A Segunda Revolução Psicodélica, Parte 3 – Terence Mckenna, o Surgimento do Xamã Vegetal

Esse artigo é a terceira parte de uma série de 6. Para ler a segunda parte, clique aqui.

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Metaforicamente, o DMT é como um buraco-negro intelectual, pois uma vez que alguém saiba sobre ele, é muito difícil para outros entenderem sobre o que se está falando. Ninguém consegue ser ouvido. Quanto mais o indivíduo consegue articular sobre o que essa experiência é, menos os outros são capazes de entender. É por isso que eu creio que as pessoas que obtém a iluminação são silenciosas. Elas são silenciosas pois nós não podemos compreendê-las. O porquê do fenômeno do êxtase psicodélico não ter sido examinado por cientistas, caçadores de emoções, ou qualquer outra pessoa, eu não tenho certeza, porém recomendo a sua atenção para isso.

Terence Mckenna, O Retorno à Cultura Arcaica

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A publicação de PIHKAL TIHKAL por Alexander e Ann Shulgin resultou em uma variedade imensa de novos psicodélicos (veja a segunda parte) que estão agora disponíveis em grande escala graças à escassez do LSD após a batida policial no silo de mísseis Y2K em Kansas (veja a primeira parte). Entretanto, ao contrário da primeira revolução psicodélica, que vou iniciada primeiramente pelo psicodélico artificial LSD, e em menor escala, pela mescalina, psilocibina e DMT sintetizados laboratorialmente [1], (como listado na introdução do “A Experiência Psicodélica: Um manual baseado no Livro Tibetano dos Mortos” por Leary, Metzner e Alpert em 1964), a segunda revolução psicodélica não pode ser puramente definida por drogas “sintéticas”. Embora a falta de LSD tenha popularizado o 2C-B, 2-C-T-7, 5-MeO-DIPT, e outros compostos psicodélicos laboratoriais antes desconhecidos, ela também popularizou um renascer no interesse de enteógenos naturais das plantas [2] e a popularização do previamente pouco conhecido conceito de xamanismo vegetal e a ideia que essas plantas não são tanto “drogas psicodélicas”, mas sim, “medicinas espirituais”.

O primeiro volume de Shulgin, “PIHKAL: Uma história de amor química” focou no trabalho de Sasha com a família de compostos da fenetilamina, e enquanto essa inclui muitos outros psicodélicos verdadeiros como a mescalina e os inúmeros compostos 2C-X, foi seu trabalho com os empatógenos famosos como o MDMA e o MDA [3] que trouxeram o trabalho de Sasha para a atenção da cultura “rave” no início dos anos 90. O segundo volume de Shulgin, “TIHKAL: A continuação” [4], entretanto, explorou o trabalho de Sasha com as triptaminas, a classe de compostos que inclui os neurotransmissores importantes como a serotonina e a melatonina, psicodélicos/enteógenos naturais como a psilocibina, LSD e ibogaína, e os psicodélicos endógenos, como o DMT e o 5-metóxi-DMT. 

Considerado por muito tempo como o santo graal dos psicodélicos, o DMT era comparativamente raro no mercado ilícito de drogas até mesmo nos anos 60. Sua escassez era acompanhada de sua reputação assustadora – Grace Slick, o cantora do Jefferson Airplane, uma vez disse que “ácido é como ser sugado por um canudinho, DMT é como ser atirado de um canhão”. Ele tinha praticamente desaparecido da cultura psicodélica geral muito antes do lançamento do TIHKAL. Entretanto, não foi a publicação do TIHKAL, mas um par de livros em 1992 (um anos após o PIHKAL) por um autor pouco conhecido sem nenhum treinamento em química orgânica ou antropologia cultural que iriam ser os responsáveis por popularizar o DMT na cultura psicodélica contemporânea. Mas ao contrário do uso do DMT nos anos 60, que utilizou o DMT de forma intravenosa ou fumada, o interesse primário do autor no DMT foi como um ingrediente ativo em uma bebida amazônica obscura que naquele tempo era ainda conhecida pelo seu nome hispânico yagé, diferentemente de como é conhecida agora: uma aproximação fonética de um de seus inúmeros nomes indígenas – Ayahuasca.

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Quando o “O Retorno à Cultura Arcaica” (uma coleção de ensaios e palestras de Terence McKenna) e o “Alimento dos Deuses” (sua obra prima em plantas psicodélicas que incluiu a teoria do símio chapado) foram publicados em 1991, haviam se passado pelo menos duas décadas desde que Terence e seu irmão mais novo Dennis McKenna tinham escrito “A Paisagem Invisível” (1975), um estranho volume alquímico descrevendo uma expedição à Amazônia em busca do oo-ko-heé, um rapé xamânico que continha DMT. (Terence estava procurando uma fonte natural para a experiência sintética do DMT, que como um linguista e psiconauta, ele tinha se tornado muito envolvido). Esse primeiro livro não teve grande tiragem e se tornou uma espécie de item de colecionador para psiconautas, devido à extraordinariedade da expedição e as inúmeras ideias radicais contidas em suas páginas. (Essas ideias incluiram uma compilação recente de especulações sobre tempo e casualidade, que Terence McKenna desenvolveu em sua “Teoria da Novidade”, assim como uma previsão da chegada do eschaton: uma singularidade no fim dos tempos, que ele previu que iria acontecer em Dezembro de 2012. [5] Uma vez que a expedição tenha falhado em seu objetivo de encontrar o rapé de DMT que eles estavam procurando, os irmãos Mckenna encontraram no seu lugar exemplares de Psilocybe cubensis muito psicodélicos, e em um parte menos reconhecida do trabalho de Terence Mckenna, trouxeram os esporos desses cogumelos de volta para os Estados Unidos e ficaram os anos seguintes desenvolvendo métodos efetivos de cultivo indoor, cujos resultados foram publicados no livro popular Psilocybin: A magic Mushroom Growers Guide. [6]

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Com esse trabalho – a introdução de plantas enteógenas facilmente disponíveis [7] e que qualquer um poderia cultivar em forma de livro de instruções – os irmãos McKenna mereceriam uma menção, mas esse seria apenas o começo de carreiras extraordinárias na arena psicodélica para ambos. Dennis McKenna voltou para a universidade, e se tornou um etnofarmacologista respeitado. Durante a última década de sua vida – e agora na primeira década do século 21 – o filósofo e engenheiro memético Terence McKenna (1946 – 2000) se tornou o mais popular e reconhecido porta-voz para os psicodélicos desde Timothy Leary [8]. Foi Terence o mais responsável por evoluir a cultura psicodélica contemporânea ao seu estado atual, graças a seus escritos e palestras, muitas das quais estão sendo transmitidas em podcasts na internet desde sua morte – um meio de comunicação que ele abraçou entusiasticamente durante sua vida como uma nova forma de comunicação e expressão artística, e que agora acabou imortalizando-o.

A publicação de O Retorno à Cultura Arcaica e O Alimento dos Deuses coincidiu de fato sincronisticamente com os primeiros anos da Internet e da música eletrônica, e enquanto Timothy Leary foi um pioneiro da rede, foi Terence que a cultura “rave” dos anos 90 abraçou enfaticamente. Nos últimos anos de sua vida Terence McKenna foi com frequência o mais o palestrante mais popular e esteve nas principais conferências, assim como uma atração principal nas raves – auto declarando-se “Voz dos Cogumelos” ele tinha a habilidade de fazer uma sala inteira de dança se sentar durante os intervalos dos DJs para escutar sobre a beleza dos psicodélicos, por horas a fio às vezes. Sua capacidade extraordinária para o discurso e a descoberta de uma audiência com frequência muito cativa coincidiu mais uma vez com a revolução da Internet, e muitas conferências de Terence eram tecnologicamente evoluídas para a época (há um relacionamento de longa duração entre a comunidade psicodélica e a do vale do silício [9]), resultando em um número incrível de gravações e podcasts, muitas vezes mixados em músicas eletrônicas.

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A morte inesperada e fora do tempo aos seus 53 anos também coincidiu com a seca do LSD que se seguiu à batida policial do silo de Kansas em 2000, e o período em que os psiconautas foram forçados a considerar novas opções psicodélicas. Cogumelos mágicos tiveram sua importância aumentada na cultura psicodélica, e o interesse cresceu tanto para a ayahuasca, que começou a aparecer na américa do norte em meados de 1990, e o DMT, que tinha sido escasso por décadas, também começou a se tornar mais disponível a partir de 2000. Esse interesse nas ideias centrais de Terence, juntamente com sua popularidade nas comunidades de música eletrônica e de tecnologia – aumentaram a influência de Terence exponencialmente quando ele morreu. Um processo amplificado por sua previsão da chegada do escathon em 21 de Dezembro de 2012 – a previsão que ironicamente (e infelizmente) ele não viveu para ver.

Agora por mais de uma década desde sua morte, e mais de um ano depois dos eventos da histeria e esperança do ano 2012 que ele ajudou a criar, não há como negar a influência de Terence McKenna na cultura psicodélica contemporânea, ou até mesmo na cultura popular por si mesma. A veneração dos “cogumelos mágicos” e a reintegração da figura da Divindade; o interesse atual no DMT em suas diversas formas; a com frequência debatida suposição que os enteógenos naturais são superiores à compostos artificiais ou sintéticos, mais notavelmente o LSD; nossos conceitos sobre espíritos das plantas, xamanismo, e o aumento do turismo da ayahuasca; a ideia moderna do “renascimento arcaico” dos festivais para revigorar a espiritualidade na sociedade ocidental; a fusão dos psicodélicos e da cultura virtual; abduções e o fenômeno UFO; e claro, o fenômeno do ano de 2012: esses foram todos memes nascidos ou popularizados pelas ideias e interesses de Terence McKenna, mesmo que ironicamente, ele tenha vivido pouco para ver a mudança que ele criou em diversas formas.

Na década que se seguiu à sua morte, os pontos focais do trabalho da vida de Terence Mckenna se tornaram, para o melhor e o pior, algo como uma planta baixa para o surgimento da cultura global neo-tribal e neo-xamânica, evidenciada no Burning Man, no festival Boom!, e em outros eventos intermináveis que as representam. As ideias de Terence influenciaram a moda psicodélica, as músicas que escutamos, os psicodélicos que utilizamos (e o modo como o utilizamos), os países que visitamos, até mesmo a maneira que usamos a internet. Sua previsão de uma singularidade no fim dos tempos de nossas vidas (senão de sua própria) forneceu um códex moderno para a antiga tradução Maia, e ajudou a gerar o interesse mundial no que antes seria uma data arqueológica insignificante. Mas agora que nós estamos no outro lado do Omega Point de 2012 e tudo ainda está de pé, é a popularização da ayahuasca feita por Terence que é digna de nossa atenção.

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Durante a última década o aumento do interesse na ayahuasca tem sido extraordinário, e desde o advento do LSD nos anos 60, nenhum psicodélico capturou a imaginação artística e espiritual da mesma maneira, e o uso da ayahuasca, mesmo que muito menor que o número de usuários do LSD nos anos 60, se tornou comum o suficiente para penetrar a mídia. (Marie Claire, uma revista feminina popular, é a última publicação incomum, com um artigo sobre os círculos da ayahuasca [10]). Conhecida previamente na cultura psicodélica através do livreto de William S. Burroughs e Allen Ginsberg chamado The Yage Letters publicado em 1963, foi a popularização de Terence McKenna dessa bebida xamânica amazônica incomum  nos anos 1980-1990 que daria origem à uma “cultura da ayahuasca”. Quando os primeiros xamãs sul-americanos começaram a visitar a Europa e os EUA nos anos 90, o uso da ayahuasca se espalhou rapidamente no século 21, um processo que foi acelerado pela escassez do LSD, forçando os psiconautas a procurarem por outros caminhos para experiência psicodélica. (Há também ocorrido um interesse renovado no San Pedro e no Peyote, enquanto formas fumáveis do DMT têm reaparecido nos mercados negros pela primeira vez em décadas, juntamente com receitas para extração de plantas que são comumente disponíveis na internet.)

Proibição, pelo que parece, apenas gera diversificação, e uma diferença notável que separa a Segunda Revolução Psicodélica da Primeira é a imensa variedade de psicodélicos e empatógenos, tanto naturais como sintéticos, que estão agora disponíveis.

A cultura da ayahuasca por si só começou, em muitos sentidos, a se desenvolver fora da comunidade psicodélica tradicional, muitos na comunidade do yoga por exemplo, abraçaram a ayahuasca, com centros independentes de yoga ao redor do mundo hospedando xamãs sul-americanos e suas cerimônias que atraem muitos indivíduos com pouca ou nenhuma conexão com a comunidade psicodélica, uma vez que eles não vêm a ayahuasca como uma droga psicodélica, mas uma medicina sacramental.

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Enquanto a ayahuasca contém DMT, uma substância da lista 1 (substâncias sem nenhum uso médico e psicológico), juntamente com o LSD, o uso da ayahuasca não tem sido (até agora) perseguido nos Estados Unidos. Leis federais favoráveis em 2000 em relação às igrejas União do Vegetal (UDV) e o Santo Daime, que utilizam ayahuasca em suas cerimônias, foram interpretadas como um furo na lei para muitos, e foi sem dúvida um fator no aumento da popularidade da ayahuasca. Enquanto mais e mais celebridades ressaltam suas experiências de mudança de vida com a bebida amazônica, e mais e mais psiquiatras e psicólogos especulam sobre os benefícios da experiência, o aumento da retórica em torno da ayahuasca lembra a excitação que o LSD inspirou quando foi tornado ilegal em 1966.

É virtualmente impossível quantificar a experiência psicodélica; a ayahuasca ganhou uma reputação especial devido à visões coloridas que induz, enquanto o pináculo do LSD é geralmente representado como uma dissolução na “luz branca” mística. Quando comparados sob uma perspectiva estritamente fenomenológica, ambos possuem reputação por serem capazes de induzir o paraíso ou o inferno, e ambas experiências são longas e fisicamente desgastantes. Ambos são descritos como enteógenos reais, capazes de induzir catarses espirituais de mudança de vida; ambos tem sido bem-sucedidos no combate ao vício; e ambos se originaram como medicinas. (O LSD foi originalmente um medicamento legal). Muitas das propriedades extraordinárias atribuídas a um deles – telepatia, um aumento na sincronicidade diária, inspiração artística, conexões profundas com a natureza, experiências místicas e transpessoais – também foram atribuídas ao outro. Então onde está a diferença entre essas duas “Revoluções Psicodélicas”, ou simplesmente nós trocamos altas dosagens de um potente enteógeno fabricado em um laboratório na Suíça por um equivalente natural colhido nas florestas amazônicas?

A diferença reside não muito na fenomenologia da experiência psicodélica interna, mas no conteúdo externo; a experiência do xamã e seus ícaros, e o ritual contido nas próprias experiências. Quando o uso do LSD explodiu em 1960 após ter se tornado ilegal, o que faltou essencialmente na Primeira Revolução Psicodélica foi um ambiente seguro para a experiência. Muitas pessoas jovens caíram em situações perigosas, e as consequências culminaram na ilegalidade dos psicodélicos. O que nós aprendemos da primeira revolução psicodélica é que no ocidente, faltam as escolas místicas necessárias para integrar com sucesso e benefícios o uso dos psicodélicos em nossa sociedade. Muito da evolução da cultura psicodélica contemporânea tem sido um processo de investigação e integração da sabedoria e técnicas antigas com a experiência psicodélica anedótica que foi gerada nos últimos 50 anos.

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Primeiramente procurando conhecimento e direção em estados alterados de consciência dos Gurus e Rinpoches da Índia, então os xamãs da bacia Amazônica, e agora de uma variedade ampla do xamanismo tradicional de inúmeras culturas, a cultura psicodélica moderna se adaptou aos enteógenos disponíveis, e moveu-se de bom grado entre o laboratório e o conhecimento ancestral das plantas na procura da experiência enteógena não diluída. O chamado entusiástico de Terence McKenna do xamã como um guia psicodélico espiritual (em oposição ao curador homeopático que pode estar mais próximo à realidade) resultou em milhares de americanos e europeus viajando para o Peru, Ecuador e o Brasil na procura dessa orientação, e uma onda de xamãs sul-americanos migrou para costas estrangeiras – uma inovação psicodélica que inevitavelmente gerou uma série de imitadores locais, e infelizmente tornou a palavra “xamã” uma das mais abusadas no vocabulário atual. Canções guias da ayahuasca, chamadas de ícaros podem agora serem encontradas misturadas em música eletrônica, a palavra icaros impressa em vestimentas de festivais, e o hábito de participar de círculos de ayahuasca começou a se tornar um status “cult” em locais diversos como Asheville, Brooklyn, Los Angeles, Portland, e Santa Fe (somete para citar algumas).

Durante esse mesmo período, universitários estudando a história do ocidente e antropologia tiveram que reconciliar o fato de que muitas das maiores civilizações e religiões mundiais – incluindo os gregos, hindus e budistas – utilizaram plantas psicodélicas. Essa é uma ideia que tem sido extremamente impopular, mas é agora incrivelmente óbvia para as gerações de antropologistas e mitologistas psicodélicos nascidos desde os anos 60, muitos dos quais estão familiarizados com o trabalho de Terence McKenna. É agora amplamente aceito e concluído que a ayahuasca amazônica (e o dmt-rapé) pode ser considerada o último enteógeno sacramental [11] de uma grande era planetária marcada por pelo menos cinco culturas enteogênicas distintas, e que duraram cada uma pelo menos dois mil anos; as outras sendo o Soma nos hindus Vedanta (Índia), os kykeon dos mistérios de Elêusis (Grécia), a cultura do San pedro que teve seu pico em Chavín de Hunatar (Peru), e a variedade impressionante de psicodélicos (cogumelos cubensis, sementes de glória da manhã, cacto peyote, e toxinas de rãs) utilizados pelas culturas Maia, Tolteca e Asteca (México). [12] O xamanismo vegetal é agora reconhecido como sendo o modelo xamânico primário mundialmente, e não um “substituto vulgar do trance puro” para os métodos xamânicos tais quais os tambores e cânticos, como Mircea Eliade [13] supôs em seu texto clássico de 1951 chamado Shamanism: Archaic Techniques of Ecstacy. (Eliade mudou de opinião no final de sua vida, falando para Peter Furst em uma entrevista não muito antes de sua morte que nos anos 60 os antropologistas não tinham uma perspectiva psicodélica suficiente para reconhecer a importância dos variados ritos locais, então a evidência simplesmente não estava lá [14].)

Terence McKenna foi um dos primeiros escritores que realmente juntou a história psicodélica da humanidade e a ligação da ayahuasca com nosso passado remoto. Foram seus escritos que ajudaram a espalhar a beleza, mito e magia do povo e cultura amazônica para uma audiência maior, e apesar de sua associação com o fenômeno 2012 e a triste mescla dos dois, sua defesa das plantas enteógenas e a reintrodução do processo xamânico no mundo ocidental modeno serão sempre lembradas como sua contribuição fundamental para a cultura psicodélica. Até mesmo sua teoria do símio chapado – a ideia que a linguagem falada evoluiu quando nossos ancestrais primatas desenvolveram uma dieta que incluía cogumelos com psilocibina – pode ser algum dia popular e ser levada a sério. Sua morte com a idade de 53 anos roubou da cena psicodélica seu porta-voz mais carismático, e garantiu a imortalidade de Terence McKenna graças à tecnologia emergente da internet que ele adotou entusiasticamente, e será lembrado como um dos primeiros pod-casters famosos. [15]

[1] DOM ou STP, que também pode ser incluído nessa lista, não apareceu até 1966.

 

[2] Enteógeno (Despertando o Deus Interior); uma planta ou composto que pode induzir uma experiência mística, e é com frequência considerado sagrado.

 

[3] que são psicodélicos somente em altas dosagens (geralmente)

 

[4] Triptaminas que eu conheci e amei na sigla em inglês

 

[5] A data original da previsão de Terence McKenna foi 16 de Dezembro de 2012 (coincidindo com o que seria seu 66o aniversário); Terence mais tarde mudou a data para o dia 21, coincidindo com o calendário Maia.

 

[6] Sob os pseudônimos OT Oss e ON Oeric

 

[7] Enteógeno (Despertando o Deus Interior); uma planta ou composto que pode induzir uma experiência mística.

 

[8] e o mais controverso desde Leary!

 

[9] Veja What the Doormouse Said: How the Sixties Counterculture shaped the Personal Computer Industry (2005) por John Markhoff.

 

[10] http://www.marieclaire.com/world-reports/ayahuasca-new-power-trip

 

[11] Enquanto ambos Soma Kykeon desapareceram há muito tempo juntamente com suas identidades reais desconhecidas, a cultura do San Pedro no Peru ainda sobrevive de certa maneira, porém em uma forma sincrética cristã muito diluída, assim como os remanescentes de cultos do cogumelo no México, mas a cultura e uso amazônicos da ayahuasca representa a maior cultura enteogênica ainda em efeito no planeta, e permaneceram inalteradas até mesmo no mundo pós segunda guerra. Ironicamente, as igrejas da ayahuasca no Brasil (Santo Daime e União do Vegetal) alcançaram níveis de legalidade graças à suprema corte definindo-as também como religiões sincreístas. Essas igrejas atribuem a descoberta da ayahuasca para seus fundadores mestiços, e não para as tribos indígenas amazônicas.

 

[12] Um argumento que pode ser desenvolvido é que com a invenção do LSD, e agora com milhares de research chemicals disponíveis, nós estamos no processo de criação da 6a – e pela primeira vez global – cultura enteogênica.

 

[13] O pai da Fenomenologia de Religião, e o homem que cunhou o termo “xamã” (do sibérico) para designar curandeiros amazônicos.

 

[14] “O que nós sabíamos sobre essas coisas em 1950?” confessou Eliade para Furst.

 

[15] Pesquise por “Terence McKenna” no Google e você terá aproximadamente 1.6 milhões de resultados, muitos deles sendo podcasts e gravações.

Fonte

Plantas Alucinógenas – Informações Gerais

Plantas alucinógenas vem sido usadas pelos homens por milhares de anos, provavelmente desde que eles começaram a caçar plantas para comer. Os alucinógenos continuaram recebendo a atenção das civilizações humanas durantes as eras. Recentemente, nós passamos por um período em que a sociedade ocidental sofisticada “descobriu” alucinógenos, e alguns setores da sociedade que assumiram, por uma razão ou outra, o uso de tais plantas. Isso tende a continuar.

Portanto é importante para nós aprender o quando nós possamos sobre plantas alucinógenas. Um grande grupo de literatura científica publicou sobre os seus usos e os seus efeitos, mas a informação é sempre trancada em jornais técnicos. O leigo interessado tem o direito à informação para basear suas opiniões. Esse texto foi escrito parcialmente para fornecer esse tipo de informação.

Não importa se acreditamos que o consumo de alucinógenos por homens nas sofisticadas ou primitivas sociedades constitui uso, falta de uso ou abuso, plantas alucinógenas tiveram uma participação extensa na cultura humana e provavelmente vão continuar tendo. Segue-se que um entendimento claro desse agentes potenciais físicos e sociais deve ser parte da educação geral dos homens.

(nota: o autor considera fungos e plantas como que pertencendo ao mesmo reino)

Plantas alucinógenas apareceram em diversos selos postais: (1, 6) Amanita muscaria, (2) fruto de um Peganum harmala, (3) Atropa belladonna, (4) Pancratium trianthum, (5) Rivea corymbosa, (7) Datura stramonium, (8) Datura candida, (9) Hyoscyamus niger.
Plantas alucinógenas apareceram em diversos selos postais: (1, 6) Amanita muscaria, (2) fruto de um Peganum harmala, (3) Atropa belladonna, (4) Pancratium trianthum, (5) Rivea corymbosa, (7) Datura stramonium, (8) Datura candida, (9) Hyoscyamus niger.

O QUE SÃO PLANTAS ALUCINÓGENAS?

Na sua busca por comida, os primeiros humanos testaram todos os tipos de plantas. Algumas os nutriram, outras, que eles encontraram, os curaram, e outras os mataram. Algumas, para a surpresa deles, tinham estranhos efeitos em suas mentes e corpos, parecendo levá-los para outros mundos. Nós chamamos essas plantas de alucinógenas, porque elas distorcem os sentidos e comumente produzem alucinações – experiências que se afastam da realidade. Embora a maioria dos alucinógenos sejam visuais, eles também envolvem os sentidos de audição, toque, cheiro, ou gosto – e ocasionalmente diversos sentidos estão envolvidos.

A causa atual para as alucinações são substâncias químicas nas plantas. Essas substâncias não são narcóticos verdadeiros. Contrariarmente à opinião popular, nem todos os narcóticos são perigosos e viciantes. Estritamente e etimológicamente falando, um narcótico é uma substância que têm um efeito depressivo, leve ou alto, no sistema nervoso central.

Narcóticos que induzem alucinações são normalmente chamados de alucinógenos (geradores de alucinações), psicomiméticos (imitadores da psiquê), e psicodélicos (manifestadores da mente). Nenhum termo satisfaz totalmente os cientistas, mas “alucinógenos” chega perto. “Psicodélicos” é mais usado nos Estados Unidos, mas ele combina duas raízes gregas incorretamente, é biologicamente doentio, e adquiriu um significado popular além das drogas e seus efeitos.

Na história do gênero humano, alucinógenos têm sido talvez os mais importantes de todos os narcóticos. Os seus efeitos fantásticos fizeram-nos sagradospara os povos primitivos e até mesmo pode ter feito surgir nele a ideia de divindade.

O mais famoso dos alucinógenos com significância religiosa é o cacto peiote. Essa ilustração, chamada “Orador na manhã em uma cerimônia de peyote” é adaptada de uma pintura por Tsa Toke, um indiano Kiowa. Esses indianos são usuários rituais de peiote. O fogo central em forma crescente é ladeado por leques de penas de águias cerimoniais, as penas simbolizam a manhã, e os pássaros, as orações em ascenção.

ALUCINÓGENOS NAS SOCIEDADES PRIMITIVAS

Alucinógenos permeiam profundamente qualquer aspecto da vida nas sociedades primitivas. Eles ditam regras na saúde e na doença, paz e guerra, vida em casa e viajem, caça e agricultura; eles afetam as relações entre indivíduos, vilas, e tribos. Acredita-se que eles influenciam a vida antes e depois da morte.

O uso médico e religioso de plantas alucinógenas são particularmente importantes nas sociedades primitivas. Aborígenes atribuem a doença e a saúde ao trabalho das forças espirituais. Consequentemente, toda “medicina” que pode transportar os homens para o mundo espiritual é considerada por muitos aborígenes melhor do que qualquer efeito físico.

As forças psíquicas também vem sido atribuídas aos alucinógenos e têm sido uma parte integral nas religiões primitivas. Em todo o mundo plantas alucinógenas são usadas como mediadoras entre os homens e Deus. As profecias do Oráculo de Delphi, por exemplo, são ditas terem sido influenciadas por alucinógenos.

Outros usos aborígenes de alucinógenos variam de uma cultura primitiva para outra. Muitas plantas alucinógenas são básicas para a iniciação ritual de adolescentes. Os indianos Algonquin dão uma substância intoxicante para seus jovens, a “wysoccan”, e eles então ficam violentamente perturbados por vinte dias. Durante esse período, eles perdem toda a memória, iniciando a fase adulta se esquecendo de que eles já foram meninos. A raíz iboga no Gabão e o caapi na Amazônia são também utilizados nos rituais.

Estátua de Xochipilli, o “Príncipe das flores” Asteca, descoberto nas encostas do vulcão Popocatepetl e agora exposto no Museu Nacional na Cidade do México. As etiquetas indicam as possíveis interpretações botânicas das figuras.
Estátua de Xochipilli, o “Príncipe das flores” Asteca, descoberto nas encostas do vulcão Popocatepetl e agora exposto no Museu Nacional na Cidade do México. As etiquetas indicam as possíveis interpretações botânicas das figuras.

Na América do Sul, muitas tribos tomam ayahuasca para prever o futuro, visualisar disputas, decifrar planos inimigos, produzir ou retirar feitiços, ou comprovar a fidelidade da esposa. Sensações de morte e separação do corpo e alma são algumas vezes experimentados durante um transe.

As propriedades alucinógenas da Datura têm sido muito exploradas, particularmente no Novo Mundo. No México e no Sul, a Datura é utilizada na divinação, profecia, e cura ritualística.

Os índios modernos mexicanos valorizam certos cogumelos como sacramentos e usam Morning glories e o cacto peiote para predizer o futuro, diagnosticar e curar doenças, e invocar bons e maus espíritos.

Os Mixtecs do México comem puffballs para escutar vozes do paraíso que respondem às suas perguntas. Os Waikás do Brasil e Venezuela aspiram a resina em pó de uma árvore da floresta para ritualizar a morte, induzir um estado de transe para diagnosticar doenças, e agradecer aos espíritos por uma vitória em uma guerra. Os Witotos da Colômbia comem a mesma resina poderosa para “falar com as pessoas pequenas”. Os médicos indígenas Peruvianos tomam cimora para fazer eles mesmos portadores de outras identidades. Índios do oeste do Brasil tomam jurema para têr visões gloriosas dos espíritos dos mundos antes de partir para batalhas com os seus inimigos.

USO NO MUNDO OCIDENTAL MODERNO

Nossa sociedade moderna adotou, recentemente, e algumas vezes ilegalmente, o uso de de alucinógenos em grande escala. Muitas pessoas acreditam que eles podem ativar experiências “místicas” ou “religiosas” alterando a química do corpo , raramente percebendo que eles estão simplesmente voltando para a era das velhas práticas primitivas. Se as aventuras induzidas por drogas podem ser idênticas com a visão metafísica reivindicada por alguns místicos, ou são meramente uma falsificação delas, é ainda uma controvérsia. O uso mundial e expansivo de alucinógenos em nossa sociedade pode ter pouco ou nenhum valor e pode algumas vezes até ser perigoso ou prejudicial. Em qualquer caso, é um traço cultural recentemente importado e sobreposto sem as raízes naturais da tradição ocidental.

Detalhe de uma pintura de uma visão primitiva de ayahuasca por Yando del Rios, artista peruviano contemporâneo.
Detalhe de uma pintura de uma visão primitiva de ayahuasca por Yando del Rios, artista peruviano contemporâneo.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA

Alucinógenos são limitados a um pequeno número de componentes químicos. Todos os alucinógenos encontrados em plantas são componentes orgâncios – isto é, eles contém carbono como uma parte essencial de suas estruturas e são formados no processo de vida de organismos vejetais. Nenhum componente inorgânico de plantas, como minerais, são conhecidos por terem efeitos alucinógenos. Compostos alucinógenos devem ser divididos convenientemente em dois grandes grupos: os que contêm nitrogênio na sua estrutura e os que não contém. Os que contém nitrogênio são mais comuns. O mais importante dos componentes sem nitrogênio é o princípio ativo da marijuana, componentes terpenofenólicos classificados como dibenzoprianos e chamados canabinóides – em particular, tetrahidrocannabinóis. Os compostos alucinógenos com hidrogênio em sua estrutura são os alcalóides ou bases relacionadas.

ALCALÓIDES são um grupo diverso de mais de 5000 componentes com estruturas moleculares complexas. Eles contém nitrogênio, assim como carbono, oxigênio, e hidrogênio. Todos os alcalóides são são originados de plantas, porém alguns protoalcalóides ocorrem em animais. Todos são ligeiramente alcalinos, daí o seu nome. Eles são classificados em séries baseadas em suas estruturas. Muitos alcalóides alucinógenos são são indóis (veja abaixo) ou estão relacionadas com índoles, e a maioria foram ou provavelmente foram originados na planta partindo do aminoácido conhecido como triptofano. Muitas plantas medicinais e tóxicas, assim como as alucinógenas, devem sua atividade biológica à alcalóides. Exemplos de alcalóides mundialmente usados são a morfina, a quinina, a nicotina e a cafeína.

ÍNDOLES são alcalóides alucinógenos ou bases relacionadas, sendo que todos contém componentes nitrogenados. É mais impressionante que dos muitos milhares de compostos orgânicos que atuam em várias partes do corpo tão poucos são alucinógenos. O núcleo índole de alucinógenos geralmente aparece na forma de derivados de triptamina. Ele é composto por fenil e segmentos pyrrol (veja o diagrama a seguir). Triptaminas podem ser “simples” – isto é, sem substituições – ou elas podem ter vários grupos de “cadeias laterais” conhecidas como hidróxidos (OH), metóxitos (CH3), ou fósfogloxina (OPO3H) em seu anel fenólico. O anel índole (mostrado em vermelho no diagrama) é evidente não somente nas inúmeras triptaminas (dimetiltriptamina, etc.) mas também nos vários alcalóides ergóticos (ergina e outros), nos alcalóides ibogaínicos, e nos alcalóides Beta-carbonílicos (harmina, harmalina, etc.). A dietilamida do ácido lisérgico (LSD) tem um núcleo índole. Uma das razões para a significância dos alcalóides indólicos pode ser a semelhança estrutural com as serotoninas neuro-humorais (5-hidróxidimetiltriptamina), presentes no sistema nervoso de animais de sangue quente. A serotonina possui uma importância principal na bioquímica no sistema nervoso central. Um estudo do funcionamento das triptaminas alucinógenas pode experimentalmente ajudar a explicar a função da serotonina no corpo. Uma relação química similar à esses alucinógenos indólicos e à serotonina existe entre a mescalina, um alucinógeno presente no peiote, e o neuro-hormônio norepinefrina. Essas semelhanças químicas entre componentes alucinógenos e os neuro-hormônios que jogam na neurofisiologia podem ajudar a explicar a atividade alucinógena e até certos processos do sistema nervoso central. Outros alcalóides – as isoquinolinas, tropaminas, quinolizidinas, e isoxazolinas – são mais levemente alucinógenos e podem operar de forma diferente no corpo.

PSEUDO-ALUCINÓGENOS

Esses são compostos venenosos de plantas que causam o que pode ser chamado de alucinações secundárias ou pseudo-alucinações. Como não possuem agentes alucinógenos reais, eles bagunçam a função normal do corpo induzindo um estado de delírio acompanhado por aquilo que por todos os motivos práticos são alucinações. Alguns componentes dos óleos essenciais – os elementos aromáticos responsáveis pela característica odorífera das plantas – parecem agir nesse caso. Componentes da noz-moscada são um exemplo. Muitas plantas possuindo tais componentes são extremamente perigosas para se tomar, especialmente quando ingeridas em doses elevadas o suficiente para induzir alucinações. As pesquisas ainda não deram muita luz no tipo de psicoatividade produzido por essas substâncias.

COMO OS ALUCINÓGENOS SÃO CONSUMIDOS

Plantas alucinógenas são usadas de variadas formas, dependendo do tipo de planta, dos elementos químicos envolvidos, das práticas culturais, e outras considerações. O homem em sociedades primitivas em diversos locais, mostrou um grande talento e perspicácia em preparo de plantas alucinógenas para seus usos.

PLANTAS PODEM SER COMIDAS, frescas ou secas, como o peiote e o teonanacatl, ou o suco das folhas maceradas pode ser bebido, como a Salvia divinorum (no México). Ocasionalmente um derivado de vejetais pode ser comido, como o haxixe. Mais frequentemente, uma beberagem pode ser tomada: ayahuasca, caapi, ou yagé da casca de uma trepadeira; o cacto San Pedro; vinho de jurema, iboga; folhas de toloache, ou sementes amassadas das Morning glories mexicanas. Originalmente peculiar às culturas do Novo Mundo, onde era uma forma de usar tabaco, fumar agora é um método espalhado de usar cannabis. Outros narcóticos além do tabaco, como a tupa, podem ser vulcanizados.

ASPIRAR é um método preferido de usar diversos alucinógenos – yopo, epena, sébil, rapé dos índios. Assim como fumar, cheirar é um novo costume mundial. Alguns poucos indios do Novo Mundo costumam tomar alucinógenos de forma retal – como no caso da Anadenathera. Um método curioso de induzir os efeitos dos narcóticos é o método africano de fazer incisões no couro cabeludo e esfregar o suco da do bulbo de uma espécie de Pancratium através das incisões. Esse método é um tipo de contrapartida primitiva do método hipodérmico atual. Muitos métodos foram usados no caso de algumas plantas alucinógenas. Resina de Virola, por exemplo, é lambida inalterada, é geralmente preparada na forma de rapé, e é feita ocasionalmente em pequenos volumes a serem consumidos, e pode por vezes ser fumada.

ADITIVOS DE PLANTAS ou misturas para as principais espécies alucinógenos estão se tornando cada vez mais importantes na pesquisa. Plantas auxiliares são por vezes adicionadas à preparação para alterar, aumentar, ou prolongar os efeitos narcóticos dos ingredientes principais. Assim, para tornar o ayahuasca, caapi, yajé ou bebidas, preparadas basicamente a partir de Banisteriopsis caapi ou inebrians B., vários aditivos são frequentemente usados: folhas de Psychotria viridis ou rusbyana Banisteriopsis, que contenham triptaminas alucinógenas, ou Brunfelsia ou Datura, as quais são alucinógenas, por si próprias.

Fonte: Hallucinogenic Plants – A golden Guide, Golden Press. (Tradução do Original)