ambas não vêm sem efeitos colaterais muito perigosos. O website Web MD lista uma série de efeitos colaterais negativos para ambas as drogas. Entre elas, estão problemas de sono crônicos, arritmia cardíaca, problemas sexuais, agressividade, ataque cardíaco, pressão sanguínea elevada, problemas na respiração, risco de aneurisma – somente para citar algumas.

Diversos participantes do estudo afirmaram que microdosar os auxiliou a largar medicamentos antidepressivos, contra ansiedade, estabilizadores de humor e melhoradores cognitivos, e seguindo essas informações, Fadiman disse que está esperançoso que doses sub-limiares de psicodélicos irão atingir os benefícios desses medicamentos sem seus efeitos colaterais negativos e perigosos. Ele adicionou, entretanto, que todos os estudos oficiais nessa área terão que ter lugar nas universidades, por que “as indústrias farmacêuticas não vão comparar seus produtos com algo que é 1) ilegal e 2) que pode ser melhor”

Em adição à auxiliar as pessoas a tratar sua dependência em drogas legalizadas pela FDA (Food and Drug Administration), a microdosagem mostra um futuro promissor no auxílio no tratamento da dependência de substâncias ilegais. Representantes de um centro de tratamento no México contaram a Fadiman que depois de usar ibogaína para auxiliar os pacientes a se livrarem de problemas de abuso, eles sugeriram que esses pacientes ingerissem microdoses da substância por alguns meses para “segurar suas conquistas”.

Dados os efeitos positivos que muitas pessoas experimentam quando fazem microdosagem, algumas questões foram levantadas em relação à essa prática: se ela não se tornaria por si mesma um vício. Na visão de Fadiman, é improvável que alguém se torne dependente em substâncias que são naturalmente contra o vício: se você toma o mesmo psicodélico todos os dias, ele para de funcionar.

“Vamos supor que você tome uma dosagem elevada na segunda”, ele propôs. “Se você tomar a mesma dosagem na terça, você tem muito pouco efeito, e se você toma a mesma dose na quarta-feira, nada acontece. É como se seu organismo dissesse: “Não, eu não posso manifestar nenhum desses efeitos até que eu tenha limpado o sistema”.

Embora a pesquisa até o momento tenha indicado que microdosar não é perigoso ou prejudicial, alguns pacientes de Fadiman reportaram efeitos desagradáveis: um parou com a prática pois sentiu que estava ficando muito emotivo, enquanto outros dois observaram que suaram mais em dias que microdosaram. Ambos os pacientes que reclamaram do suor excessivo – um utilizou LSD e o outro cogumelos mágicos – não tinham certeza se o suor era parte da cura ou um efeito colateral negativo. Um desses dois participantes afirmou que estava maravilhado com a produtividade elevada e sensação de calma que ele obteve com a microdosagem, enquanto o outro achou a prática útil, porém ficou incomodado com o suor excessivo.

Diversos usuários relataram que quando começaram a microdosar, adquiriram dietas mais saudáveis e não retornaram/tomaram medicamentos. O último desses relatos se alinha com a experiência do autor e pesquisador Myron Stolaroff, que recomendou dosagens baixas de psicodélicos como um auxílio na meditação.

Embora a microdosagem não gere as mesmas catarses espirituais da maneira que dosagens mais elevadas de psicodélicos conseguem fazer, Fadiman observa que através do tempo, a prática produz efeitos muito mais semelhantes aos efeitos pós-experiência de tais catarses. “As pessoas estão dizendo: ‘depois de um mês ou mais de microdosagem, eu estou comendo melhor; estou sendo mais legal com minhas crianças; não fico chateado quando as pessoas fazem coisas más”, ele aponta. “Um homem estava dizendo, ‘eu estou muito mais no presente. Eu costumava, mesmo quando gostava de alguma coisa, estar realmente pensando no que eu iria fazer quando aquilo acabasse e assim por diante. Agora quando estou fazendo algo, eu estou realmente fazendo aquilo'”.

Ele adicionou que microdosar parece dar às pessoas uma orientação melhor sobre elas mesmas. “Eu acho que é um pouco parecido com a maneira com que as pessoas lhe indicam que se você meditar de manhã, fazer yoga e comer melhor, sua vida vai melhorar. Parece que microdosar segue nessa direção”.

Fonte

LSA e seus Efeitos – Análise Completa da Substância

Molécula do LSA
Molécula do LSA

Início dos efeitos: 30 – 180 mins
Duração dos Efeitos:  4 – 10 hrs
Duração dos efeitos perceptíveis após o pico : 2 – 24 hrs

Dosagem: Difere entre as sementes de Morning Glory e Hawaiian Baby Woodrose.

O LSA (também conhecido como Ergina, Amida do Ácido d-Lisérgico, e d-Lisergamida) é um alcalóide da família das ergolinas que ocorre em diversas espécies de trepadeiras, as flores da glória-da-manhã e algumas espécies de fungo. Esse é o alcalóide dominante encontrado nas sementes de diversaas variedades de glória-da-manhã em concentrações de aproximadamente 10 microgramas por semente, e nas sementes de Hawaiian Babay Woodrose, possui uma concentração de 0.13% do peso seco. O LSA possui semelhanças estruturais ao LSD, colocando-o na família das lisergamidas psicodélicas.

O uso tradicional das sementes de glória-da-manhã por mexicanos nativos foi descrito pela primeira vez por Richard Schultes em 1941 em um breve artigo documentando seu uso remetendo até os tempos astecas. Pesquisas mais aprofundadas foram publicadas em 1960, quando Don Thomes MacDougall relatou que as sementes da glória-da-manhã foram utilizadas como sacramento por alguns Zapotecas (algumas vezes em conjunto com as sementes da Ryvea corimbosa, outra espécie de trepadeira que tem uma composição química semelhante, o lisergol, ao invés do LSA).

O LSA foi analisado em humanos por Albert Hofmann em auto-experimentos em 1947 (muito antes de ele ser conhecido como um componente natural). A administração intramuscular de uma dose de 500 microgramas leveva a um estado fatigado e hipnagógico acompanhado de uma dificuldade de manter pensamentos claros. Após um curto período de sono, os efeitos passavam e a consciência normal era recuperada dentro de 5 horas. isso sugere que o LSA ser o principal composto psicodélico no interior das sementes da glória-da-manhã e da Hawaiian baby woodrose é discutível, uma vez que relatos anedóticos sugerem que os efeitos do LSA sintético e do iso-LSA são levemente psicodélicos em seus efeitos, e a ação total das sementes pode ser causada por uma mistura de lisergamidas ao invés de um componente específico.

A experiência com o LSA contém uma gama de efeitos complexos e variados que são baseados nos potenciais efeitos subjetivos pré-definidos, que podem ser encontrados aqui. A molécula agora será descrita e analisada.

Efeitos Físicos do LSA

Os efeitos físicos do LSA podem ser divididos em cinco componentes, que são todos proporcionalmente intensificados proporcionalmente à dosagem. Eles estão descritos abaixo e geralmente incluem:

  • Sensações táteis espontâneas – os efeitos físicos do LSA podem ser descritos como um formigamento suave e agradável. Esse efeito é facilmente notado em dosagens elevadas e é acompanhado por fortes ondas de euforia física que são usualmente manifestadas espontaneamente em diferentes pontos não-previsíveis durante a trip, mas que também podem manter uma presença constante. Em todo caso, eles aumentam de forma constante com o início dos efeitos e atingem seu limite assim que os efeitos estão sendo completamente manifestados durante a viagem.
  • Anestesiamento: Em termos de seus efeitos nos níveis de energia física do usuário, o LSA tende a ser sedativo, entretanto, esse efeito depende do ambiente. Por exemplo, quando ingerido em ambientes com grande quantidade de estímulos ou durante atividades físicas extenuantes como durante uma caminhada, corrida, escalada ou dança, o LSA se torna capaz de ser um estimulante e energético. Em contraste, quando ingerido em ambientes calmos como quartos escurecidos e confortáveis, é uma molécula relaxante, pacífica e consideravelmente sedativa.
  • Vasoconstrição

Efeitos Cognitivos do LSA

Os efeitos mentais do LSA são descritos por muitos como extremamente relaxantes, mas ainda assim lúcidos e limpos em seu estilo se comparados a outros psicodélicos comumente utilizados como o LSD e a Psilocibina. Embora seja principalmente sedativo, o LSA acompanha fluxos de pensamento de ritmo rápido.

O LSA contém um grande número de efeitos psicodélicos cognitivos. Os mais proeminentes desses efeitos incluem:

  • Conectividade de pensamentos
  • Introspecção
  • Aceleração do pensamento
  • Melhoramento do estado mental
  • Sentimentos de fascínio, importância e despertar
  • Pensamentos conceituais
  • Supressão, morte e perda do ego
  • Distorção do tempo
  • Comunicação direta com o subconsciente
  • Deja-vu

Efeitos Visuais do LSA

Os efeitos visuais do LSA são mais comumente presentes quando grandes doses forem consumidas.

Melhoramentos

O LSA apresenta uma gama completa de efeitos visuais possíveis que geralmente incluem:

  • Aumento na acuidade visual
  • Melhoramento das cores
  • Melhoramento do reconhecimento de padrões

Distorções

Em relação às distorções e alterações visuais, essas são mais simples do que as distorções de olhos abertos encontradas em outros psicodélicos. Os efeitos experimentados são detalhados abaixo:

  • Efeitos de distorção (Derretimento, Respirar, Fundir e Fluir) – Em comparação com outros psicodélicos, esse efeito pode ser descrito como de média intensidade, mas altamente detalhado, embora cartunístico em sua aparência. Eles são muito rápidos, embora fluidos no movimento, e são fugazes na permanência. Esse é um efeito manifestado muito raramente, e alguns usuários relatam que nunca tiveram essas distorções.
  • Mudança de cores

Geometria

A geometria visual que é experimentada durante a experiência com LSA pode ser descrita como mais similar em aparência à geometria do 4-AcO-MDT, ayahuasca e 2C-E do que a do LSD ou 2C-B. Ela pode ser compreensivelmente descrita como estruturada em sua organização, orgânica em seu estilo geométrico, intrincada em sua complexidade, afastada e pequena em tamanho, rápida e suave em movimento, colorida no seu esquema, com cores brilhantes, arestas borradas e vértices arredondados. Ela tem uma sensação muito mais “natural” do que a geometria do LSD, e em doses elevadas, possuem a tendência a resultar em estados de geometria de nível 7B do que de nível 7A.

Estados alucinatórios

O LSA produz uma série de estados alucinatórios de uma maneira que é muito consistente quando ingerido em altas dosagens. Os efeitos desses estados incluem:

  • Alucinações externas – essas são extremamente comuns com o LSA e seguem parcialmente o conteúdo do fluxo de pensamento do usuário.
  • Alucinações internas – Diferentemente do LSD, o LSA produz estados alucinatórios moderados a fortes em dosagens elevadas. Esse efeito em particular pode ser comparado ao estado de sonho lúcido e geralmente contém alucinações com enredos, ambientes, contato com entidades autônomas e cenários. Elas são mais comuns em ambientes escuros  podem ser descritas como internas em sua manifestação, lúcidas em sua credibilidade, interativas no seu estilo e quase exclusivamente religiosas, espirituais, místicas ou transcendentais em seu tema geral. Essas alucinações são complementadas por uma melhoria na habilidade de visualizar conceitos. Essa habilidade eventualmente se torna tão eficaz em altas dosagens que leva a estados alucinatórios que são inteiramente lúcidos e na sua maior parte, controláveis.

Efeitos auditivos do LSA

Os efeitos auditivos do LSA são comuns e exibem uma gama completa de efeitos que normalmente incluem:

  • Melhorias
  • Distorções
  • Alucinações

Fontes naturais de LSA

Sementes de Glória-da-Manhã

sementes_gloria_manha

As sementes de muitas espécies de glória-da-manhã, ou morning glory, contém lisergamidas (incluindo o psicodélico conhecido como LSA). As sementes são encontradas em muitas lojas de jardinagem, entretanto, não devem ser consumidas, pois as sementes provenientes de fontes comerciais são com frequência cobertas por algum pesticida ou metilmercúrio, o que pode resultar em náusea extrema se ingeridas. Sementes sem esses pesticidas podem ser compradas online e estão disponíveis em lojas de jardinagens encontradas facilmente pelo Google.

Quando utilizada, a dosagem oral para consumo é geralmente considerada de:

  • Leve: 50 – 100 sementes / 1.5 – 3 gramas
  • Comum: 100 – 250 sementes / 3 – 6 gramas
  • Forte: 250 – 400 sementes / 6 – 10 gramas
  • Pesada: 400+ sementes / 10+ gramas

Sementes de Hawaiian Baby Woodrose

sementes_woodrose

A Hawaiian Baby Woodrose é uma trepadeira perene que é nativa do continente indiano e foi introduzida em diversas áreas ao redor do mundo incluindo o Havaí, a África e o Caribe. As sementes de Hawaiian Baby Woodrose podem ser consumidas por seus diversos alcalóides lisergamínicos como o LSA. Essas sementes são encontradas em muitas lojas de jardinagem, entretanto, assim como as sementes de glória-da-manhã, estão cobertas de pesticidas e metilmercúrio. Estas sementes podem também ser compradas pela internet através do Google.

Quando utilizada, a dosagem oral para consumo é usualmente de:

  • Dose limiar: 1 – 4 sementes
  • Leve: 3 – 6 sementes
  • Comum: 5 – 8 sementes
  • Forte: 7 – 12 sementes
  • Pesada: 12+ sementes

Efeitos na saúde, potencial para dependência e tolerância

A dosagem tóxica do LSA não é conhecida, uma vez que não há nenhum relato de overdose. Isso sugere que o LSA é perfeitamente seguro para consumo.

Entretanto, o LSA não deve ser usado com frequência. Quando utilizado com frequência em um curto período de tempo, os efeitos de vasoconstrição aumentam, enquanto os efeitos psicoativos diminuem. Se você está sentindo suas pernas doloridas, esse é um sinal dos efeitos cumulativos da vasoconstrição em seu corpo. As pernas ficam doloridas por que não há sangue suficiente chegando aos músculos. Os músculos superiores da sua perna são os maiores e os que demandam mais energia, e eles ficarão doloridos se o fluxo sanguíneo para eles é diminuído, nem que levemente. Se você ingeriu sementes de Hawaiian Woodrose, glória-da-manhã ou LSA puro, e está sentindo suas pernas doloridas, você deve parar por um tempo. Deixe seu corpo se restabelecer antes de utilizar as sementes novamente. Isso é mais importante para o LSA (Hawaiian Woodrose, glória-da-manhã, etc). Com o LSA, pode levar até 3 dias de abstinência para seu corpo se reestabelecer.

É importante notar que o LSA não possui potencial para dependência, e o desejo de utilizá-lo pode na verdade diminuir com o uso. Geralmente, é auto-regulável. Você também adquire uma tolerância quase instantânea após a ingestão de LSA, prevenindo-o de experimentar seus efeitos completos com uma frequência maior que a cada 4-7 dias (a não ser que você aumente a dosagem significativamente).

Conclusão

Como substância em si, apesar de ser conhecido muito bem através da comunidade psicodélica, essa substância tem uma reputação muito ruim por causar estados de náusea dolorosos, vômitos e vasoconstrição apesar do fato de essa ser reduzida dependendo do método de preparação. Além disso, o LSA é conhecido por ser uma substância que causa efeitos visuais e cognitivos leves em comparação com outros psicodélicos clássicos.

Porém, essa reputação está incorreta. O LSA pode ser tão profundo quanto o LSD, cogumelos, ayahuasca ou qualquer outro psicodélico, basta você encontrar a dosagem correta e extraí-la da maneira adequada. Isso torna o LSA uma excelente escolha para um psiconauta, especialmente quando considerando o quão barata e disponível a planta está.

Conheça o Palácio do LSD em São Francisco

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O LSD revolucionou o ocidente, e a proibição acabou impulsionando uma nova forma de arte. Nos encontramos com Mark McCloud, o colecionador de ácidos que encheu sua casa de lisergia na cidade de São Francisco.

 

Era uma vez uma substância que protagonizou a maior revolução cultural do século XX. Vinha de fábrica na forma de um líquido transparente, envasado em ampolas de vidro opaco ou conta-gotas. As imagens dos primeiros viajantes mostram jovens de camisa e cabelo curto ingerindo torrões de açúcar ou copos de água com LSD, em recintos controlados, com um psiquiatra vigiando a sessão e com o auxílio de uma enfermeira.

Com a ilegalidade, acabaram as sessões psicodélicas patrocinadas por universidades. Também acabaram os doutores anotando os resultados e as enfermeiras participando de esquizofrenias experimentais. A lei tentou travar o avanço do consumo de LSD, porém foi como apertar uma granada armada: não importa quanta força você faça, a única coisa que você irá conseguir é ficar sem uma mão.

O primeiro ácido na forma de blotter disponibilizado comercialmente foi em 1968 (depois da ilegalização: eram utilizadas tiras de papel tornassol, que reage com o LSD formando um ponto azul (blue dot acid). O formato atendeu às exigências de quase toda mercadoria ilegal: era fácil de transportar, esconder e disfarçar. Outra das razões que levaram os usuários a trocar a forma de transportar o LSD foi devido à implementação de sentenças mínimas. O princípio é básico: quantidades fixas de uma substância ilegal (em dose ou peso) eram penalizadas com tempo obrigatório de prisão correspondente. O ponto é que, antes do milagre do papel, o meio mais comum para dosar o LSD eram torrões de açúcar ou cápsulas. Assim, uma pessoa com um grama de açúcar embebido em ácido (que continha apenas uma dosagem) poderia receber a mesma pena que uma pessoa que tinha um grama puro, que poderia gerar mais de 10.000 doses. A busca de um suporte para o LSD com o menor peso possível foi vital para que os usuários não acabassem atrás das grades acusados de traficar a granel.

Mas além dos formatos, há algo totalmente indiscutível e que expressa a radicalidade do que foi uma revolução: a maneira na qual os Beatles passaram do Rubber Soul (quando eles começaram a tomar LSD por causa da influência de Bob Dylan) ao Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band é algo que só podemos atribuir à magia da Dietilamida do Ácido Lisérgico.

Cartela de LSD contendo fotografia dos integrantes da banda Beatles.
Cartela de LSD contendo fotografia dos integrantes da banda Beatles, presente no catálogo de Mark.

Instituto das Imagens Ilegais

Todo psiconauta gostaria de ir ao aniversário de Mark McCloud. Foi amigo de Albert Hofmann e de Owsley Stanley. Conhece Alex Grey, Howard marks, Alexander Shulgin e o DJ Goa Gil. Era professor de arte, até que uma viagem, uma viagem muito boa, o deixou com vontade de ele mesmo desenhar as cartelas. Foi em dezembro de 1971, quando existia o legendário Orange Sunshine de Owsley. Essa viagem, que ele levou 10 anos para assimilar, deixou de lembrança uma cartela emoldurada e pendurada na parede. Mais tarde, McCloud afirmaria que mostrar ao mundo a arte comestível do LSD era uma forma de pagar a dívida por aquela experiência.

Se os franceses foram os primeiros a integrar uma arte clandestina (o graffiti) ao sistema (fazendo logos para a Nike, Coca-Cola ou Sony), e foi o inglês Banksy quem o reconverteu em uma declaração política esculpida com pintura, Mark McCloud foi o pioneiro em reconhecer o lugar cultural que o blotter art tinha ganhado na cultura psicodélica. O desenho não faz nenhum tipo de efeito sobre a substância, é totalmente inócuo. É uma necessidade humana, tal qual pintar búfalos nas paredes de uma caverna, colorir o rosto para assustar o inimigo ou pixar as paredes de um McDonald’s.

Na iconografia psicodélica do instituto encontramos desde o Mickey e o Gato Félix até mesmo Gorbachov, Obama e personagens do filme Avatar. Encontramos também personagens de Lewis Carroll, Robert Crumb, Charles Schultz e Matt Groening. Existem dragões chineses milenários, deuses indianos, homenagens a estrelas do rock, químicos e escritores. Um artista de blotter art se apropria de uma imagem e atribui a ela um novo significado.

Nas mentes dominadas por níveis básicos de análise, como no caso dos oficiais e empregados da lei, argumentos como que os desenhos servem para identificar diferentes laboratórios, potências ou até mesmo que os desenhos são para chamar atenção das crianças pequenas. E assim, esquecem do básico: a arte não influencia, pelo menos não em um sentido estritamente químico.

A realidade é que a blotter art poderia ser a resposta do rock à pop art. “A boa arte tem sempre a capacidade de transformar sua mente”, refletiu uma vez Mark, “porém a boa arte embebida em LSD com certeza tem essa capacidade”. De certa forma, se pintar uma lata de sopa com cores vibrantes era transgressor, fazer quadros em miniatura que iriam acabar embaixo da língua de alguém ou auto-digeridos pelo ácido lisérgico em que eram embebidos é com certeza um ato desafiador.

Interior do Palácio do LSD, também conhecido como Instituto das Imagens Ilegais.
Interior do Palácio do LSD, também conhecido como Instituto das Imagens Ilegais.

Em uma entrevista, McCloud reforça a importância da blotter art comparando-a com uma missa católica. “Em uma missa, a hóstia funciona de maneira muito semelhante a um blotter. Se imprime de um lado uma lâmina de pão liso a figura do espírito santo, e no outro lado, a marca da paróquia que a produziu. Eu poderia ir de paróquia em paróquia colecionando hóstias, mas como não são populares, me inclinei a colecionar a hóstia ativa, aquela que aproxima novamente o misticismo das pessoas”.

É somente arte, amigo

Em 1987, com uma coleção respeitável e com uma exposição que começava a se mostrar em galerias de arte, começaram os problemas com os agentes do FBI. Ao iniciar sua coleção, McCloud só tinha acesso a cartelas embebidas em ácido, que logo tinha que inativar expondo-as sob luz ultravioleta para que o LSD fosse degradado em formas não psicoativas. Mas, ainda assim, o governo sustentava que a coleção de Mark, e a produção de cartelas desenhadas e perfuradas, era um disfarce para a distribuição de insumos para a fabricação de narcóticos. McCloud se permite fazer algumas ironias a esse respeito: “emoldurar é a melhor maneira de conservá-los, por que você não pode engolir as molduras”.

Os anos 90 foram agitados, e no começo dos anos 2000, sua casa foi invadida e uma coleção de mais de 400 cartelas foi confiscada. A defesa afirmou que o artista ou o produtor das cartelas não era responsável pelo uso que elas tiveram depois de serem vendidas e, por outro lado, se toda a coleção não continha nenhum LSD, não havia nenhum tipo de delito.

“Você não tem ideia do que é levantar-se todas as manhãs e ter quatro agentes lhe seguindo onde quer que você vá, apenas por fazer algo legal, algo melhor”, declarou Mark há um tempo em uma entrevista. “Não têm ideia do que é ser perseguido todos os dias de sua vida pelo trabalho artístico que você realiza”.

Durante o julgamento, em 2001, foi provado que 33 milhões de doses de LSD também podem ser 33 mil cartelas de papel secante que compõem um projeto artístico de mais de 30 anos de trabalho. Como afirmou Carlo McCormick: “A arte de McCloud é uma peça de suma importância para o folk norte-americano”.

blotter_mccloud

Você pode conferir alguns blotters catalogados, além de outras informações sobre o museu, na página Blotter Barn.

Fontes: Wired & Blotter Barn

25B-NBOMe e seus Efeitos – Análise Completa da Substância

25B-NBOMe – Tudo sobre a molécula

25B-NBOMe
Molécula de 25B-NBOMe

Início dos Efeitos: 15 – 60 mins
Intensificação dos Efeitos: 60 – 120 mins
Pico: 3 – 4 hrs
Diminuição dos Efeitos: 1 – 2 hrs
Duração dos efeitos perceptíveis após o pico : 5 – 24 hrs

Dosagem limiar : 100 µg (100 microgramas)
Dosagem leve: 100 – 300 µg
Comum : 350 – 700 µg
Forte : 700 – 1500 µg

25B-NBOMe ou 2C-B-NBOMe é uma N-benzila serotoninérgica derivada da fenetilamina psicodélica conhecida como 2C-B.

Não tem histórico de uso humano até 2010, quando se tornou popular pela primeira vez por sua facilidade de compra de vendedores de research chemicals online.

O 25B-NBOMe tem sua eficácia no receptor 5-HT2A, onde age como um agonista parcial potente. Ele foi descoberto em 2003 por Ralf Heim na Free University of Berlin, e difere estruturalmente do 2C-B através de uma substituição do grupo amina (NH2) com o grupo 2-metoxibenzil (BOMe) como mostrado na imagem abaixo. Essa mudança na estrutura resulta em um aumento de cerca de 16 vezes na potência quando comparado ao 2C-B, permitindo que até mesmo a dosagem mais extrema caiba em blotters (é por isso que as pessoas confundem com frequência essa molécula com o LSD).

25B-NBOMe e 2C-B
Diferença entre o 25B-NBOMe e o 2C-B.

Existem, entretanto, maneiras de se diferenciar adulteradores como o 25B-NBOMe e o LSD sem qualquer tipo de kit de teste.

Por exemplo, uma das diferenças chave entre o 25B-NBOMe e o LSD é que essa substância é somente ativa quando administrada embaixo da língua ou insuflada. Isso significa que, para obter os efeitos completos, os blotters de 25B-NBOMe devem ser levemente mastigados na boca por 10-20 minutos e nunca imediatamente engolidos.

A insuflação, entretanto, não é recomendada devido ao número de pessoas que sofreram com overdoses perigosas e até mesmo fatais devido à essa rota de administração.

A experiência com o 25B-NBOMe contém uma gama complexa e variada de efeitos que estão baseados no índice de efeitos subjetivos potenciais pré-definidos que podem ser encontrados aqui. A molécula será agora descrita e analisada.

Efeitos Físicos do 25B-NBOMe

Os efeitos físicos do 25B-NBOMe podem ser divididos em seis componentes, que são todos progressivamente intensificados proporcionalmente à dosagem. Eles estão descritos abaixo e geralmente incluem:

  • Anestesia sublingual – Assumindo que a substância tenha sido ingerida de forma sublingual, o primeiro efeito físico que a pessoa irá notar imediatamente após a aborção é um gosto metálico e amargo muito forte e desagradável. Esse gosto é acompanhado por uma sensação de dormência da língua e boca que pode permanecer por até uma hora após a substância ter sido ingerida. Essa é a diferença chave para determinar se o blotter contém LSD ou algum químico do grupo dos NBOMe.
  • Sensações táteis espontâneas – Os efeitos corporais podem ser descritos como uma sensação de formigamento geralmente leve e abrangente, suave mas eufórica. Essa sensação de formigamento é também acompanhada por picos espontâneos de euforia que se tornam mais prolongados proporcionalmente à dosagem consumida.
  • Diminuição da sensação de peso – Em termos do peso corporal percebido pelo indivíduo, essa substância deixa os usuários se sentindo extremamente leves, com frequência ao ponto de total perda da sensação de peso corporal.
  • Estímulo –  Em termos dos efeitos nos níveis de energia física do usuário, o 25B-NBOMe é usualmente considerado um energético e estimulante, mas pode ser considerado menos estimulante quando comparado com o 25I-NBOMe. Para a maioria dos usuários, essa substância induz um tipo de estímulo físico único que pode ser descrito como uma sensação de extrema energia, contudo, sem forçar o usuário a se mover a não ser no caso que ele decida fazê-lo. Para outros entretanto, o estímulo pode ser consideravelmente incontrolável, ocasionalmente resultando em tremores físicos e bruxismo comparáveis aos efeitos semelhantes do MDMA e anfetaminas, porém manifestos de maneira menos intensa quando comparados ao 25I-NBOMe.
  • Vasoconstrição – Um número indeterminado de usuários que utilizaram essa substância experimentaram efeitos físicos negativos, como dificuldade em urinar e vasoconstrição. Esses efeitos são devidos ao estreitamento dos vasos sanguíneos, resultado da contração da parede muscular dos vasos. Esse efeito é causado pela maneira na qual o receptor alvo do 25B-NBOMe (5-HT2A) modula ambas vasoconstrição e vasodilatação além de outras funções diversas.
  • Náusea – Quando os efeitos começam a se intensificar, a náusea não é incomum e pode algumas vezes resultar em vômitos, mas passa quando estes ocorrem ou quando a viagem começa realmente. Em comparação com outros psicodélicos como a psilocibina, LSD, 2C-E e 2C-I, esse efeito pode ser considerado médio em sua intensidade.

Efeitos Cognitivos do 25B-NBOMe

O estado mental do 25B-NBOMe é descrito por muitos como remarcavelmente leve e menos intenso se comparado aos psicodélicos clássicos. Não é incomum os usuários reportarem que seu fluxo de pensamento se manteve normal em seu estilo específico em dosagens baixas ou moderadas. Em altas dosagens entretanto, efeitos cognitivos médios a intensos se tornam presentes.

Os efeitos cognitivos mais proeminentes geralmente incluem:

  • Introspecção – Esse componente é manifestado somente em um contexto não-social, em que o usuário esteja sozinho.
  • Empatia, amor e sociabilidade aumentada – Os efeitos empatógenos  variam de médios a potentes, mas são manifestados de maneira inconsistente. Efeitos empatógenos se tornam proeminentes para os usuários que experimentam essa substância e se encontram na presença de outros. Esses sentimentos de sociabilidade aumentada, amor e empatia não parecem ser tão fortes ou profundos quanto àqueles encontrados em outros empatógenos (como MDMA, 2C-B e AMT).
  • Aceleração do pensamento
  • Distorção do tempo
  • Sentimentos de fascinação, importância e reverência
  • Pensamentos conceituais
  • Conetividade de pensamentos
  • Melhoria do estado mental atual
  • Remoção do filtro cultural
  • Supressão, perda e morte do ego.

Efeitos visuais do 25B-NBOMe

Melhoramentos

O 25B-NBOMe apresenta uma gama completa de possíveis melhoramentos visuais que incluem:

  • Acuidade visual melhorada
  • Melhoramento na percepção de cor
  • Melhoramento no reconhecimento de padrões

Distorções

As distorções visuais e alterações que são experimentadas são detalhadas abaixo:

  • Efeitos de distorção (Derretimento, Respirar, Fundir e Fluir) – Em comparação com outros psicodélicos, esse efeito pode ser descrito como altamente detalhado, devagar e fluido em movimento, estático em sua aparência e irreal/cartunista no seu estilo.
  • Rastros
  • Imagens persistentes
  • Repetição de texturas
  • Mudança de cores
  • Divisão do cenário

Geometria

A geometria visual que á apresentada durante a viagem é com frequência descrita como sendo similar em aparência ao LSD. Ela pode se descrita como algorítmica no estilo geométrico, intrincada na complexidade, com detalhes precisos e afastados, rápida e fluida em movimento, estruturada em sua forma, com cores brilhantes, com arestas afiadas e arredondadas em seus vértices. Em comparação com outros psicodélicos mais comumente utilizados, elas podem ser descritas como mais intrincadas que a geometria visual encontrada no 2C-I e a família 2C-X em geral, assim como quase completamente idênticas ao LSD, psilocibina e DMT em dosagens aproximadamente altas.

Em termos de seu comportamento, a geometria do 25B-NBOMe leva o usuário ao nível 7A da geometria visual com o nível 7B ainda não confirmado para essa substância. Ela também parece aumentar de intensidade quando o usuário fixa a visão em um ponto. A geometria geralmente engloba toda a visão do usuário e cria a sensação que o mesmo entrou em uma paisagem geométrica contínua, ou em uma paisagem psicodélica com uma sensação profunda de imersão corporal.

Estados alucinatórios

O 25B-NBOMe é capaz de produzir uma gama vasta de estados alucinatórios que variam do nível 1 -3. As catarses alucinatórias são reportadas mas são muito incomuns e inconsistentes se comparadas a outros psicodélicos mais comumente utilizados como a psilocibina, o 2C-B e o DMT.

Esses efeitos incluem:

  • Alucinações externas
  • Alucinações internas – Esse efeito em particular comumente contém alucinações com cenários, ambientes, conceitos e contato com entidades autônomas. Elas são mais comuns em ambientes escuros e podem ser descritas como internas em sua manifestação, lúcidas em sua veracidade, interativas em seu estilo e quase exclusivamente de natureza religiosa, espiritual, mística ou transcendental.

Efeitos auditivos do 25B-NBOMe

Os efeitos auditivos do 25B-NBOMe são comuns em sua ocorrência e exibem uma gama completa de efeitos que comumente incluem:

  • Melhoramentos
  • Distorções
  • Alucinações

Efeitos do 25B-NBOMe na saúde, potencial para dependência e tolerância

O 25B-NBOMe é uma substância muito nova e pouco é conhecido sobre seus riscos farmacológicos ou comportamentais. A dose letal não é conhecida. Algumas mortes foram atribuídas à overdose de 25B-NBOMe causada por manuseio incorreto e uso não-consciente dessa substância. A popularização do seu uso sugere que as mortes são causadas principalmente por overdose quando a substância é insuflada, e não por doses comuns ingeridas de forma sublingual.

O fato de que o 25B-NBOMe é ativo na faixa dos microgramas é um fator que contribui para overdoses, uma vez que a dosagem se torna significativamente mais difícil.

Em termos de seus potenciais para dependência, o 25B-NBOMe não foi estudado formalmente, mas devido à tolerância que se instala rapidamente e que permanece por até 2 – 3 semanas após a experiência, se torna essencialmente impossível usar essa substância compulsivamente.

Conclusão

Como substância, o 25B-NBOMe e a família dos NBOMe são psicodélicos extremamente interessantes mas não se comparam em termos alucinatórios e cognitivos à outros psicodélicos clássicos como o LSD, DMT e a psilocibina.

Quais são os riscos dos psicodélicos? Coisas a considerar antes de uma experiência psicodélica

Os perigos dos psicodélicos são com frequência  exagerados, mas essas substâncias expansoras da mente podem apresentar problemas se utilizadas sem cautela.
Os perigos dos psicodélicos são com frequência  exagerados, mas essas substâncias expansoras da mente podem apresentar problemas se utilizadas sem cautela. Imagem: Dima Yastronaut – Balance

Psicodélicos possuem muito a oferecer à humanidade, e tem sido utilizados por milênios por culturas ao redor do mundo exatamente por esse motivo. Como toda medicina poderosa, entretanto, essas plantas e químicos expansores da mente nunca devem ser utilizados levianamente, e a aproximação não deve ser feita sem muita pesquisa e cuidado. Ambos os efeitos de cura e perigos potenciais dos psicodélicos não devem nunca ser subestimados, mas como iremos ver, (e ao contrário da concepção de muitas pessoas) os perigos com frequência não estão associados com os psicodélicos por si próprios.

Drogas Impostoras

Provavelmente o maior perigo para alguém que está tomando psicodélicos é, em um ambiente não-médico, ouvir de alguém que uma certa substância é “ácido”, “ecstasy”, quando de fato é algo totalmente diferente. Infelizmente, a ocorrência desse tipo de situação está aumentando, pois traficantes de rua tendem a tentar popularizar seu produto sob um nome popular, quando de fato o que é vendido são research chemicals que oferecem efeitos mais fortes em relação ao seu preço se comparados com os psicodélicos em sua forma pura. Substâncias não psicodélicas que são vendidas como tais incluem heroína, metanfetaminas, e até mesmo sais de banho (metilona e derivados). Essa tendência perturbadora ilustra as consequências mortais que o paradigma da proibição impõe e destaca a importância vital das práticas de redução de danos.

Considerações para desordens mentais não-diagnosticadas

Uma das parábolas mais antigas em relação aos psicodélicos é que consumi-los com frequência irá enlouquecê-lo – não por apenas algumas horas, mas para sempre. Como parte da campanha de pânico levantada contra os psicodélicos na década de 70 e 80, essa história era acreditada por muitas pessoas devido ao clima antagonista sócio-político que a guerra às drogas criou, mas na verdade essa é apenas uma falácia. Inúmeros estudos científicos têm sido feitos com psicodélicos, desde a psilocibina ao DMT e ao Peiote, e foi descoberto que psicodélicos não prejudicam o cérebro sob uso normal e controlado. A única ponta de verdade nessa história é que em uma fração muito pequena de casos, algumas pessoas que foram diagnosticadas como portadoras de distúrbios mentais ou com uma forte predisposição genética à esses distúrbios podem ter tido suas desordens desencadeadas mais cedo pelo psicodélico. E, claramente, não é necessário mencionar que altas dosagens de qualquer substância, legal ou ilegal, podem apresentar perigos reais, que o uso racional não apresenta.

Interações prejudiciais

Enquanto a maior parte dos psicodélicos são relativamente seguros por si mesmos, alguns prejudicam mais o corpo do que outros, e alguns interagem de maneira prejudicial com outras drogas. É por isso que centros de tratamento psicodélico ao redor do mundo requerem uma análise médica prévia. Os indivíduos devem sempre realizar pesquisas por si mesmos, mas alguns exemplos de fatores de risco que devem ser considerados incluem problemas cardíacos com o tratamento com ibogaína, antidepressivos com a ayahuasca, e dextromethorphan (DXM) com MDMA. Pessoas em qualquer tipo de tratamento devem realizar pesquisa extensiva antes de considerar qualquer tipo de experiência psicodélica.

Assegurando que os psicodélicos gerem mais benefícios do que prejuízos

“Bad trips”, ou viagens ruins com psicodélicos podem deixar as pessoas estressadas, mas elas podem ser reduzidas ou até mesmo transformadas em catarses de auto-transformação com set e setting apropriados. Isso significa que as intenções de uma pessoa que está buscando uma experiência psicodélica, combinadas com suas estruturas físicas e sociais, além da rede de apoio e suporte, tem um papel essencial em ajudar os indivíduos a transformar sua experiência em uma jornada psicodélica de aprendizado e enriquecimento pessoal.

Dito isso, se essas condições de suporte vitais são desfavoráveis, ou se uma pessoa não está preparada para enfrentar face a face seus sentimentos, traumas e padrões de comportamento mais profundos, ela pode se sentir oprimida e resistir à experiência, criando uma viagem desconfortável e muitas vezes assustadora, que nega os insights reveladores que os psicodélicos oferecem. A importância do set e setting e do suporte à experiência é a razão pela qual grupos como o Projeto Zendo existem e fornecem esse tipo de serviços a pessoas que estão passando por uma experiência desafiadora em festivais. Seja em um festival ou durante uma sessão de terapia psicodélica, o suporte humano é um componente essencial para assegurar a segurança física e emocional do indivíduo. Leia mais sobre redução de danos na experiência psicodélica aqui.

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