Archives abril 2010

Evolução Psicodélica – Terence Mckenna

Trecho do vídeo “Psychedelics in The Age of Intelligent Machines” – palestra realizada em Seattle, em 1999.

O etnobotânico Terence McKenna explica brevemente como o cogumelo Stropharia cubensis pode ter influenciado o desenvolvimento espantoso do cérebro humano no período de transição entre os primatas superiores e a nossa atual espécie. Sua teoria é descrita em maiores detalhes no livro “O Alimento dos Deuses“.

Nas pradarias africanas, onde estima-se que se deu nosso processo evolutivo, também se proliferavam várias espécies de animais ungulados, dos quais o esterco é o ambiente ideal para a ocorrência de cogumelos coprófilos. Um dos comportamentos dos primatas insectívoros, como éramos nós algum dia, é investigar os velhos estercos de vaca em busca de grupos de insetos. Nesses mesmos estercos brotam suculentos cogumelos, muitos deles contendo psilocibina. O Stropharia cubensis é pandêmico, ocorrendo em todas as regiões tropicais onde existe gado.. Quais seriam os impactos de uma química tão extraordinária na dieta dos primatas em evolução? A psilocibina possui características singulares, que a fazem um pefeito candidado para disparar muitos dos processos que nos diferenciam dos primatas superiores.

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Logos

Especulações de Terence Mckenna sobre a natureza alienígena do transe provocado pelo cogumelo Stropharia cubensis, o fenômeno das “vozes na cabeça” e seu papel na história humana. Trecho do livro/áudio “True Hallucinations” (“Alucinações Reais”)

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Psilocibina no Fantástico

Quando um assunto se torna muito presente na consciência coletiva, a grande mídia logo trata de abraçá-lo e colocá-lo em uma matéria. Ontem o programa “Fantástico”, da rede Globo, finalmente fez justiça ao seu nome e exibiu uma matéria inteira de 4 minutos sobre a psilocibina e os estudos que vem sendo feitos sobre a sua aplicação terapeutica no combate a depressão e problemas psicológicos.

pra quem não viu, aí vai a matéria na íntegra, exibida ontem (18/04/2010), reproduzida diretamente do site do fantástico

Alucinógenos são usados em tratamento de doenças psíquicas

A psilocibina foi descoberta pela ciência nos anos 1950, banida nos anos 1960, em meio à febre das drogas psicodélicas. Agora redescoberta, legalmente, nos laboratórios.

 

A ciência acaba de fazer as pazes com drogas proibidas há muitas décadas. Pesquisadores voltam a apostar nas substâncias alucinógenas, que alteram a consciência e provocam visões, para tratar de distúrbios como depressão, ansiedade e transtornos de compulsão.

A substância proibida que fez uma revolução na vida do aposentado Clark Martin é um alucinógeno encontrado em mais de cem espécies do chamados cogumelos mágicos.

A psilocibina foi descoberta pela ciência nos anos 1950, banida nos anos 1960, em meio à febre das drogas psicodélicas. Agora redescoberta, legalmente, nos laboratórios.

Nem a psicanálise nem todos os remédios da medicina moderna. Como nada curava a depressão, depois de anos com um câncer no rim, o aposentado se ofereceu como voluntário em uma pesquisa da Universidade John Hopkins, uma das mais respeitadas dos Estados Unidos. E teve, pela primeira vez na vida, uma experiência alucinante.

No laboratório, recebeu uma cápsula com psilocibina – a mesma substância dos cogumelos, só que na forma sintética. Deitado, com uma venda nos olhos, passou seis horas ouvindo música clássica. Foi uma viagem completamente segura.

“No começo é muito assustador, porque todas as imagens e representações da realidade são de certa forma desligadas, elas começam a se dissolver”, diz o psicólogo aposentado.

Cenas multicoloridas e formas completamente estranhas. Os relatos de usuários de alucinógenos, a doideira da música dos Beatles, não foi exatamente assim na experiência científica.

“Não vi cores, não tinha nenhuma sensação ou pensamento na minha cabeça, era um vazio, e eu não me sentia drogado. Lembrei agora do sentimento que tive enquanto estava sob efeito da substância: minha filha e todos os meus velho amigos”, descreve.

Depois disso, o aposentado parou de ter medo da morte e resolveu um enorme problema: “Eu era muito inacessível para a minha filha, e quando eu estava sob os efeitos da psilocibina, me dei conta de que o que ela precisava de mim não era orientação, era meu amor e minha compreensão”, lembra. “Minha vida começou a mudar naquele momento, mas continua, porque o efeito continua sendo reforçado. A maneira como o cérebro processa as coisas fica diferente”, diz.

A experiência que mudou radicalmente, e para melhor, a vida do psicólogo aposentado Clark Martin fez parte de um dos maiores estudos com alucinógenos já realizados nos Estados Unidos. Depois de mais de 40 anos de proibição, um pequeno grupo de cientistas recebeu autorização para lidar com substâncias que sempre foram vistas com desconfiança.

O doutor Charles Grob é responsável pela pesquisa com psilocibina na Universidade da Califórnia, em Los Angeles.

“Não temos uma droga milagrosa. Temos um modelo de tratamento que pode ser muito efetivo, até mesmo em pacientes que não têm bons resultados com os medicamentos convencionais”, explica Charles Grob.

Foi ainda no século passado que a ciência descobriu a força dos alucinógenos. Mas os exageros transformaram as substâncias psicodélicas em drogas malditas. Agora, só vencendo muito preconceito para transformar a pesquisa em tratamento.

“Da maneira que imagino – e estamos décadas distantes disso – haverá centros de tratamento onde as pessoas poderão ser auxiliadas em uma experiência com substâncias como psilocibina”, comenta Charles Grob.

A estátua de louvação ao cogumelo teria mais de dois mil anos. Foi encontrada no México, de onde chegaram também as primeiras notícias sobre as propriedades medicinais da psilocibina. Paul Stamets já descobriu cinco novas espécies do tal cogumelo mágico.

Paul é um dos maiores especialistas em cogumelo do mundo e comemora as novas pesquisas científicas: “Acredito muito na evolução da consciência e vejo isso como um passo importante em nosso avanço no uso de substâncias naturais para ajudar na saúde mental das pessoas.”

O ilustre morador da floresta concorda com outros pesquisadores: acha que a ciência já perdeu tempo demais ignorando uma substância tão misteriosa quanto promissora.


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Duo Ouro Negro

Inaugurando a categoria “Micélio“, onde iremos postar apenas matérias enviadas por colaboradores voluntários, estamos publicando hoje um artigo que nos foi enviado de Portugal por Fernando Castro,  sobre o papel dos fungos na absorção de poluentes pesados como o petróleo

Colaborador : Fernando Castro
E-mail: fernandomrcastro@gmail.com
Blog:
http://thedarksideoftheshroom.blogspot.com/

Originalmente postado em:
http://thedarksideoftheshroom.blogspot.com/2010/03/duo-ouro-negro.html

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Et voilá (como diz o outro), depois do óleo derramado, aparecem algumas curiosas soluções.

Em 2007 houve um derrame de petróleo em S. Francisco e tentaram-se arranjar soluções para remediar a situação.
Foi feita uma parceria entre Lisa Gautier e Paul Stamets.
Através da doação de discos de cabelo humano para ensopar o petróleo, restou a pergunta: O que fazer com ele?

É aqui que entram os fungos:

O género Pleurotus, sendo de boa boca, como se costuma dizer, adapta-se e decompõe quase todos os substratos orgânicos imagináveis, não sendo, contudo, o petróleo um problema para este organismo.

Assim, depois de absorvido o petróleo, fez-se uma lasanha de spawn (semente do cogumelo), palha e o cabelo ensopado de óleo que serviram de substrato para o fungo se desenvolver, transformando-o em pura matéria orgânica.

Os vídeos clarificam tudo isto:


  • + Links

Biorremediação

Fungos da Amazônia podem descontaminar o solo após vazamentos de petróleo

informação enviada por comentário pelo Alexandre  (09/04/2010)

What I Believe – Albert Einstein

“A coisa mais bonita que podemos experimentar é o mistério.
Ele é a fonte de toda arte e ciência verdadeiras. Aquele para quem essa emoção é estranha, incapaz de soltar a imaginação e quedar-se extasiado, é como se fosse um morto: seus olhos estão fechados. (…) Saber que aquilo que nos é impenetrável realmente existe, manifestando-se como a maior sabedoria e a beleza mais radiante que nossa pobre capacidade só pode apreender em suas formas mais primitivas – esse conhecimento, essa sensação, está no centro da verdadeira religiosidade.
Nesse sentido, e apenas nesse, pertenço às fileiras dos devotos.”

Texto retirado da Dissertação de Mestrado de Leonardo Celuque, 2004.

“A Série de Fibonacci: um estudo das relações entre as ciências da complexidade e as artes”