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O Poder do Xamã

A gente tá meio sem tempo, mas a roda tem q girar…to postando então um texto interesssante a respeito dos xamãs, e o conceito de espírito. Bastante esclarecedor!

Retirado do site: http://www.duplipensar.net/artigos/2006-Q4
/xamanismo-o-conceito-de-espirito.html
Texto escrito por Janos Biro

“De onde vem o conceito de espírito como oposto de corpo? O homem sempre teve a idéia de um acesso privilegiado a algo sobrenatural? De acordo com David Abram, que conviveu com tribos na Indonésia para descobrir a ligação entre magia e medicina, não há nada de sobrenatural no xamanismo.

No capítulo “A ecologia da magia”, ele diz que o xamã não está em contato com entidades sobrenaturais, mas sim fenômenos naturais que causam tamanho espanto à mente humana que só podemos nos referir àquilo como “magia”. O que é visto com maravilha não é nada além da natureza que está aquém e além do homem, pois apesar de não a compreendermos, ela nos compreende e se comunica conosco.

Os xamãs originais eram membros indistintos da tribo, não tinham um acesso privilegiado a segredos ou mistérios da natureza. Tinham mais contato com a natureza porque ficavam à margem da sociedade. Todas as populações de animais oscilam em harmonia com os recursos que elas usam do meio. A natureza é fonte da vida e da morte. O xamã traz boas e más noticias, traz curas e também maldições. As maldições podem ser mudanças no meio, que o xamã, por estar nos limites da tribo, percebe primeiro, ao observar o comportamento modificado dos animais. Para curar, o xamã usa um conhecimento comum a toda a tribo, ele apenas tem mais prática. Logo, o xamanismo não é privilégio do xamã.

O conceito de espírito como algo interno, anterior e superior ao corpo, se origina de uma perda da nossa reciprocidade ancestral com a comunidade da vida. Em culturas genuinamente orais, não é enviando sua consciência além do mundo natural que se faz contato com as forças da vida, nem fazendo jornadas num mundo espiritual interior, mas projetando sua consciência lateralmente, nas profundezas de um meio tanto sensível quanto psicológico, o sonho vivo que dividimos com todas as criaturas vivas. Isto ecoa com a idéia de transcendência horizontal, que Aldous Huxley cita no apêndice de Demônios de Loudum.

A visão popular do xamanismo é que ele serve para transcendência pessoal. Mas os “xamãs urbanos” parecem esquecer dos motivos para alterar sua consciência. Hoje há empresas e profissionais que decidem, com base na ciência, até onde a natureza pode agir. Nós agora organizamos a natureza de acordo com nossa inteligência. Os xamãs originais precisavam lidar com a natureza nos termos dela, isto é, sem nunca compreender realmente o que se passava, sem uma explicação racional. Outros animais fazem o mesmo, lidam com o meio sem terem plena consciência do que estão fazendo, mas fazem exatamente o que é preciso para manter o equilíbrio. O homem tribal não pode usar a lógica de sua cultura para ouvir o que a as outras formas de vida tem a dizer. Ele deve se deixar levar por uma lógica mais ampla, uma lógica não humana. O homem civilizado precisa reduzir tudo à lógica de sua própria cultura, e esse é o fim da “magia”.

Há um exemplo interessante no texto de Abram. Ele ficou um tempo na casa de um xamã. Todo dia, ao trazer a comida, o xamã colocava uma pequena quantidade de comida em pontos ao redor da casa. Ele dizia que eram oferendas para os espíritos da casa. À tarde, quando observou de novo, a comida que foi oferecida tinha sumido. Então ele resolveu ficar olhando para ver como a comida sumia. Ele descobriu que a comida era recolhida pelas formigas. Na região há muitas formigas, e as oferendas pareciam ter uma utilidade prática: 1- servem para saciar as formigas e impedir que elas continuem e invadam a casa. Ao encontrar a comida, elas dão meia volta para o formigueiro. 2- Serve para atrasar as formigas num eventual ataque em massa, comum na região. 3- Serve para medir a população de formigas, prevendo eventuais ataques em massa. Mas o importante não é saber que há uma utilidade prática por trás de cada rito. O interessante é que o xamã nunca pensa nisso. Ele não precisa saber explicar porque isso funciona.

As teorias científicas não nos tornaram mais inteligentes, nosso cérebro continua o mesmo há pelo menos 50 mil anos. De fato, ele se acostumou a não ter que explicar tudo em palavras, pois é basicamente um cérebro de ação. Linguagem é apenas uma função do cérebro. O fato de que agora precisamos explicar tudo não nos torna mais capazes de sobreviver, e sim mais estressados. Sobrevivemos durante 90% da nossa existência sem teorias, mas sim prática. Seguindo a lei do menor gasto de energia, as teorias sobre tudo que ocorre são um desperdício para pessoas que convivem em comunidade. Elas só são úteis quando as pessoas estão afastadas, pois não precisamos explicar o que estamos fazendo às pessoas com que convivemos todos os dias. Esse afastamento só é possível em sociedades de massa. Logo, numa nova comunidade tribal, sua importância diminuiria até o ponto de se extinguir. Se isto for verdade, então não precisamos combater o pensamento simbólico como se ele fosse maléfico, como se ele tivesse que ser extinto para podermos voltar à naturalidade. Ao experimentarmos modos de vida não que não sejam massificados, a necessidade da representação diminuirá por economia de energia. Deixaremos de fazer coisas que antes pareciam necessárias e que então se tornarão inúteis.

“Espíritos”, para uma cultura tribal, são primariamente formas de “inteligência” não-humana. Por exemplo, todos os lobos “sabem” coisas semelhantes, independente de onde nasçam. Para os tribais, é como se os lobos fossem uma tribo só, estão unidos por uma sabedoria comum. O “espírito do lobo” é essa sabedoria que une todos os grupos isolados de lobos sem que eles se comuniquem. Não funciona para humanos, porque humanos se comportam de formas muito diferentes em diferentes grupos (pelo menos de acordo com o olhar humano), ou seja, dependem da tradição oral. Do ponto de vista dos tribais, o modo de vida humano é o único que não é regido por nenhum espírito. É criação humana.

Para as culturas tribais, a morte de uma pessoa significava uma “reencarnação” num modo não humano, porém ainda natural. O conceito era de que a vida não desaparece, ela muda de lugar. Assim como a morte de uma presa é a vida do predador, a morte do predador é a vida da presa. E por que a permanência da personalidade é tão importante para nós? É comum ver a explicação de que espíritos de pessoas mortas rondam o mundo porque “deixaram algo pendente”. Eu identifico isso como ressentimento. A maioria das pessoas de nossa cultura não vive sua vida natural, mas uma vida artificial, elas sempre morrem “com algo pendente”. Esse algo pode ser o simples desejo de liberdade e felicidade, impossibilitado por uma cultura de controle. Esse sentimento é próprio da nossa cultura. Em culturas tribais provavelmente não há muitos “assuntos pendentes” que exigem a sobrevivência da personalidade para se realizarem. Esse conceito depende de certo grau de egocentrismo.

A adoração aos ancestrais não é um reconhecimento do poder humano, mas sim do que há de primitivo em cada humano, a sua essência primitiva. Mesmo as culturas mais antigas sentiam que nós dividimos ancestralidade com os animais, vegetais e até minerais. Um antepassado não tem mais a forma humana, ele se espalha pelo terreno. Sua personalidade não permanece, porque sua essência não é sua personalidade. Sua essência é seu corpo, seu corpo está agora misturado substancialmente com outros seres. Pode estar no ar, invisível, porém ainda material. O que havia de mais significativo em sua personalidade só pode permanecer nas estórias que ele deixou. Na morte o homem retorna à natureza que o criou. Portanto os antepassados estão ao redor da aldeia, eles são as formigas, as nuvens e as árvores. Neste sentido, podem dizer que o homem não abandona seu corpo, pois o corpo é o que o torna homem. Mas ele nunca deixa a natureza.

Quando um xamã fala de poder, ele fala de algo que existe na natureza. Ele pode sentir uma força invisível, mas ainda assim ele a sente porque ela se manifesta de alguma forma no mundo. O xamã não eleva seus sentidos acima do mundo sensível, e sim dentro dele. Não é por outros sentidos que ele se comunica com o meio, mas sim com os seus sentidos. Uma pessoa comum pode achar que ele tem um sentido a mais, porque ela não percebe o mesmo que ele. As diferenças sutis num terreno podem informar coisas importantes àquele que está acostumado a observá-lo. O tipo de animal que vive por ali, por exemplo. Uma marca tênue pode significar perigo. Uma área de “poder” pode ser uma área segura, onde se pode observar longe, onde o comportamento do meio seja mais visível. Novamente, o xamã não precisa saber disso. Ele apenas sente, e isso funciona.

O xamã se comunica com os outros animais porque sua presença se torna neutra para eles. Mas nós, vivendo em cidades, não podemos fazer o mesmo. Nós não somos neutros para os animais que nos cercam. Eles nos temem, e nós os tememos. Criamos uma fronteira que não existia antes, e não pode ser quebrada fazendo um “workshop” de xamanismo. Não podemos resgatar nossa naturalidade vivendo num ambiente artificial, num modo de vida artificial. A medicina baseada nos métodos do xamanismo não pode ter os mesmos resultados, pois a causa dos nossos desequilíbrios não é individual, está na relação da nossa sociedade com o resto da comunidade da vida. Nós vemos o mundo como se ele fosse um mundo meramente humano, nós nos esquecemos que vivemos num mundo não-humano, e deixamos de afinar nossas percepções para tudo que não é humano.

Muitos acreditam que o conceito de espírito como algo não material é uma continuação lógica do animismo, algo necessário para o desenvolvimento psíquico do homem. Mas o conceito de espírito é um passo além numa direção etnocêntrica, numa direção que reduz o mundo natural a um mundo cultural. Não podemos ser humanos sem a reciprocidade com o não humano. A forma humana foi criada em conformidade com o meio natural, e sobreviveu porque havia reciprocidade na comunicação com o resto da comunidade da vida. Quando negamos essa relação igualitária, não o fazemos para sobreviver ou para explicar melhor o mundo. Nada disso era necessário, o homem não estava ameaçado, viveu em tribos por 90 mil anos. Ao mudar nossa relação para uma não igualitária, tudo que ganhamos foi maior quantidade de pessoas. A tecnologia possibilita que mais pessoas vivam dessa forma, mas não pode evitar o custo desse projeto expansivo, que é a nossa natureza humana.

O xamã pode ser visto como uma figura de poder que inaugura a hierarquia entre os homens, mas nem sempre foi assim. O xamã em seu contexto original não está separado da tribo. Ele não possui um conhecimento inacessível aos outros membros. Os outros membros o aceitam porque sabem o que ele está fazendo. O xamã no contexto original não pode ganhar poder porque não controla as forças da natureza, apenas se comunica com elas. Se em algum ponto da história humana foi instituído o poder de um homem usando o título de xamã, é porque já havia um acesso privilegiado a algo que os outros não podiam saber de forma alguma, algo distinto da percepção partilhada. Um conceito de algo sobrenatural, algo que pessoas normais não podem acessar; algo distinto do corpo: o nosso conceito de espírito. Tal conceito é uma criação humana para justificar privilégio, para justificar o poder de um homem sobre outro, e sobre a própria natureza. Talvez o próprio conceito de xamanismo já seja uma traição das práticas animistas, assim como a palavra “espírito” foi colocada na boca dos tribais. No fundo, não há xamãs, há seres humanos que vivem na natureza e há seres humanos que tentam viver fora dela.”

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Entrevista Terence Mckenna – OMNI

x240-uuHTo postando um trecho traduzido de uma entrevista que achei muito interessante. Pra quem não conhece, Terence McKenna foi um pesquisador de plantas psicodélicas de projeção internacional. Nasceu no Colorado (Estados Unidos) em 1946, graduou-se pela Universidade de Berkley e obteve mestrado em Xamanismo e Conservação de Espécies Botânicas. Em 1992 publicou o livro “Food of the Gods” (“Alimento dos Deuses”), onde descreveu a evolução humana a partir do consumo de substâncias como o DMT e a psilocibina, encontrada em cogumelos alucinógenos. McKenna morreu em 2000 e é considerado por muitos como um “cientista da Nova Era”. Esta entrevista foi concedida a revista OMNI em 1993.

A entrevista pode ser encontrada integralmente (sem tradução) aqui: http://deoxy.org/t_omni.htm Inclusive, se alguém tiver disposição e conhecimento pra traduzir tudo, sinta-se à vontade, pois seria um grande prazer postá-la por completo =)

OMNI: Para que servem suas pesquisas com substâncias psicodélicas?

MCKENNA: É uma tragédia pensar que alguém pode ir para o caixão ignorante das possibilidades da vida. E faço analogia com o sexo. Poucas pessoas podem evitar, em suas vidas, uma experiência de natureza sexual, já que sexo é uma das informações de que a condição humana dispõe. Sexo é um grande prazer, sexo liberta. Detesto pensar que alguém pode morrer sem experimentar sexo! O mesmo acontece com a experiência psicodélica. Ela é parte legítima da condição humana. Ela disponibiliza uma infinidade de informações fundamentais que perdemos quando o homem passou a se distanciar da natureza.

OMNI: “Food of the Gods” liga DMT à psilocibina. Qual a relação?

MCKENNA: A psilocibina e o DMT são quimicamente da mesma família. Meu livro é sobre a história das drogas; mostra o impacto cultural e o poder de desenhar a personalidade que elas possuem. As pessoas têm tentado, sem sucesso, responder como nossas mentes e consciências podem derivar do macaco. Já formularam todo o tipo de teoria sobre isso, mas para mim a chave que destranca este grande mistério é a presença de plantas psicoativas na dieta do homem primitivo.

OMNI: O que o levou a concluir isto?

MCKENNA: A teoria ortodoxa da evolução nos diz que pequenas mudanças adaptativas de uma espécie acabam sendo geneticamente impressas em seu DNA. Os descendentes da espécie vão acumulando novas mudanças adaptativas, até que o conjunto de mudanças gere outra espécie. Pesquisas de laboratório mostram que a psilocibina, mesmo ingerida em quantidades muito pequenas, é capaz de imprimir mudanças em nós. Nos anos 60 Roland Fisher, do National Institute of Mental Health, deu psilocibina a voluntários, e então realizou testes oftalmológicos. Os resultados indicaram que a visão periférica aumenta quando havia psilocibina no organismo do voluntário.
Bem, o aumento da visão periférica seria de grande ajuda adaptativa para o hominídeo, pois caçavam com mais sucesso e se defendiam melhor, também!

Então aqui temos o fator químico: quando adicionado à dieta, psilocibina resultou num excelente “artefato” de sobrevivência.Quando os macacos desceram das árvores encontraram cogumelos no solo. Em pequenas quantidades aumentou sua capacidade visual periférica; em maiores quantidades, aumentou as atividades de seus sistemas nervosos centrais, que resulta em maior atividade sexual e, conseqüentemente, descendentes que carregam genes modificados pela psilocibina.

OMNI: Como as informações disponíveis sobre a psilocibina sustentam sua teoria?

MCKENNA: Bem, este é o problema: a psilocibina foi descoberta em 1953, e não foi totalmente caracterizada até ser proibida, em 66. A janela de oportunidade que se abriu para estudá-la foi de apenas nove anos. Quem pesquisava a psilocibina nem sonhava que os estudos seriam proibidos pelo governo americano! Quando o LSD foi apresentado à comunidade psicoterapêutica, e uma grande esperança de estudos dos processos mentais e psicológicos se abriu, o governo suprimiu as pesquisas com drogas psicodélicas. A conseqüência disto é que a comunidade científica está capenga, pois não pôde cumprir sua missão de conhecer profundamente os mistérios da mente humana. A ignorância e o medo do governo atrapalharam o trabalho dos cientistas.

OMNI: Você está dando uma enorme quantidade de poder a uma droga. O que você pode dizer sobre a psilocibina?

MCKENNA: Ainda não sabemos tudo o que a psilocibina e o DMT podem oferecer. É como quando Colombo avistou terra, e alguém disse, “Então você viu terra. Isso é importante?”, e Colombo disse, “Você não entende: este é o Novo Continente”. Então uns marinheiros, como eu, retornaram da viagem dizendo, “Não há bordas no planeta, ele é redondo. E mais: não há monstros marinhos, e sim vales, rios, cidades de ouro”. É duro de engolir, mas caso possam voltar a estudar a psilocibina, os cientistas poderão revolucionar a forma com que lidamos com o ser humano e com o universo. Nos últimos 500 anos a cultura ocidental suprimiu a idéia de inteligências desencarnadas, da presença real de espíritos. Mas trinta segundos de viagem com DMT acabam com a dúvida. Esta droga nos mostra que a cultura é um artefato, que você pode ser um psiquiatra em Nova York ou um xamã em Ioruba, mas que essas realidades são apenas convenções locais que organizam as pessoas em sociedade. A experiência com DMT é universal, pois mostra do mesmo modo, para qualquer pessoa de qualquer cultura, a legitimidade do universo espiritual.

OMNI: Bem, mas a cultura nos dá alguma coisa para fazer, Terence.

MCKENNA: Sim, mas a maior parte das pessoas acha que cultura é o que é real. A psilocibina mostra que tudo o que você sabe está errado. O mundo não está sozinho, não é tridimensional, o tempo não é linear, não existem coincidências. Existe, sim, um nexo interdimensional.

OMNI: Se tudo o que sei está errado, então o que está certo?

MCKENNA: Você precisa reconstruir. É, no mínimo, uma tremenda permissão para sua imaginação. Você não tem que seguir Sartre, Jesus, ninguém. Tudo se esvai, e só o que você pensa é, “Sou apenas eu, minha mente e a Mãe Natureza”. Esta droga mostra que o que existe do outro lado é uma impressionantemente real forma de vida auto-consistente, um mundo que permanece o mesmo toda vez que você o visita.

OMNI: E o que está lá nos esperando? Quem?

MCKENNA: Você cai num espaço. De alguma forma, você pode dizer que é subterrâneo. Existe uma sensação de enclausuramento, mas ao mesmo tempo o espaço é amplo, aberto, caloroso, confortável de uma forma muito sensual, material. Há entidades totalmente formadas, não há dúvidas de que essas entidades estão lá. Enquanto isso você diz, “Batimentos cardíacos? Normais. Pulso? Normal.” Mas sua mente está dizendo, “Não, eu devo ter morrido, é muito radical, muito, muito radical. Não é a droga, drogas não fazem coisas assim”, e você continua vendo o que está vendo. A droga nos tenta revelar qual a verdadeira natureza do jogo. Que a dita realidade é uma ilusão teatral. Então você quer encontrar seu caminho até o diretor que produz a realidade, e discutir com ele o que acontecerá na próxima cena.

OMNI: Você dedicou boa parte de sua vida no mapeamento do DMT e da psilocibina. Como você os interpretaria?

MCKENNA: Estas substâncias podem dissolver numa única viagem toda a sua programação mental até então. Elas te levam de volta à verdade do organismo – a que diz que idioma, condicionamento e comportamento são totalmente desenhados para mascarar. Uma vez dopado, você renasce para fora do envelope da cultura. Você chega literalmente nu neste novo lugar.

OMNI: Você acha que realmente existe algo como uma “bad trip”?

MCKENNA: Uma viagem que acaba te fazendo aprender mais rápido do que você quer é o que as pessoas chamam de bad trip. A maior parte das pessoas tenta dosar o aprendizado inerente às drogas, mas às vezes a droga libera mais informação do que você é capaz de aprender. Para piorar, a mensagem pode ser, “Você trata mal as pessoas!”, e ninguém quer escutar isso.

OMNI: Como você pode defender as drogas com tanto entusiasmo quando elas estão associadas a tanto sofrimento e caos?

MCKENNA: Nós deveríamos falar da palavra êxtase. Em nosso mundo, comandado pela Madison Avenue, êxtase é aquilo que você sente quando compra uma Mercedes e pode bancá-la. Mas este não é o significado certo. Êxtase é uma emoção complexa que contém elementos de medo, triunfo, empatia e pavor. O que substituiu nosso pré-histórico conceito do êxtase é a palavra “conforto”, uma idéia tremendamente asséptica, letárgica. Drogas não são confortáveis, e qualquer um que pense que elas são uma forma de conforto ou escapismo não deveria tomá-las até que tenham coragem de lidar com as coisas como elas realmente são.

OMNI: Que tipo de pessoas não deveria tomar drogas?

MCKENNA: Pessoas mentalmente instáveis, sob enorme pressão, ou operando equipamentos dos quais dependem as vidas de outros seres humanos. Ou pessoas frágeis, ingênuas, superprotegidas. Algumas pessoas foram tão estragadas pela vida que a dissolução de amarras não é boa para elas. Essas pessoas deveriam ser cuidadas com carinho, e não encorajadas a arrebatar limites. Se por fatores genéticos, culturais ou psicológicos as drogas não são para você, então não são para você. Não estou pedindo para que todas as pessoas tomem drogas, mas acredito que assim como uma mulher deve estar livre para controlar sua fertilidade, uma pessoa deveria estar livre para controlar sua própria mente.

Todos deveriam ser livres para tomar o que quisessem, e estar bem informados sobre o que cada opção envolve. Exatamente como acontece com educação sexual. Hoje a forma com que lidamos com informações sobre drogas é a mesma como fazíamos nos anos trinta com sexo. Você aprendia através de rumores! Então as pessoas acabam tendo idéias absurdas sobre as coisas.

OMNI: Onde está sua esperança?

MCKENNA: Está na psicologia e nos jovens. Eles têm o que nunca tivemos: pessoas mais velhas que já tiveram experiências psicodélicas. O LSD tomou, e ainda toma, de assalto nossa sociedade. Dois estudantes de bioquímica podem fazer um pequeno laboratório móvel e produzir, num final de semana, de 5 a 10 milhões de doses de ácido para distribuir em papel pelo mundo. Esta facilidade e discrição criou uma pirâmide de atividade criminal de tanta potência que o governo reage como se um revólver estivesse apontado para sua cabeça. O que, no fundo, é verdade! A estratégia certa é subversão, atenção e discreto não-conformismo contra o tédio e a opressão do mundo.

OMNI: Terence, meu amigo, existe alguma coisa que o deixa com medo?

MCKENNA: Loucura. As pessoas me perguntam, “Posso morrer tomando esta ou aquela droga?”. É a pergunta errada. Claro que sempre existe algum risco em qualquer coisa, mas o que é realmente perigoso é a sua sanidade, porque como a desconstrução da realidade é infinita, você pode se mudar para algum
outro lugar. Tenho medo de não ser capaz de contextualizar essa desconstrução, me perder e não retornar à comunidade humana. Estamos tentando construir pontes, não navegar infinitamente.

OMNI: Como você vê o futuro?

MCKENNA: Se a história seguir futuro adentro, será um futuro de escassez, preservação do privilégio, controle da população através do uso cada vez mais sofisticado de ideologia para acorrentar e iludir as pessoas. Estamos no limite exato. O que também potencialmente nos aguarda é uma dimensão de tanta liberdade e transcendência que, uma vez lá, viveremos de imaginação. Seremos rapidamente irreconhecíveis se comparados ao que somos hoje porque hoje somos definidos por nossas limitações: a lei da gravidade, a necessidade de comer, de ficarmos ricos. Temos o poder de nos expandir indefinidamente para o prazer, atenção, carinho e conexão. Só precisamos nos libertar e nos permitir.

A Dança da Energia – Fritjof Capra

“Os conceitos de espaço e tempo são tão básicos para nossa descrição dos fenômenos naturais que sua modificação radical na teoria da relatividade acarretou uma modificação de todos os conceitos que usamos em física para descrever a natureza. A mais importante conseqüência da nova estrutura relativística foi a compreensão de que a massa nada mais é senão uma forma de energia. Mesmo um objeto em repouso tem energia armazenada em sua massa, e a relação entre as duas é dada pela famosa equação de Einstein, E = m c², sendo “c” a velocidade da luz.

Uma vez aceita como forma de energia, deixa de se requerer que a massa seja indestrutível, já que pode ser transformada em outras formas de energia. Isso acontece continuamente nos processos de colisão de alta energia, em física, nos quais partículas materiais são criadas e destruídas, sendo suas massas transformadas em energia de movimento e vice-versa. As colisões de partículas subatômicas constituem nosso principal instrumento para estudar suas propriedades, e a relação entre massa e energia é essencial para sua descrição. A equivalência de massa e energia tem sido verificada inúmeras vezes, e os físicos estão completamente familiarizados com ela – tão familiarizados, de fato, que eles medem a massa das partículas nas unidades correspondentes de energia.

A descoberta de que a massa é uma forma de energia teve uma profunda influência em nossa representação da matéria e forçou-nos a modificar nosso conceito de partícula de um modo essencial. Na física moderna, a massa deixou de estar associada a uma substância material; por conseguinte, não se considera que as partículas consistam em qualquer “substância” básica; elas são vistas como feixes de energia. Entretanto, a energia está associada à atividade, a processos, o que implica que a natureza das partículas subatômicas é intrinsecamente dinâmica. Para entender isso melhor, cumpre recordar que essas partículas só podem ser concebidas em termos relativísticos, isto é, em termos de uma estrutura conceitual onde espaço e tempo estão fundidos num continuum quadridimensional. Nessa estrutura, as partículas já não podem ser representadas como pequenas bolas de bilhar ou pequenos grãos de areia. Tais imagens são inadequadas, não só porque representam as partículas como objetos separados, mas também porque são imagens estáticas, tridimensionais. As partículas subatômicas devem ser concebidas como entidades quadridimensionais no espaço-tempo. Suas formas têm que ser entendidas dinamicamente, como formas no espaço e no tempo. As partículas são padrões dinâmicos, padrões de atividade que possuem um aspecto espacial e um aspecto temporal. O aspecto espacial faz com que elas se apresentem como objetos com uma certa massa, o aspect temporal, como processos que envolvem a energia equivalente. Assim, o ser da matéria e sua atividade não podem ser separados; são apenas aspectos diferentes da mesma realidade espaço-tempo.

A concepção relativística da matéria afetou drasticamente tanto nossa concepção de partículas como nossa representação das forças entre essas partículas. Numa descrição relativística de interações de partículas, as forças entre elas – sua mútua atração ou repulsão – são apresentadas como a troca de outras partículas. Esse conceito é muito difícil de visualizar, mas é necessário para se entender os fenômenos subatômicos. Liga as forças entre constituintes da matéria e, assim, unifica os dois conceitos, força e matéria, que pareciam tão fundamentalmente diferentes na física newtoniana. Força e matéria são vistas agora como tendo sua origem comum nos modelos dinâmicos a que chamamos partículas Esses modelos de energia do mundo subatômico formam as estruturas nucleares, atômicas e moleculares estáveis que constroem a matéria e lhe conferem seu sólido aspecto macroscópico, fazendo-nos por isso acreditar que ela é feita de alguma substância material. Em nível macroscópico, essa noção de substância é uma útil aproximação, mas no nível atômico deixa de ter qualquer sentido. Os átomos consistem em partículas, e estas partículas não são feitas de qualquer substância material. Quando as observamos, nunca vemos qualquer substância; o que vemos são modelos dinâmicos que se convertem continuamente uns nos outros.

– a contínua dança da energia.

As duas teorias básicas da física moderna transcenderam, pois, os principais aspectos da visão de mundo cartesiana e da física newtoniana. A teoria quântica mostrou que as partículas subatômicas não são grãos isolados de matéria, mas modelos de probabilidade, interconexões numa inseparável teia cósmica que inclui o observador humano e sua consciência. A teoria da relatividade fez com que a teia cósmica adquirisse vida, por assim dizer, ao revelar seu caráter intrinsecamente dinâmico, ao mostrar que sua atividade é a própria essência de seu ser. Na física moderna, a imagem do universo como uma máquina foi transcendida por uma visão dele como um todo dinâmico e indivisível, cujas partes estão essencialmente inter-relacionadas e só podem ser entendidas como modelos de um processo cósmico. No nível subatômico, as inter-relações e interações entre as partes do todo são mais fundamentais do que as próprias partes. Há movimento, mas não existem, em última análise, objetos moventes; há atividade, mas não existem atores; não há dançarinos, somente a dança. “

“O Ponto de Mutação” – Fritjof Capra

 

Amor…

esse texto sobre o Amor foi escrito por um dos moderadores do “plantasenteogenas.org”(Lupa). Segundo ele mesmo “sob a inspiração divina do cogumelo”

texto muito bom, principalmente pq às vezes não sabemos ao certo o q é o amor…….. é muito comum confundirmos amor com sentimentos egoístas que são gerados por expectativas criadas em cima da outra pessoa

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“Infelizmente a razão é incapaz de compreender as emoções, e para se entender o amor não adianta ficar horas e horas refletindo sobre ele, pois todas as reflexões não serão sobre o amor em si, serão sobre os desejos que estão relacionados à ele, pois o amor em si, puro, não cabe na mente..

a compreensão plena do amor é um insight espontâneo não codificado que poucas pessoas experimentam em suas vidas.. é quando um êxtase de sensações e sentimentos tomam o nosso corpo.. e sente-se uma compreensão tão grande pelas pessoas que chega a ser comovente, e se torna impossível segurar as lágrimas.. mas são lágrimas de felicidade e prazer de estar experienciando o amor puro..

Nesse momento não existe espaço para sentimentos “negativos” ou desejos egóicos.. só se deseja o bem à pessoa amada, independente de qualquer coisa, inclusive do desejo de posse.. uma bola de sensações emerge de nosso peito e desabrocha como um lótus bem em nossa frente, é possível sentir a energia da bola claramente.. tudo passa a fazer sentido, entende-se tudo sobre a outra pessoa..

Isso faz com que todos os “defeitos” da pessoa sejam imediatamente compreendidos e aceitos, e que sejam compreendidos todos os acontecimentos passados que te magoaram de alguma forma, tudo é perdoado.. não existe sentido em não perdoar, pois não perdoar é a falta de vontade de compreender o outro.. o orgulho desaparece..
entende-se que o amor puro é incapaz de gerar sofrimento, e que o sofrimento é gerado pelos desejos que estão relacionados ao amor.. isso é compreendido pois, nesse momento, é possível discernir claramente o amor dos desejos, e fazer com que os desejos sejam reduzidos à nada..
uma sensação de paz toma nosso corpo e lágrimas de prazer escorrem sobre nossos rostos..”

Pequeno Dicionário Psicodélico

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Dicionário rápido de termos e conceitos aplicados aos psicodélicos

 


 

AYAHUASCA:

ayahuasca-4Bebida Sacramental principalmente, fruto da infusão do cipó Banisteriopsis Caapi(iMAO) e a folha Psycotria Viridis(DMT). Outras espécies de cipó e folha também são utilizadas em algumas regiões. Também conhecida por Caapi, Nixi Honi Xuma,Oasca,Vegetal, Santo Daime, Kahi, Natema, Mihi, etc. Seu nome mais conhecido, AYAHUASCA é de origem quechua, que significa “Cipó dos Espíritos “. é chamada também de “O Vinho da Alma ” ou “Pequena Morte”. Utilizada por povos pré-colombianos, incas, e muito utilizada, por pelo menos, 72 tribos indígenas diferentes da Amazônia. É empregada extensamente no Peru, Equador, Colômbia, Bolívia, Brasil. Foi usada provavelmente na Amazônia por milênios, e está expandindo-se rapidamente na América sul e em outras partes do mundo com o crescimento de movimentos religiosos organizados tais como Santo Daime, União do Vegetal (UDV), Barquinha que a consagram como sacramento de seus rituais.

Ingerindo essa bebida mágica, os sentidos são expandidos, os processos mentais e as emoções tornam-se mais profundos. A jornada pode mover-se em muitas dimensões. A experiência pode em algum ponto revelar visões notáveis, insights, produzir catarses, produzindo experiências de renovação, de renascimento positivas. Efeito comum a outras substâncias como a psilocibina. A jornada com Ayahuasca, leva a exploração tanto deste mundo ordinário, como mundos paralelos, que estão além de nossa percepção corrente. Libera os limites normais de espaço-tempo.

Quimicamente, os efeitos da ayahuasca são consequência da ação da molécula DMT contida nas folhas, que se torna oralmente ativo em função dos inibidores de MAO contidos no cipó. Sem os iMAOs, o DMT ingerido oralmente seria metabolizado pelas enzimas, tornando-se inativo.


 

BUFOTENINA:

bufo_alvariusA bufotenina (N-dimetil-5-hidroxitriptamina) é um alcalóide com efeitos alucinogénos, derivado da serotonina, por dimetilação do seu grupo amina.
Pode ser encontrado na pele de determinados sapos do gênero Bufo, como oBufo marinus ou o Bufo Alvarius. Pode também ser encontrada em pelo menos duas espécies do gênero Anadenanthera, árvore que cresce no noroeste da Argentina, sul da Bolívia, Peru e provavelmente em outras regiões da América. É um potente enteógeno, que actua por via inalatória ou digestiva, sobre os receptores específicos do córtex cerebral.
A bufotenina, é uma substância controlada. Trata-se do mesmo produto que o veneno do sapo-cururu brasileiro contém.


 

CONSCIÊNCIA:

human-consciousness2É uma qualidade da mente considerando abranger qualificações tais como subjetividade, auto-consciência, sentiência, sapiência, e a capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente. É um assunto muito pesquisado na filosofia da mente, na psicologia, neurologia, e ciência cognitiva. Consciência é uma qualidade psíquica, isto é, que pertence à esfera da psique, por isso diz-se também que ela é um atributo do espírito, da mente, ou do pensamento. Ser consciente não é exatamente a mesma coisa que perceber-se no mundo, mas ser no mundo e do mundo, para isso, a intuição, a dedução e a indução tomam parte. Joseph Campbell, ao ser indagado por Bill Moyers no documentário “O poder do mito”, invocou um significado mais abrangente e profundo a este termo, expandindo o conceito de consciência para toda a dinâmica exitente na natureza, ao dar a seguinte perspectiva. Rupert Sheldrake elabora  ainda mais sobre consciência e causalidade dando esta outra perspectiva.


 

DMT:

dmt_crystal2Conhecido quimicamente como N,N-dimethyltryptamine (C12H16N2), é talvez o mais poderoso enteógeno existente. Está presente naturalmente em diversas plantas e até em animais, inclusive em nós, humanos, onde é metabolizado pela enzima MAO. Entre as plantas fontes de DMT, temos: Acacia maidenii, phlebophylla. Anadenanthera peregrina, colubrina, excelsa, macrocarpa. Desmanthus illinoensis, Phalaris Grass , Psychotria viridis ,Mimosa hostilis (Jurema) ,Virola theiodora, calophylla, calophylloidea, surinamensis cuspidata, elongata, lorentensis, peruviana, rufula, sebifera (Epeña) , Arundo donax , Diplopterys cabrerana. Geralmente o DMT se encontra nas raízes e/ou folhas dessas plantas. Para o uso oral de DMT é necessário certa quantidade de iMAOs, ou seja, inibidores de monoamina oxidase. O DMT também pode ser fumado em forma de extrato, não necessitando de iMAOs, porém os relatos são de experiências diferentes e menos duradouras deste modo


 

ENTEÓGENO:

hqdefault2Ou enteogênico é um neologismo que vem do inglês: entheogen ou entheogenic, cunhado pela primeira vez por Gordon Wasson, foi proposto no ano de 1973 por investigadores como sendo o termo apropriado para descrever estados xamânicos ou de possessão extática induzidas pela ingestão de substâncias alteradoras da consciência. A palavra enteógeno significa literalmente: “manifestação interior do divino”, deriva de uma palavra grega obsoleta, que se refere à comunhão religiosa com drogas visionárias, ataques de profecia, e paixão erótica, e está relacionada com a palavra entusiasmo pela mesma raiz. Entretanto este termo foi proposto como uma forma elegante de resolver o problema de se encontrar um termo culturalmente apropriado e não pejorativo para descrever o uso destas substâncias.


 

EXPERIÊNCIA PSICODÉLICA:

Gnosis-Falkirk-2É caracterizada pela percepção de aspectos mentais originalmente desconhecidos por parte do indivíduo em questão. Os estados psicodélicos fazem parte do espectro de experiências induzidas por substâncias psicodélicas e tem origem na própria mente. Neste mesmo campo de estados, encontram-se a percepção sensorial, a sinestesia e estados alterados de consciência. Nem todos que experimentam substâncias psicodélicas (como o LSD e a Psilocibina) têm uma experiência psicodélica e muitos alcançam estados alterados de consciência através de outros meios, como pela meditação, yoga, privação sensorial, etc.

 


 

GNOSE:

spiritual_bodyO termo gnose deriva do termo grego “gnosis” que significa “conhecimento”. É um fenômeno de conhecimento espiritual vivenciado pelos gnósticos (cristãos primitivos sectários do gnosticismo). Para os gnósticos, gnose é um conhecimento que faz parte da essência humana. É um conhecimento intuitivo, diferente do conhecimento científico ou racional. Gnose é o caminho que pode guiar à iluminação mística através do conhecimento pessoal que conduz à salvação. A existência de um Deus transcendente não é questionada pelos gnósticos, pelo contrário, veem no conhecimento divino um caminho para atingir um conhecimento mais profundo da realidade do mundo.
O gnosticismo cristão designa um conjunto de crenças de natureza filosófica e religiosa cujo princípio básico assenta na ideia de que há em cada homem uma essência imortal que transcende o próprio homem.


 

iMAO’s (inibidores de monoamina oxidase):

esquemaOs inibidores da MAO inibem a enzima MAO, que degrada as monoaminas e aumentam assim a concentração sináptica de noradrenalina, dopamina e serotonina, neurotransmissores importantes no cérebro. Aumentam assim a excitação de determinados grupos de neurónios. Quando ingeridos combinados com o DMT, produzem o efeito de inibir a metabolização do mesmo, gerando a “trip”.

 


 

INTUIÇÃO:

Em filosofia, é o nome dado ao processo de apreensão racional não-discursiva de um fenômeno ou de uma relação. Se a razão discursiva se caracteriza por um processo paulatino que culmina numa conclusão, a intuição é compreensão direta, imediata de algo.

 


 

JUREMA PRETA:

2737a5_1Jurema-preta (Mimosa hostilis.) é uma árvore pertencente à família Fabaceae, da ordem das Fabales típica da caatinga, ocorrendo praticamente em quase todo nordeste brasileiro. Bem adaptada para um clima seco possui folhas pequenas alternas, compostas e bipinadas com vários pares de pinas opostas. Possui espinhos e apresenta bastante resistência às secas com grande capacidade de rebrota durante todo o ano. Usada pelos índios da etnia xucurus-cariris em conjunto com a Jurema Branca (Mimosa verrucosa). É utiliza tradicionalmente para fins medicinais e religiosos. Sua casca é usada para fins medicinais e a casca de sua raiz é a parte da planta usada nas cerimônias religiosas pois possui maior parte dos alcalóides psicoativos. Muitas vezes é utilizada em conjunto com iMao’s, como  um análogo a Ayahusca. Seu princípio ativo é a mesma triptamina presente no “vinho das almas”, o DMT, presente em toda a planta, mas em quantidade significativa apenas nas cascas das raízes.


 

KAMBÔ:

sapo1A rã (Phyllomedusa bicolor), é encontrada na Amazônia, estendendo-se desde norte da Bolívia, oeste e norte do Brasil, sudeste da Colombia, leste do Peru, sul e leste da Venezuela, e nas Guianas. Ocasionalmente é encontrada na vegetação ribeirinha do Cerrado.  A secreção produzida pela rã Kambo inclui dermorfina e deltorfina que atuam nos receptores neuronais sensíveis aos opiácios, podendo levar a uma alteração no nível de consciência. Possui uma longa tradição de uso medicinal por populações indígenas. Sintomas  mais graves porém, podem incluir forte diarréia, vômito, taquicardia, colapso sistêmico, podendo  em casos raros, levar ao óbito adultos saudáveis.

 


 

LSA:

argyreia_nervosa_seeds1Em português, Amina do Acido Lisérgico, é uma triptamina natural, presente nas sementes de algumas plantas, conhecidas como Hawaiian Baby Woodroose e Morning Glory. O uso das sementes  é feito oralmente e pruduz efeitos enteógenos similares aos do LSD 25. Todas as Morning Glory que contem LSA são da família Ipomea violacea, porém nem todas as espécies são psicoativas. Essas sementes foram muito utilizadas pelos Astecas, em rituais. As plantas conhecidas como Hawaiian Baby Woodroose são cientificamente identificadas como Argyreia nervosa. As sementes dessa planta possuem uma quantidade maior de LSA do que nas sementes de Morning Glory, prudizindo efeitos com uma dose menor. O LSA é um “parente” do LSD.


 

LSD:

lsd-kid1Dietilamida do ácido lisérgico, que é uma das mais potentes substâncias alucinógenas conhecidas. O LSD, ou mais precisamente LSD25, é um composto cristalino, que ocorre naturalmente como resultado das reações metabólicas do fungo Claviceps purpurea, relacionado especialmente com os alcalóides do ergot podendo ser produzido a partir do processamento das substâncias do esporão do centeio. Foi sintetizado pela primeira vez em 1938 e, em 1943, o químico suíço Albert Hofmann descobriu os seus efeitos de uma forma acidental. O LSD foi inicialmente utilizado como recurso psicoterapêutico e para tratamento de alcoolismo e disfunções sexuais. Com o movimento psicodélico na Inglaterra na década de 1960, passou a tomar conta das noites londrinas e do cenário musical inglês. O consumo do LSD difundiu-se nos meios universitários norte-americanos, hippies, grupos de música pop, ambientes literários, etc.


 

MENTE DE GAIA:

Alex Grey Gaia WTCNosso planeta possui um tipo de inteligência organizada. Ele é muito diferente de nós. Ele teve cinco ou seis milhões de anos para criar uma mente que funciona lentamente, que é feita de oceanos, rios, florestas e gelo. Ele está se tornando consciente de nós, a medida em que nos tornamos conscientes dele. E porque a vida de um depende da vida do outro, temos um sentimento sobre essa imensa, estranha, sagaz, velha, neutra, esquisita coisa, e tentamos descobrir por que seus sonhos estão tão atormentados, e por que tudo está tão desequilibrado. A Terra tem uma forma de inteligência capaz de abrir um canal de comunicação com os seres humanos individualmente. A experiência psicodélica é muito mais do que psicoterapia instantânea ou regressão, mais do que um simples tipo de superafrodisíaco, mais do que uma ajuda para formular idéias ou descobrir conceitos artísticos. A experiência psicodélica é, na verdade, o corredor que nos leva a um continente perdido da raça humana, um continente do qual não temos mais nenhuma conexão. E a natureza deste continente perdido da mente humana é o próprio intelecto de Gaia. Se confiamos nas evidências da experiência psicodélica descobrimos que não somos a única forma de vida inteligente neste planeta; descobrimos que compartilhamos com a Terra um tipo de consciência. A mente de Gaia é o que chamamos a experiência psicodélica. É uma experiência sobre o fato de que o intelecto do planeta está vivo, e que sem esta experiência nós vagamos num deserto de ideologias furadas. Com esta experiência o compasso do Eu Superior existente em cada ser humano pode ser acertado. (Terence Mckenna)


 

MESCALINA:

4ca99011017086edc8c01cd22e0b1a91A mescalina é uma substância alucinógeno extraída do cacto Peiote (Lophophora williamsii), é um pequeno cacto cuja região nativa estende-se do sudoeste dos Estados Unidos (incluindo os estados do Texas e Novo México) até o centro do México, e o cacto San Pedro (Trichocereus Panachoi) originário dos Andes. Ambos tem sido usado por séculos pelos efeitos psicodélicos experimentados quando ingeridos.. Sua formula química 3,4,5-trimetoxifeniletilamina. Era usada inicialmente em rituais de várias tribos pré-hispânicas. Ela foi isolada em 1896 e sintetizada em 1919. Seus efeitos alucinógenos na mente humana foram descritos em 1927. Por volta da década de 60 ela se torna popular, impulsionada pela obra de Carlos Castañeda. A obra “As portas da percepção” de Aldous Huxley também teve como base este alucinógeno.


 

PEIOTE:

Lophophora_williamsii3Desde os tempos mais antigos, o peiote foi usado por povos indígenas, tais como os huichol do norte do México e os Navajos no Sudoeste dos Estados Unidos, como uma parte dos rituais religiosos tradicionais. No século XIX, a tradição começou a se espalhar como forma de reviver a espiritualidade nativa, e utiliza-se para combater o alcoolismo e outros males sociais. A Igreja Americana Nativa é uma entre diversas organizações religiosas que usam o peiote como parte de sua prática religiosa.

O uso da mescalina popularizou-se nos anos 1970 entre clientes dos trabalhos avançados do escritor Carlos Castañeda. Don Juan Matus, o pseudônimo para o instrutor de Castañeda no uso do peiote, usou o nome “Mescalito” para se referir a uma entidade que possa ser detectada por aquelas que usam o peiote como forma de introspecção e de compreender como viver a própria vida.


 

PSICONAUTA:

Pill1Um psiconauta (do Grego ψυχοναύτης, significa literalmente um navegador da mente/alma) é uma pessoa que usa os estados alterados de consciência, intencionalmente induzidos, para investigar a própria mente e, possivelmente, encontrar respostas para questões espirituais através de experiências diretas. Psiconautas são pluralistas e buscam explorar tradições místicas de religiões variadas, meditação, sonho lúcido, tecnologias como brainwave entrainment e privação sensorial, e frequentemente drogas psicodélicas e enteógenas.

O objetivo de tais práticas pode ser responder questões sobre como a mente trabalha, melhorar um estado psicológico, responder questões existenciais ou espirituais, ou melhorar o desempenho cognitivo do dia a dia.


 

PSICODÉLICO:

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Composição das palavras gregas psiké (mente/alma) e deloun/delous (sensorial). Refere-se a uma manifestação da mente que produz efeitos profundos sobre a experiência consciente. Termo largamente utilizado na década de 1960 para descrever os efeitos de substancias enteógenas como o LSD, a mescalina (peiote), a psiclocibina (cogumelos mágicos), DMT, entre outros. Pode ser traduzida como “o que faz brilhar a alma” ou “o que manifesta a mente”

 

 


 

PSILOCIBINA:

78cbc1Está presente em cogumelos usados na medicina tradicional asteca-nahuatl da Meso-América. Os Astecas o chamavam genericamente de Teonanacatl ou “carne dos deuses”, os mazatecos o denominam ntsi-si-tho onde ntsi é um diminutivo carinhoso e o restante da palavra poderia ser traduzido como “aquele que brota”. A elevada freqüência de provas arqueológicas, na forma de estatuetas de cogumelos, encontrados na Guatemala evidenciam seu uso da cultura Maia. Os fungos superiores dos gêneros “Psilocybe”, “Panaeolus” e “Conocybe” perfazem uma série de mais de 180 espécies, são utilizados há pelo menos 3000 anos na cultura dos povos do México Asteca-Náhuatl possuindo características comuns à utilização xamânica, ainda mais antiga, do cogumelo Amanita muscaria nas populações siberianas.


 

SÁLVIA DIVINORUM:

salvia-d-divinorum1A Salvia divinorum, também chamada de “Ojos de la pastora” e “Herba de los dioses“, é a única entre milhares de espécies do gênero Salvia que apresenta efeitos psicoativos (embora suspeite-se que outras espécies possam conter essas propriedades). Originária do México na Sierra Mazateca, é considerada rara, o que torna difícil a sua obtenção. Dificilmente se reproduz por sementes, sendo multiplicada através de cortes enraizados (propagação vegetativa). Seu efeito é extremamente forte, principalmente quando usados extratos potencializados, que nada mais são do que folhas concentradas com a substância psicoativa. É extremamente recomendável que os futuros usuários venham a se informar sobre seus efeitos antes de se aventurarem. Não é uma erva a ser usada em festas, raves ou com multidões, pois exige uma certa discrição da parte do usuário para que ele se sinta à vontade. Não é uma droga recreativa e pode ser traumática quando usada nestas condições. Tem como pricípio ativo a Salvinorina A, que, no entanto, não se trata de alcalóide, mas de um diterpeno, com ação diferente da maioria das substâncias psicoativas. Pesquisas atuais sobre o efeito da salvinorina no organismo revelaram que esta, além de não ser uma substância que leva à dependência, apresenta propriedades antidepressiva, analgésica e ainda mostra-se promissora para o desenvolvimento de fármacos para o tratamento da esquizofrenia e dependencia química.


 

SAN PEDRO:

1182130.largeTambém conhecido como Wachuma (Trichocereus Panachoi) é o nome de uma planta originária dos Andes, da família dos cactus.  Wachuma significa, na língua Quechua “Ébrio e Consciente”. O nome São Pedro tem origem no catolicismo, quando fala-se de morte, em alusão à transcendência que a planta proporciona com o papel de São Pedro (do cristianismo).
O nome San Pedro, lhe é atribuído por dar ao iniciado a “chave” para entrar no Céu. Trata-se de um cacto que chega a atingir a mais de dois metros de altura, tendo a mescalina (assim como o Peiote) como princípio ativo. Tem sido utilizado há séculos pelos índios do Peru e do Equador. O uso atual do San Pedro concentra-se nas regiões costeiras do Peru e nos Andes do Peru e Bolívia, e tem recebido forte influência cristã. É aplicado para curar enfermidades, incluindo o alcoolismo e problemas mentais, para adivinhações, poções amorosas, para combater feitiçaria,purificação, etc. É conhecido também por huachuma, achuma, agua colla, cardo, huando hermoso, gigantón, San Pedrito, San Pedrillo.


 

SINCRONICIDADE:

imagev05É um conceito desenvolvido por Carl Gustav Jung para definir acontecimentos que se relacionam não por relação causal e sim por relação de significado. Desta forma, é necessário que consideremos os eventos sincronísticos não a relacionado com o princípio da causalidade, mas por terem um significado igual ou semelhante. A sincronicidade é também referida por Jung de “coincidência significativa”.
Em termos simples, sincronicidade é a experiência de ocorrerem dois (ou mais) eventos que coincidem de uma maneira que seja significativa para a pessoa (ou pessoas) que vivenciaram essa “coincidência significativa”, onde esse significado sugere um padrão subjacente.
Acredita-se que a sincronicidade é reveladora e necessita de uma compreensão, essa compreensão poderia surgir espontaneamente, sem nenhum raciocínio lógico. A esse tipo de compreensão instantânea Jung dava o nome de “insight”.


 

TEONANACATL:

Mushroom_stones_RichardRose_lgEm Nahuatl, o idioma dos astecas, teonanacatl pode ser traduzido como “carne dos deuses” ou “cogumelo sagrado”.
Há indicações de que o uso cerimonial de tais cogumelos cresceu rapidamente em tempos précolombianos muito distantes. Foram achadas pedras em forma de cogumelo em El Salvador, Guatemala, e nos distritos montanhosos contíguos do México. Estas são esculturas de pedra no formato de cogumelo, em cujo talo são esculpidas a face ou a forma de um deus ou um demônio do tipo animal. A maioria é de aproximadamente 30 cm de altura. Os exemplos mais antigos, de acordo com arqueólogos, datam de antes de 500 A.C.


 

TRIPTAMINAS:

2007_Xiao1As triptaminas são alcaloides indólicos estruturalmente relacionados ao aminoácido triptofano – constituem um grupo de compostos encontrados em plantas, fungos e animais. Algumas triptaminas, como a serotonina e a melatonina, atuam como neurotransmissores e participam da regulação fisiológica em animais. Outras, como a psilocibina, presente nos chamados “cogumelos mágicos” do gênero Psilocybe, possuem propriedades alucinógenas em humanos. A dimetiltriptamina (DMT), curiosamente, ao mesmo tempo em que atua como um neurotransmissor em animais apresenta propriedades alucinógenas quando administrada em grandes quantidades e em determinadas condições em humanos. A DMT está presente em todas as plantas, sendo mais abundante em gêneros comoAcacia, Mimosa, Anadenanthera, Chrysanthemum, Psy chotria, Desmanthus, Pilocarpus, Virola, Prestonia, Diplopterys, Arundo, Phalaris, dentre outros.


 

TROMBETA:

brugmansiawhiteÉ o nome popular dado no Brasil às plantas das espécies Brugmansia suaveolens e Datura stramonium. São também conhecidas como Canudo, Lírio, Zabumba, Saia-Branca e Trombeteira. É possível encontrá-la em várias regiões do país. Na medicina, são usadas como fitoterápicos, para combater distúrbios intestinais. A trombeta é uma planta anticolinérgica conhecida pela sua flor, que é utilizada para elaborar chás alucinógenos. Os efeitos mentais produzido pelo uso do chá são delírios e alucinações.  É considerado como droga de abuso, seu uso, é muito freqüente em baladas como “Boa noite, Cinderela”, pois a vítima após o uso, não se lembra do ocorrido no dia anterior. Entre os entusiastas da psicodelia há muita discussão sobre a trombeta ser ou não considerada um enteógeno, por causa de seus efeitos muito particulares e da ausência de lembrança da experiência. Há relatos também de prejuízos na visão durante alguns dias após o uso.


 

XAMÃ:

xama_lobo(pronuncia-se saman), ou shaman, é um termo proveniente do idioma tungue. Os tungues meridionais identificam no xamã os portadores de função religiosa que mantêm relação próxima com os espíritos e têm capacidade de entrar em êxtase (com enteógenos como ayahuasca e a psilocibina). A conceituação antropológica de xamã ainda não é consensual. Diz-se ser uma espécie de sacerdote, médico, curandeiro, conselheiro e advinho. Terence Mckenna falava que o Xamã é aquele que conhece o início e o fim de todas as coisas e consegue comunicar isso. É um líder espiritual com funções e poderes de natureza ritualística, que tem a capacidade de, por meio de êxtase provocado por substâncias enteógenas ou outras técnicas, entrar contato com o universo natural e com as forças da natureza.

Dance Monkeys Dance


Resolvi postar o texto traduzido do curta metragem “Dance monkeys, Dance” que fala a respeito de nós seres humanos e nossa relação com o mundo e com os outros animais…. é um pouco grande mas vale a pena ler.

Dance Monkeys Dance

Existem bilhões de galáxias no Universo observável. Em cada uma delas contém centenas de bilhões de estrelas……Em uma dessas galáxias, orbitando em uma dessas estrelas se encontra um pequeno Planeta azul….. E este planeta é governado por um bando de macacos.

Mas esse macacos não pensam em si mesmos como macacos. Sequer pensam em si mesmos como animais….. De fato eles adoram listar todas coisas que eles pensam separá-los dos animais: …. Polegares opostos……Auto-consciêcia……..Eles usam palavras como Homo-Erectus e Australopitecus…….Eles são animais certo?? São MACACOS. Macacos com tecnologia de fibra óptica digital de alta velocidade…… Mas ainda sim Macacos.

Quero dizer, eles são espertos, você tem que conceder isso…… As Pirâmides, os arranha-céus, os jatos, a Grande Muralha da China, tudo isso é muito impressionante……. para um bando de macacos. Macacos cujo cérebro evoluiu a um tamanho tão ingovernável, que agora é bastante impossível para eles ficarem felizes por muito tempo….. Na verdade eles são os únicos animais que pensam que deveriam ser felizes….. Todos os outros animais podem simplesmente ser.

Mas não é tão simples assim para os macacos. Pois esses macacos são amaldiçoados com a consciência. E assim os macacos tem medo…. os macacos se preocupam…Os macacos se preocupam com tudo…mas acima de tudo com o que todos os outros macacos pensam…. porque os macacos querem desesperadamente se encaixar com os outros macacos. O que é bem difícil, porque a maioria dos macacos se odeia….. Isto é o que realmente os separa dos outros animais….. esses macacos Odeiam….
Odeiam macacos que são diferentes. Odeiam macacos de lugares diferentes. Macacos de cores diferentes…….Sabe, os macacos se sentem sozinhos…… todos os 6 bilhões deles.
Alguns dos macacos pagam outros macacos para ouvir seus problemas….. Os macacos querem respostas……

Os Macacos sabem que vão morrer então fazem deuses, e os adoram…. Então os macacos começam a discutir quem fez o deus melhor….. e os macacos ficam irritado, e então, é quando eles geralmente decidem que é uma boa hora de começar a matar uns aos outros….Então os macacos fazem a guerra….. eles fazem bombas de hidrogênio….Os macacos tem o planeta inteiro preparado pra explodir Os macacos não sabem o que fazer.

Alguns macacos tocam pra uma multidão vendida de outros macacos….. Eles fazem troféus e então os dão para si mesmos… como se isto significasse algo..
Alguns dos macacos acham que sabem tudo….. Alguns dos macacos lêem Nietzsche… os macacos discutem Nietzsche……. sem dar qualquer consideração ao fato que Nietzsche,.. era só outro macaco.

Os macacos fazem planos… os macacos se apaixonam…os macacos fazem sexo…. e então fazem mais macacos……. Os macacos fazem música….. e então eles dançam…os macacos fazem muito barulho. Os macacos tem tanto potencial. Se eles pelo menos se dedicassem…..

Os macacos raspam o pelo de seus corpos numa ostensiva negação de sua natureza de macaco. Eles constroem gigantes colméias de macacos que eles chamam de “cidades”… Os macacos desenham um monte de linhas imaginárias sobre a Terra. Os macacos estão ficando sem petróleo, o combustível da sua precária civilização… Os macacos estão polunido e saqueando seu planeta como se não houvesse amanhã…..

Os macacos gostam de fingir que está tudo bem….. Alguns dos macacos realmente acreditam que o universo inteiro foi feito para o seu próprio benefício…… como você pode ver, eles são uns macacos atrapalhados….. Eles são ao mesmo tempo as criaturas mais belas e mais feias da natureza
E os macacos não querem ser macacos……. eles querem ser outra coisa…… MAS Não São……

FIM

(Ernest Cline) – apenas outro macaco

pra quem quiser ver o vídeo no youtube